Os primeiros números do auxílio emergencial em Resende Costa e municípios vizinhos


Economia

José Venâncio de Resende0

Auxílio emergencial gerou filas imensas por todo o país.

Recentemente, o professor de administração e vereador Leonardo Henrique publicou, em seu facebook, uma tabela com valores do Auxílio Emergencial para São João del-Rei e outras cidades mineiras, cuja fonte é o portal da transparência do governo federal.

O município de São João del-Rei foi contemplado com R$ 13.923.600,00 de Auxílio Emergencial, para um total de 20.427 beneficiários, no período abril a maio. Apenas como referência, no período abril a junho, o Bolsa Família destinou ao município o valor de R$ 1.375.540,00.

Uma rápida pesquisa no portal da transparência mostra que, até agora, 2.718 pessoas de Resende Costa receberam Auxílio Emergencial somando o valor total de R$ 1.806.600,00. No período maio-junho, o Bolsa Família correspondeu ao montante de R$ 133.383,00.

O professor e economista Aluizio Barros, aposentado da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), destaca o grande espanto causado pelo número de beneficiários. O auxílio emergencial representa 22,6% da população são-joanense de cerca de 90 mil habitantes. No caso de Resende Costa, o percentual de assistidos é maior (23,5%).

Na vizinha Lagoa Dourada, foram disponibilizados R$ 2.110.800,00 de Auxílio Emergencial para 3.273 pessoas. Já São Tiago recebeu R$ 1.690.200,00 correspondendo a 2.558 beneficiários. No caso de Prados, o total do Auxílio Emergencial foi de R$ 1.218.600,00 que beneficiaram 1.872 pessoas.

Repercussões

Para Cláudio Márcio de Matos Rocha, diretor financeiro da Asseturc (Associação Empresarial e Turística de Resende Costa), tanto o auxílio emergencial quanto o bolsa família foram providenciais para a continuidade das atividades, principalmente no seu ramo (supermercado). “Boa parte de nossos consumidores advém do relacionamento direto e indireto com artesanato produzido e comercializado aqui, e são pessoas que trabalham no mercado informal, houve ainda manutenção (menor) do consumo .”

Mas ele alerta que está havendo “uma redução drástica nas compras e pagamentos; vejo que se não tivermos uma nova estratégia de convivência com esse vírus, estaremos fadados a problemas insuperáveis”. Esta redução no consumo acontece principalmente nas duas últimas semanas. “Acredito muito nas consequências de várias ações desencadeadas pela pandemia: desemprego (por consequência, término dos recebimentos seguros), mortandade absurda de várias empresas ligadas ao vários setores mais afetados, etc.”

Aluizio Barros considera que o auxílio emergencial representa grande esforço pela sua escala de atendimento. “Somos um país de muitos pobres e vulneráveis socialmente falando. Uma crise como esta da pandemia não tem precedentes. Os governantes têm mesmo que gastar muito e elevar a dívida pública para patamar astronômico de 95% do PIB. As contas serão pagas pelas gerações futuras.”

Esta é uma pequena amostra do que acontece pelo Brasil. O impacto do Auxílio Emergencial, principalmente em regiões como o Nordeste, tem levado alguns analistas políticos a acreditarem que o presidente Jair Bolsonaro capturou a ideia de transferência de renda. Isto explica porque o governo quer acelerar o lançamento de novo programa, que substituiria o bolsa família, com a marca “Renda Brasil”.

Segundo o ministro Paulo Guedes, a ideia é incluir os informais, desempregados e autônomos que recebem o auxílio emergencial. Isto também explica em parte porque Guedes está à procura de novas fontes de receita, como a proposta de taxação do comércio eletrônico.

Até o fechamento desta notícia, não constava no portal da transparência do governo federal nenhuma nova transferência do Auxílio Emergencial no mês de junho.

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