O ramo dos Reszende em São Vicente de Minas


Entrevistas

José Venâncio de Resende0

Guilherme Rezende e seu pai Zeca.

Há mais de cinco anos que Guilherme Rezende, natural de São Vicente de Minas e professor aposentado da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei), começou a fazer pesquisas sobre sua história familiar. A pentavó de Guilherme, Josefa Maria de Resende Ribeiro, irmã de José de Resende Costa, o inconfidente que se radicou na cidade de Resende Costa, era a 11ª dos quinze filhos de João de Resende Costa e Helena Maria de Jesus.

A conclusão mais relevante a que chegou sobre sua árvore genealógica “foi a de um evidente protagonismo de dois casais de imigrantes açorianos que se instalaram na região da Comarca do Rio das Mortes. Duas das três irmãs Ilhoas, Júlia Maria da Caridade e Helena Maria de Jesus, que emigraram da Ilha do Faial para o Brasil, nas primeiras décadas do século XVIII, constituíram famílias respectivamente com Diogo Garcia, também procedente da Ilha do Faial, e João de Resende Costa, natural da Ilha de Santa Maria”.

Toda essa costura genealógica envolve outros sobrenomes (Teixeira, Carvalho, Guimarães, Andrade, Ribeiro, Salgado, Pereira, Mendonça, Monteiro, Ribeiro do Valle) e não se restringe à ancestralidade nos Açores. A pesquisa identificou antepassados nascidos no Brasil e em Portugal continental, em grande parte oriundos do Norte de Portugal, em localidades próximas a cidades portuguesas importantes: Braga, Guimarães e Porto.

Jornal das Lajes - Há quantos anos você já vem fazendo estas pesquisas?

Guilherme Rezende - Comecei a fazer as pesquisas sobre minha história familiar há mais de cinco anos. Depois de minha aposentadoria na UFSJ, em 2011, ainda passei algum tempo na universidade para concluir orientações de Mestrado. Foi então que me empenhei na tarefa de reconstituir a história da família que o casal José Rezende (Zeca) e Ana Ramos de Menezes (Anita) - meus pais - construiu, a partir do dia 28 de junho de 1937.

JL - Como o Resende da sua família foi parar em São Vicente de Minas?

GR - O meu pai, José Rezende (com z no sobrenome), pentaneto de João de Resende Costa e Helena Maria de Jesus, nasceu na Fazenda da Maromba, em Carrancas, em 15 de outubro de 1912. Era ainda menino, quando seus pais (meus avós paternos), Teófilo Teodoro de Rezende e Djanira Teixeira, compraram uma fazenda perto de São Vicente de Minas. Não demorou muito para que trouxessem toda a família de mudança definitivamente para São Vicente.

JL - Qual é o ramo da sua família entre os descendentes do João de Resende Costa?

GR - O meu avô paterno, Teófilo, era primogênito do casal Antônio Teodoro Carvalho e Deolinda Maria de Lacerda, residentes em Carrancas. Os pais de Antônio eram Manoel Teodoro de Carvalho e Josefa Claudina Ribeiro de Rezende (meus trisavós), estabelecidos na Fazenda da Cachoeira, em Santo Antônio da Ponte Nova (atual município de Itutinga). 

Manoel, filho de Francisco Teodoro de Mendonça e Delfina Francisca de Andrade, nasceu em 1803, em Carrancas, e morreu em 1º de novembro de 1877. A mulher dele, Josefa, nasceu em 16 de outubro de 1816, em Prados, filha caçula de Geraldo Ribeiro de Rezende e Esmênia Joaquina de Mendonça.

Geraldo Ribeiro de Resende (meu tetravô), o quarto dos treze filhos de Severino Ribeiro e Josefa Maria Ribeiro de Rezende, nasceu em 20 de novembro de 1771, em Lagoa Dourada, e morreu em nove de outubro de 1848, com 76 anos, em Prados. A esposa dele, Esmênia Joaquina de Mendonça, nasceu em 17 de janeiro de 1774, em São João del-Rei, filha de Francisco Antônio de Mendonça e Ana Josefa de Jesus Ribeiro de Souza Mendonça.

