São-joanense assume o comando técnico da equipe Sub-20 do Cruzeiro

Gilberto Fonseca foi goleiro de grandes clubes do futebol brasileiro, como o Cruzeiro e o América


Esporte

Vanuza Resende0

Gilberto defendeu o Cruzeiro, como goleiro, na base e no time adulto. Foto Divulgação -Cruzeiro

Na década de 1980, o sonho de criança se tornou realidade e o são-joanense Gilberto Carlos da Fonseca, 49 anos, começou a construir sua carreira como goleiro no Cruzeiro Esporte Clube e não parou mais. Dentro de campo, Gilberto participou da campanha do título do Cruzeiro pela Copa do Brasil, já em 1993; também venceu a Série B do Campeonato Brasileiro com o América, no ano de 1997. Fora das quatro linhas, o são-joanense já comandou alguns times, como: o time do Betinense e a equipe juvenil do América. Gilberto trabalhou também no Paraná, Goiás, Vitória, Fluminense, Audax e Tupi. Em fevereiro deste ano, ele foi convidado para comandar a categoria Sub-17 do Cruzeiro e, em setembro, uma novidade: assumiu a principal equipe juvenil do clube, o Sub-20.

Nesta entrevista, o ex-goleiro e agora treinador falou sobre os desafios da atual gestão do Cruzeiro, também sobre a oportunidade de treinar o time juvenil principal e destacou os seus planos para o clube.

 

Você foi contratado pelo Cruzeiro em fevereiro de 2020 para treinar a categoria Sub-17 e, em 9 de setembro, foi promovido a treinador do Sub-20. Como foi esse processo? Aconteceu muito rápido. Eu não esperava essa subida agora para o Sub-20. Lógico que eu almejava um dia subir de categoria, a gente que está no futebol quer sempre crescer. O diretor Gustavo Ferreira perguntou se eu queria assumir o Sub-20, porque o Rogério Micale tinha pedido para sair. Houve, então, essa oportunidade e eu aceitei prontamente. Me sinto muito preparado hoje para assumir o Sub-20 do Cruzeiro e muito feliz com essa oportunidade. É uma responsabilidade muito grande substituir o Micale, um campeão olímpico que estava desenvolvendo um trabalho muito bacana com os garotos Sub-20. Mas eu confio no meu trabalho e tenho certeza de que vamos fazer um grande Campeonato Brasileiro ainda esse ano com o Cruzeiro.

Como foram os meses à frente do Sub-17? Eu cheguei aqui no dia 03 de fevereiro, treinamos cerca de 40 dias, jogamos uma partida pelo Campeonato Brasileiro contra o Flamengo e tivemos que parar os trabalhos devido à pandemia. Depois de cinco meses e meio, retornamos com os treinamentos. Mesmo com esse tempo parado, a diretoria do clube estava acompanhando os meus trabalhos e foi por isso que eu fui convidado a assumir o Sub-20. Existia a possibilidade de contratar um outro técnico, um treinador de fora do clube, mas eles decidiram me dar essa oportunidade porque confiam no meu trabalho.

Quais são as competições que o Sub-20 vai disputar ainda esse ano? Estamos disputando o Sub-20 do Brasileiro, que começou no dia 23 de setembro, e no final do ano temos a Copa São Paulo. Infelizmente o Cruzeiro não se classificou no ano passado para a Copa do Brasil de 2020. Portanto, a meta nossa é o Brasileiro, uma competição muito forte. A gente está muito confiante em fazer um bom campeonato, porque vários jogadores que estavam no profissional, e subiram no ano passado, desceram para reforçar a equipe. Isso deu uma encorpada muito grande no nosso grupo. Praticamente são cinco ou seis jogadores que desceram – o time ficou bem forte para disputar essa competição.   

A classificação para a disputa da Copa do Brasil se dá através de qual campeonato? Pelo Mineiro. Por isso que não conseguimos a classificação e estamos focados no Brasileiro e na Taça São Paulo.

Acredito que você esteja assumindo o Cruzeiro com duas situações complicadas. A primeira delas é a pandemia. Como estão os treinos neste período de pandemia? Nossa rotina alterou, mas os treinos não muito. A logística muda, né? Estamos sempre dando treino de máscara. Mudou a nossa rotina de alimentação, não tem aglomeração mais, só dois por mesa. Estamos fazendo testes de Covid-19 ao menos quinzenalmente e sempre tomando todos os cuidados para que nenhum atleta seja contaminado.

A segunda situação é a crise que o Cruzeiro vive, a maior de sua história dentro e fora de campo. O clube planeja aproveitar os garotos do Sub-20 no profissional? Como estão as conversas com a diretoria sobre isso? É um momento muito difícil que o Cruzeiro vive. Financeiramente nem precisa falar. Também tecnicamente, a equipe profissional tem deixado a desejar, precisa melhorar muita coisa. E todo mundo dentro do clube tem consciência de que o Cruzeiro precisa virar essa chave e começar a ganhar. É importante demais o profissional estar ganhando porque isso reflete na base, já que o futebol profissional é o nosso carro-chefe. A expectativa é a de que a gente possa ajudar no que for preciso, trabalhando com os garotos para que eles possam servir ao profissional. Existe a expectativa de alguns garotos subirem, mas a gente tem que ter muito cuidado em um momento como esse, para não “queimar” esses jogadores. Porém, vamos trabalhar para que aos poucos eles possam, como eu disse, servir ao profissional.

Gilberto, você é muito conhecido na região do Campo das Vertentes. Muitas pessoas inclusive o conhecem desde a época em que você jogava nos campos de São João del-Rei e em cidades vizinhas. Agora, assumindo o Sub-20 do Cruzeiro, você pode ajudar aqueles garotos que sonham em estar em um grande clube como o Cruzeiro? Sim. Outro dia, uma pessoa me encontrou no Instagram e estou para trazer um menino de doze anos para fazer uma avaliação no clube. Na idade de Sub-20, não é tão fácil captar um garoto e trazer para cá. Tem alguns casos em que os garotos já jogam em times profissionais, como Figueirense e Athletic. Mas hoje é muito grande a procura por garotos de 12 e 13 anos, fase em que se começa a trabalhar os atletas. A gente vai estar atento e, no que eu puder ajudar, eu vou ajudar.

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