Moradores reivindicam melhorias na rua Marechal Deodoro

Calçamento precário atrapalha a rotina de quem mora e de quem passa pela rua localizada no centro de Resende Costa


André Eustáquio


Rua Marechal Deodoro, centro de Resende Costa, está com o calçamento irregular e com buracos. O trânsito também é um problema grave na rua (Foto André Eustáquio)

A rua Marechal Deodoro tem aproximadamente 800 metros de extensão e localiza-se no centro de Resende Costa. De acordo com o empresário José Antônio de Resende, que reside com sua família e possui uma grande loja na Marechal Deodoro, trata-se de uma das mais antigas ruas da cidade. Assim como José Antônio, diversos moradores há anos vêm reclamando da situação precária em que se encontra a rua que também dá acesso aos bairros Santo Antônio e São José, ao Parque de Exposições e ao Horto Florestal.

O JL esteve na rua Marechal Deodoro, conversou com alguns moradores e confirmou os problemas relatados por eles, especialmente a situação precária em que se encontra o calçamento de pedras miúdas, construído no início da década de 1990 durante o mandato do então prefeito Camilo Lélis de Resende Chaves (1989-1992). “Aqui era uma rua de terra que foi calçada pelo Camilo Lélis. Ele foi o único prefeito que olhou para a nossa rua”, conta José Antônio.

Além do calçamento ruim, o trânsito é um dos problemas que incomodam os moradores e quem transita pelo local, sobretudo em dias de festa no Parque de Exposições. A rua é estreita e não há placas regulamentando estacionamento, principalmente no início dela, onde há duas oficinas mecânicas. Durante a semana é comum observar veículos estacionados nos dois lados da rua, dificultando ou até mesmo impedindo o fluxo normal do trânsito. “Eu já deixei de receber duas cargas de mercadorias, que tinha urgência que chegasse em minha loja”, diz José Antônio, que já procurou a prefeitura municipal para reivindicar melhorias no trânsito. “Fiz essa reivindicação ainda no primeiro mandato do Aurélio, mas não fui atendido”, lamenta o empresário.

 

Moradores reclusos em casa

O calçamento irregular causa transtornos aos moradores, a quem transita pelo local, mas, de maneira especial, aos dois jovens Douglas Samuel dos Santos, 26, e Mirian Aparecida Ribeiro, 16. Eles são cadeirantes e não conseguem sair de casa, pois a rua não oferece condições para se locomoverem usando a cadeira de rodas. Não há rampas de acesso às calçadas próximas às suas casas e as pedras irregulares são verdadeiros obstáculos para eles. “Na nossa rua há muitos idosos e os dois cadeirantes. O calçamento irregular é o pior problema. O Douglas quase não sai de casa. Para ele ir à rua é muito difícil”, diz Pollyana Regina dos Santos, irmã de Douglas e moradora há três anos na rua Marechal Deodoro. “Só saio para ir à escola, mesmo assim tem que ser de carro”, completa Douglas Samuel.

Valéria Maia Resende é artesã, amiga e vizinha de Mirian Aparecida Ribeiro. Segundo ela, a rotina de Mirian é semelhante a de Douglas. “A Mirian também não consegue sair de casa devido ao calçamento ruim. Ela só sai para ir à escola (Escola Estadual Assis Resende). Fica o dia inteiro em casa assistindo à televisão, mexendo no computador e no celular. A mãe dela já não consegue mais carregá-la, pois ela cresceu”, relata Valéria.

Mirian e Douglas são impedidos de saírem de suas casas, de conviverem com os vizinhos e amigos por causa da precariedade em que se encontra a rua onde eles vivem. Eles esperam, como os outros moradores, uma atitude do poder público. “A Mirian ia à missa e agora não vai mais porque não consegue sair de casa”, revela a amiga Valéria, que tece na casa de Mirian. “Se a situação é ruim para nós, é muito pior para eles”, completa a artesã.

 

Promessas

Maria Ângela de Resende e seu pai Lázaro Domingos de Resende também reclamam do calçamento precário e do descaso do poder público com a rua Marechal Deodoro. “Moro aqui há 50 anos e a única melhoria que foi feita na nossa rua foi esse calçamento, na época do prefeito Camilo Lélis”, confirma Lázaro. Sua filha Ângela conta que a situação do calçamento piorou após as obras de instalação da rede de esgoto. “O calçamento ficou ainda pior depois que a Copasa realizou a obra da rede de esgoto. As pessoas precisam tomar cuidado para passar pela rua e tem gente que já não quer mais passar aqui, tanto a pé quanto de carro”, diz a moradora.