A mãe de Geraldo, Josefa Maria de Resende Ribeiro, irmã de José de Resende Costa, o inconfidente que se radicou na cidade de Resende Costa, era a 11ª dos quinze filhos que João de Resende Costa e Helena Maria de Jesus tiveram. Josefa nasceu em 5 de fevereiro de 1743, em Prados, onde morreu em 29 de maio de 1825. Seu marido, Severino Ribeiro, nasceu em 8 de junho de 1726, na Freguesia e Concelho de Santa Maria de Loures, Lisboa, Portugal, e morreu dia 21 de dezembro de 1800, em Prados, Minas Gerais.

O patriarca da família Resende no Brasil, João Reszende Costa (meu hexavô), nasceu em 2 de novembro de 1695, na Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, nos Açores. Era filho de Manuel Rezende e Ana Costa. João morreu em 8 de maio de 1758, com 62 anos em Prados, Minas Gerais
Helena Maria de Jesus (minha hexavó), a terceira das célebres Ilhoas, nasceu em 15 de janeiro de 1710, na Freguesia de Nossa Senhora das Angústias, Vila da Horta, Ilha do Faial, nos Açores. Filha de Manuel Gonçalves Corrêa e Maria da Conceição Nunes, Helena morreu em 29 de março de 1772, com 62 anos, em Prados.

JL - Nas suas pesquisas mais recentes, o que você descobriu de relevante?

GR – A descoberta mais importante foi a de que entre meus ascendentes despontam imigrantes procedentes do arquipélago dos Açores, que chegaram ao Brasil no século XVIII e se instalaram em terras da Comarca do Rio das Mortes, sediada em São João del-Rei. Especialmente dois casais de açorianos formaram famílias, das quais descende grande parte de habitantes das cidades do Campo das Vertentes e do sul de Minas. Um desses casais, já mencionado, foi João de Resende Costa e Helena Maria de Jesus, principal referência dos Resende no Brasil.

Do outro casal, Júlia Maria da Caridade, irmã de Helena, conhecida como a segunda das célebres Ilhoas, e seu marido Diogo Garcia, pioneiros dos sobrenomes Garcia, Carvalho, Nogueira, Vilella, recebi uma herança genealógica ainda mais incisiva.

Minha ligação com Diogo e Júlia passa por dois de seus filhos, José Garcia e Ana Maria do Nascimento. José Garcia se casou com Maria de Nazaré e foram pais de Manoel Joaquim de Santana e sogros de Venância Constância de Andrade, cuja filha, Maria Emerenciana Andrade, em união com Francisco Teodoro Teixeira, gerou Antônio Teodoro de Santana Teixeira; ele e a esposa, Margarida de Paula Guimarães, conceberam José Venâncio Teixeira, pai de Djanira Teixeira de Rezende, mãe de José Rezende (Zeca), meu pai.

Com Ana, a filiação é duplicada, porque de cada um de seus dois casamentos provieram um trisavô e uma trisavó. No primeiro casamento, com João Pereira de Carvalho, foram pais de José Pereira de Carvalho e sogros de Theodora Maria de Mendonça, cujo filho, Francisco Teodoro de Mendonça, em união com Delfina Francisca de Andrade, gerou Manoel Teodoro de Carvalho; este e a esposa Josefa Claudina Ribeiro de Resende conceberam Antônio Teodoro de Carvalho, pai de Teófilo Teodoro de Rezende, por sua vez pai de José Rezende (Zeca), meu pai.

No segundo matrimônio, Ana com Manuel Pereira do Amaral eram pais de Tereza Maria de Jesus e sogros de Pedro Custódio Guimarães, cujo filho, Francisco de Paula Guimarães, em união com Maria Venância Teixeira, gerou Margarida de Paula Guimarães Teixeira; esta e o esposo Antônio Teodoro de Santana Teixeira conceberam José Venâncio Teixeira, pai de Djanira Umbelina Teixeira, mãe de José Rezende, meu pai.

O elo genealógico com Diogo e Júlia se fortalece com outro trajeto, no âmbito de minha herança pelo lado materno. Diogo e Júlia eram pais de João Luís Gonçalves casado com Maria Ângela da Cruz, e avós de Manoel Luís Gonçalves, que com sua esposa, Maria Justina Alves, conceberam Manoel Luís Gonçalves (filho); este se casou com Mathilde Cândida Profetisa e foram pais de Marianna Cândida Gonçalves, que desposou João Carlos Menezes (pai), e tiveram o filho João Carlos de Menezes que em seu casamento com Anna Augusta Ramos geraram Ana Ramos de Menezes Rezende, minha mãe.

 

 

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