Negócios de imóveis rurais aquecidos em Resende Costa e SJDR


Economia

José Venâncio de Resende0

O interesse pelo campo está em alta (foto cedida por Aurélio Suenes).

Os negócios envolvendo “imóveis rurais” (sítios e terrenos acima de 2 hectares) em Resende Costa aumentaram 23% em 2020, primeiro ano da pandemia, para 192 propriedades transferidas, quando comparados com 2019, de acordo com informações do setor de cadastro da Prefeitura Municipal. No período de janeiro a julho deste ano, a quantidade de transferências somou 92 imóveis denominados rurais.

Mais de 70% desses negócios abrangem propriedades de pequeno e médio portes, observa o engenheiro civil Leandro Kloser. “É um reflexo do que acontece atualmente no Brasil: a procura por imóveis rurais é uma forma de investir na economia em tempos de instabilidade econômica. Em particular, a procura por sítios de pequeno porte, onde famílias possam ter momentos de lazer, e terras de grande porte (fazendas), para plantio ou criação de animais.” No caso específico de compra de fazendas, a  maioria é para atender a necessidade de terras boas para alguma atividade econômica, acrescenta.

Há um mês e meio atuando como corretor de imóveis, Aurélio Suenes Resende constata uma grande demanda no meio rural, principalmente de propriedades para plantio de grãos, mas também para pecuária de corte –“são terrenos maiores, de no mínimo 80 a 100 hectares, para viabilizar o deslocamento de máquinas.” Ele atribui esse interesse ao aquecimento nas exportações do agronegócio e à valorização do preço da carne.  

Mas Aurélio também verifica alguma procura por sítios, para descanso nos finais de semana e feriados. “O pessoal está buscando muito o sossego, o desligar um pouco da vida urbana; então houve um aquecimento nesse sentido.” Além disso, o corretor resende-costense considera que essa demanda por imóveis menores tem relação com algum movimento positivo da economia, apesar da pandemia, e também devido aos juros baixos. “A gente tem visto um giro maior de capital no mercado. As pessoas não estão guardando dinheiro, mas procurando fazer investimentos; e um bom investimento sempre foi em imóveis.”

 

São João del-Rei

Também em São João del-Rei a procura por sítios aumentou muito, diz o corretor Eustáquio Coelho Resende, da Venância Imóveis e da diretoria do Sindcomércio (Sindicato do Comércio Varejista). “Essa pandemia realmente aqueceu muito o mercado nesta área. Antes, o pessoal queria fugir da roça; agora, muita gente voltou pra roça. Foi o medo da contaminação e a necessidade de respirar um ar mais puro.”

Com isso, houve acentuado aumento nos preços desse tipo de imóveis, principalmente perto da cidade, constata Eustáquio. “Para terreno que valia R$ 5 mil o hectare estão pedindo R$ 15 mil, R$ 20 mil o hectare. Para os bem próximos à cidade, estão falando em R$ 50 mil o hectare.”

Entre os negócios mais comuns, Eustáquio cita chácaras pequenas (cerca de 1000 metros) em volta da cidade. “Terrenos na faixa de R$ 60, R$ 70 mil tiveram boas vendas. A região do Córrego do André, por exemplo, foi uma área que cresceu bastante.”

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