Universidade de Coimbra completa 729 anos com posse de novo reitor e equipe

Rejuvenescida, a UC desenvolve projetos de pesquisa inseridos na quarta revolução industrial.


Educação

José Venâncio de Resende0

Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo.

A Universidade de Coimbra (UC) completa 729 anos, neste 1° de março, com a comemração do “Dia da Universidade” e a posse do novo reitor, Amílcar Falcão, e sua equipe reitorial, para o mandato de 2019-2023. Criada pelo rei D. Dinis I em 1290, um século depois da fundação da nação portuguesa, a UC é uma das universidades mais antigas do mundo ainda em funcionamento e considerada a “maior universidade brasileira fora do Brasil”.

A nova equipe reitoral é composta por oito vice-reitores e dois pró-reitores. Os vice-reitores para o mandato 2019-2023 são: Luís Simões da Silva (Inovação e Empreendedorismo); Luís Neves (Finanças e Recursos Humanos); Delfim Leão (Cultura e Ciência Aberta); Cláudia Cavadas (Investigação e 3.º Ciclo); Alfredo Dias (Património, Edificado e Infraestruturas); Cristina Albuquerque (Assuntos Académicos e Serviços de Ação Social); António Figueiredo (Qualidade e Desporto); João Nuno Calvão da Silva (Relações Externas e Alumni).

Os novos pró-reitores são: José Pedro Figueiredo (Saúde Global, Cooperação em Saúde e Bioética) e Patrícia Pereira da Silva (Planejamento).

Mundos virtual e industrial

A produção científica da UC não para e já se encontra na quarta revolução industrial. Estudo inédito da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) mostra que é vantajosa a inclusão da realidade virtual na robótica, especialmente na robótica industrial. O trabalho responde, assim, a um desafio lançado pela DOLL Engineering, empresa alemã que desenvolve sistemas robóticos para a indústria.

Um grupo de investigadores do Laboratório de Robótica Industrial da FCTUC desenvolveu uma ferramenta robótica que tem tudo para «revolucionar a robótica industrial, designadamente a programação de robôs, porque estamos perante um novo conceito de interação Homem-máquina”, diz Norberto Pires, coordenador do projeto. Para isso, o grupo lançou mão de dispositivos de realidade mista, como a usada no Microsoft HoloLens – óculos que juntam objetos de realidade virtual (hologramas) -, e de realidade aumentada. “Qualquer técnico vai poder programar um robô sem saber nada sobre ele», acrescenta o cientista.

Basicamente, partindo do potencial do equipamento HoloLens da Microsoft, que projeta hologramas (imagens tridimensionais) no ambiente real onde é utilizado, «o sistema desenvolvido permite que o utilizador extraia informação visual da peça real, por exemplo, do projeto em 3D dessa peça realizado numa ferramenta CAD, e a explore e manipule – visualmente em ambiente real – de acordo com a aplicação pretendida, através de simples gestos com as mãos”, descreve Norberto Pires. “De seguida, transmite essa informação ao robô, que por sua vez a assimila e gera o código necessário para a realização das operações definidas, as quais podem incluir a produção da própria peça (por impressão 3D, por exemplo).»

Assim, esta nova ferramenta torna a programação de um robô «acessível a qualquer pessoa, uma vez que o programador deixa de ter de saber o código específico de cada máquina, como é que se programa um determinado robô, isto é, os seus detalhes, a linguagem específica usada, as características do robô, etc.. Ou seja, tudo isso pode ser escondido do programador, o qual se concentra somente nos aspetos operacionais», acentua o cientista.

A equipe acredita que o sistema desenvolvido, em colaboração com a DOLL Engineering, terá «um vasto campo de aplicação num futuro próximo, mudando radicalmente a forma de programar robôs industriais. E, consequentemente, irá reduzir significativamente o tempo de projeção e de fabrico dos produtos, diminuindo os custos associados.»

A «integração da tecnologia de realidade virtual nos sistemas robóticos industriais atuais é, sem dúvida, um ponto de viragem na redução da complexidade para os utilizadores finais. A atual tecnologia de robôs ainda requer especialização avançada na programação», conclui Norberto Pires.

Este estudo foi publicado recentemente na revista internacional “Industrial Robot” da editora Emerald. Clique aqui para vizualizar a demonstração: https://www.youtube.com/watch?v=EWVPy2d39II.

Com informações de Cristina Pinto, da Assessora de Imprensa da UC

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