Existe um debate entre pais e responsáveis sobre autorizar ou não a volta dos filhos para a sala de aula. A decisão final será de cada família. A Escola Estadual Assis Resende está realizando uma pesquisa sobre o provável retorno dos alunos. Até o dia 01 de julho, a pesquisa ainda não havia sido finalizada, mas Roseni antecipou que o resultado parcial era: 50% dos pais aprovam a volta às aulas e 50% não autorizam o retorno dos estudantes à escola. “Ainda temos uma parte que está preferindo esperar um pouco para autorizar o retorno dos filhos.” A diretora destaca ainda que não há como garantir que a volta às aulas não trará riscos. “Às vezes, alguns pais me perguntam: ‘Você acha que não terá riscos?’ Mas eu não posso falar isso. O que eu posso falar é que a gente vai tomar todas as precauções que temos que fazer, mas a decisão de volta, ou não, é muito pessoal.”
Rose comenta sobre a decisão dos pais e responsáveis. “De acordo com o protocolo de volta às aulas, os pais devem autorizar, assinando um termo de compromisso, a volta presencial ou não do(a) de seu(a) filho(a). Além disso, há o comprometimento em avaliar se o filho está com algum sintoma gripal e não enviar o mesmo à escola. Quanto aos alunos ficarem prejudicados por não estarem de forma presencial, é muito relativo falar sobre isso, porque sabemos que o prejuízo nesse período todo sem aula vai ser grande. E com o retorno, nós profissionais da educação, pais e alunos, vamos mais uma vez ter que nos adaptarmos a essa nova proposta híbrida e nos unirmos para sanar esse prejuízo. Não será fácil!”, disse a diretora do Conjurados.
Virginia também analisa. “Sabemos que, apesar de todo o trabalho dos profissionais da Educação, o que temos feito por nossos alunos não será suficiente para sanar o prejuízo que a falta das aulas presenciais tem proporcionado. Chega a ser cruel escolher: voltar e expor alunos e funcionários a uma contaminação e suas consequências ou manter o estudo remoto, sabendo que os alunos não estão aprendendo como deveriam. É importante ressaltar que, assim como os pais e os alunos, nós, funcionários da Educação, nos sentimos angustiados e impotentes diante dessa situação. É difícil uma análise sobre o impacto dos estudos remotos no futuro dos alunos. O que podemos dizer é que estamos fazendo de tudo, da forma mais abrangente e democrática possível, para ampará-los. Voltando o ensino presencial, faremos um diagnóstico pedagógico para detectarmos a defasagem e o que precisará ser revisto com todos.”
Para que os alunos que decidirem não voltar às aulas presenciais neste momento não sejam ainda mais prejudicados por tanto tempo fora das salas de aula, os profissionais da Educação estão se preparando. “O sistema híbrido prevê que as atividades presenciais sejam as mesmas oferecidas no material remoto. No nosso caso, nas apostilas. Um formato de aula não pode andar em disparidade com outro. A grande diferença é a presença dos professores para explicar o conteúdo. É claro que isso tem sido feito nos grupos de WhatsApp, mas, além de termos alunos que não têm acesso à internet, o modo de aprendizagem virtual não prende tanto a atenção dos alunos quanto o presencial. Quanto à insegurança dos pais em mandar os alunos para a escola, entendo perfeitamente. Eles não estarão vacinados e, além disso, podem transmitir o vírus para alguém de seu convívio. Fará parte de nosso trabalho fazer de tudo para que os cuidados necessários sejam efetivos, porém a garantia de que nada irá acontecer, de que nenhuma criança e adulto serão contaminados é algo que ninguém pode determinar”, destaca Virginia.
Aos pais ou responsáveis que optarem por não enviar as crianças de volta às aulas, Sandra Belo explica que a instituição a qual dirige vai trabalhar para que não haja prejuízos para aqueles que permanecerem em casa. “Os alunos não serão prejudicados se os pais optarem por seus filhos não voltarem de forma presencial, uma vez que iremos adequar as atividades que serão trabalhadas presencialmente àquelas que serão ministradas aos alunos de forma remota.”