Município português colabora em projeto europeu de utilização da tecnologia LED na iluminação pública

Um dos parceiros do projeto é o Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra.


Economia

José Venâncio de Resende0

Praça em Figueira da Foz (fonte: http://anibaljosedematos.blogspot.com).

 

Em Portugal, os municípios poderiam «economizar centenas de milhares de euros por ano em custos de energia elétrica, substituindo as atuais tecnologias usadas na Iluminação Pública (IP) por tecnologia LED”, diz o pesquisador (investigador) Carlos Patrão, do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). parceiro português do projeto. “Alguns municípios poderiam economizar até 80% e muitos estão já a iniciar o processo de mudança.»

O ISR/FCTUC é o parceiro português do projeto PremiumLightPro, que reúne em consórcio vários centros de investigação e empresas da Áustria, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Itália, Polônia, Portugal, República Checa e Reino Unido. Iniciado em 2016, o projeto é financiado pelo programa de investigação e inovação da Comissão Europeia, Horizonte 2020.

O PremiumLightPro tem a colaboração da Câmara Municipal (prefeitura, no Brasil) da Figueira da Foz. É centrado na implementação de sistemas de iluminação LED -Light Emitting Diode - de elevada eficiência (iluminação interior e exterior) no setor dos serviços públicos e privados. Seu grande objetivo é «apoiar a implementação de soluções de iluminação LED de alta qualidade e eficiência através do desenvolvimento de instrumentos e serviços adequados», salienta Carlos Patrão, que é um dos investigadores do projeto.

Aplicações urbanas

As tecnologias de iluminação LED «oferecem uma ampla gama de aplicações, assim como poupanças de energia elétrica muito significativas em diversas e variadas situações, desde escolas, ruas, parques de campismo e de estacionamento, parques infantis e edifícios administrativos, entre outros», explica Carlos Patrão.

No entanto, para que haja resultados efetivos é preciso que estas substituições de tecnologia na IP sejam efetuadas segundo critérios que garantam os princípios da eficiência energética e adequação ao uso, alerta o pesquisador. “Como vem sendo habitual, a simples substituição de uma tecnologia existente por LEDs não garante, por si só, que se mantenham os níveis de serviço adequados e muitos projetos já implementados em Portugal têm tido resultados aquém do previsto.»

Para inverter a situação, o PremiumLightPro já desenvolveu um conjunto de guias técnicos e critérios de aquisição, a incluir em cadernos de encargos, de forma a garantir que a iluminação escolhida seja de alta qualidade, adequada ao uso e garanta poupanças efetivas. Estes guias, desenvolvidos em parceria com entidades na área da iluminação internacionais, estão disponíveis em www.premiumlightpro.pt.

Aposta

A Câmara Municipal da Figueira da Foz tem vindo a apostar na eficiência energética dos sistemas de iluminação pública e infraestruturas turísticas. São exemplos a iluminação da Praia da Claridade e o Parque de Campismo Municipal, que se apresenta hoje completamente renovado e com condições consideradas de excelência. Nestes projetos, a autarquia utilizou critérios muito restritos relativamente à eficiência dos componentes a utilizar nos sistemas de iluminação, tendo também incluído a telegestão.

Com estas medidas, a autarquia da Figueira da Foz já economiza anualmente 62.000 euros. A previsão é aumentar a poupança em até um milhão de euros por ano na fatura de energia elétrica com os próximos investimentos/melhoramentos no sistema de IP.

De acordo com o gestor municipal de Energia da Câmara, «em todos os projetos de iluminação que temos implementado no concelho da Figueira da Foz, tentamos sempre que sejam refletidos nos cadernos de encargos o que consideramos serem os critérios de eficiência energética mais adequados e que tenham em conta o uso final do sistema de iluminação”. Assim, tem sido feito
um esforço no sentido da “adequação e melhoria da eficiência energética dos sistemas de iluminação do município, analisando sempre as propostas com maior garantia de qualidade e sustentabilidade, inserindo sempre a inovação que consideramos essencial, como por exemplo a automatização, controlo e gestão remota».

Os guias desenvolvidos no âmbito do PremiumLightPro estão a ser disseminados através de reuniões com os municípios e empresas interessadas. Até o final do ano, serão realizados dois eventos de divulgação mais alargados, tendo em vista a formação dos principais decisores e gestores de energia sobre a necessidade de incorporar critérios de seleção específicos nos cadernos de encargos dos projetos de iluminação.

Fonte: Cristina Pinto, Assessora de Imprensa da Universidade de Coimbra

 

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