Ângela informou que já conversou com alguns vereadores do município, porém nada foi feito. “Já comentei com vários vereadores e eles sempre dizem que a rua está no projeto, mas nunca sai do projeto”, reclama.

Atualmente, passam pela rua três redes da Copasa: duas pluviais e uma de esgoto, sendo que esta última encontra-se inacabada. “Cabe ao prefeito cobrar da Copasa para que ela conclua logo as obras e a prefeitura possa arrumar o calçamento. Se falta somente isso, é preciso exigir da Copasa”, reivindica Ângela.

Na rua Francisco de Assis Vale, paralela à Marechal Deodoro e que dá acesso ao Horto Florestal, além do calçamento precário, falta iluminação. O poste localizado no início da rua está com a lâmpada queimada; já o poste instalado no final da via não tem lâmpada. “Essa situação facilita o acesso de pessoas que querem usar a rua como local para uso de drogas”, diz José Antônio.

Os moradores falam dos serviços prestados pelo poder público na rua Marechal Deodoro. “O único serviço que é bem feito é a coleta de lixo, inclusive a coleta seletiva. Isso é satisfatório”, reconhece José Antônio. Ângela Resende confirma: “A coleta de lixo acontece direitinho todas as segundas, quartas e sextas-feiras”.

Os moradores da Marechal Deodoro estão cansados de somente ouvir dizer que o asfaltamento da rua é prioridade na agenda de investimentos do poder público municipal em melhorias urbanas. “Existe, até hoje, omissão do poder público. Falei com o Aurélio que não quero promessas, quero que sejam cumpridos os compromissos que foram firmados!”, reivindica o empresário José Antônio.

 

Prefeitura

Em resposta ao JL, o prefeito municipal Aurélio Suenes informou que a rua Marechal Deodoro será asfaltada nos próximos meses: “Temos recursos do Ministério das Cidades já depositados na conta da prefeitura para executar (as obras) (d)essa rua e de várias outras na cidade. Os recursos são oriundos de indicação parlamentar, a saber: 300 mil do deputado federal Diego Andrade, 300 mil do senador Aécio Neves e 250 mil do ex-deputado Wander Borges”.

O prefeito confirmou, porém, que o asfaltamento da rua depende da conclusão das obras de implantação da rede de esgoto pela Copasa. “O que poderá atrasar a execução dessa obra é a conclusão das obras de implantação da rede de esgoto na rua. É condição para evitar danos futuros ao asfalto. Já solicitamos à Copasa que agilize as pendências na rua”, esclareceu Aurélio.

Em relação à situação dos dois jovens cadeirantes que são impossibilitados de saírem de casa devido à precariedade do calçamento, Aurélio informou que além do asfaltamento, o projeto prevê a construção de rampas de acesso e sinalização da rua. “Certamente irá facilitar o deslocamento dos cadeirantes”, disse o prefeito.

Questionado sobre o problema do trânsito e veículos estacionados nos dois lados da rua, o prefeito Aurélio respondeu: “O trânsito de Resende Costa é um grande desafio para a prefeitura. As ruas são estreitas e mal planejadas e o fluxo de veículos está cada vez maior. Vamos estudar o caso da rua Marechal Deodoro e tentar conciliar os interesses dos comerciantes, dos moradores e daqueles que utilizam a via”.

Enfim, o prefeito disse estar ciente da falta de iluminação na rua Francisco de Assis Vale, paralela à Marechal Deodoro. “Já foi licitada a instalação de uma luminária no poste que fica no final da rua Francisco de Assis Vale. Sobre lâmpadas queimadas, reforço que as pessoas devem registrar o pedido através do número 0800.090.0300. A empresa tem cinco dias úteis para solucionar o problema. É importante anotar o número do protocolo. Passados os cinco dias úteis, se não for resolvido o problema sugiro que a pessoa procure a prefeitura para tomarmos providências junto à empresa responsável”, concluiu Aurélio Suenes.

O JL entrou em contato com a Copasa com o intuito de saber se há previsão para a conclusão das obras de implantação da rede de esgoto na rua Marechal Deodoro. No entanto, até o fechamento desta edição, no dia 7 de março, não obteve respostas.

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