Vereador busca apoios na comunidade para projeto “Refloresta RC”

O objetivo é plantar 315 árvores nativas em quatro anos; já foram plantadas 66 mudas


Cidades

José Venâncio de Resende0

Imagens de ações do projeto Refloresta RC (Fotos arquivo Fernando Chaves)

“Refloresta RC” é um projeto de reflorestamento idealizado e coordenado pelo vereador Fernando Chaves (PDT), que conta com a parceria de associações, ONGS, voluntários e empresas que atuam no meio rural. Um dos principais aliados é o Instituto Rio Santo Antônio (IRIS), associação ambiental e cultural que atua há mais de dez anos em Resende Costa.

Ciente de que o mandato de vereador é limitado em termos de recursos e de estrutura pública para trabalhar, Fernando optou por envolver a comunidade no desenvolvimento das ações do projeto. A meta é plantar, pelo menos, 315 árvores em quatro anos. “Mas, pela energia que estou sentindo das pessoas e pelos apoios que estou recebendo, acredito que podemos ir bem além disso”, comemora.

 

Plantios. Neste início de ano, já foram plantadas 66 mudas: 64 em áreas de preservação permanente e duas em zona urbana. “Vamos concentrar a maioria dos plantios no período chuvoso (verão)”, conta Fernando Chaves.

O plantio mais robusto até agora foi de 50 mudas nativas em parceria com a Meta Construtora. A empresa disponibilizou o terreno na margem esquerda do Rio Santo Antônio, bem como a mão de obra, para que fosse realizado o plantio. Desde 2016, quando a empresa adquiriu o imóvel, “buscamos junto aos órgãos ambientais legais as devidas licenças para explorarmos a extração de areia no leito do rio”, conta o engenheiro civil Márcio Iago Pinto.

Ele acrescenta: “Após todas as licenças exigidas estarem em dia, iniciamos os trabalhos e, como medida compensatória, fizemos o cercamento de toda a APP (área de preservação ambiental) nas margens do rio em nosso domínio. No programa de recomposição da APP proposto pela empresa, iríamos cercar e deixar que a vegetação nativa se regenerasse.”

Então surgiu o projeto “Refloresta RC” e a parceria com Fernando Chaves viabilizou o plantio das 50 mudas, explica Márcio. “Hoje dispomos de três colaboradores que, durante algum tempo da semana, fazem a vistoria no local plantado. Já podemos observar que nenhuma muda foi perdida, fizemos o controle de pragas, como formigas, e as mudas já possuem hoje em média um metro de altura cada e, com certeza, farão grande diferença para o local.”

Também foram plantadas 12 mudas nativas no terreno do geógrafo e professor Adriano Valério, numa área de recarga de nascentes que alimentam o Ribeirão Mosquito, principal afluente à margem esquerda do Rio Santo Antônio. Adriano também é voluntário do IRIS. “O plantio de árvore é uma de nossas ações já realizadas desde o início. A proposta do vereador Fernando Chaves de plantar mudas nativas veio ao encontro do objetivo da Associação. Então, estamos em parceria com ele”, diz Adriano.

Esse tipo de projeto é de grande importância para o nosso município, reforça Márcio Pinto, que é o responsável pela área ambiental da Meta. “Temos um projeto frutífero também para a região, onde estaremos plantando frutas nas margens do rio, o que fará com que animais se alimentem nessas matas, beneficiando não só o meio ambiente como também toda a fauna existente na região.”

 

Mudas. As mudas plantadas são nativas da região e escolhidas com auxílio da diretoria técnica do IRIS, bem como dos viveiros que fornecem para o projeto, explica Fernando. “Já recebemos doações de mudas do IEF (Instituto Estadual de Florestas) e do viveiro da Fazenda do Pombal, na Floresta Nacional de Ritápolis.”

Há também mudas doadas por voluntários, como Antônio de Pádua (o Toninho do Apiário de Pádua), e a professora Janete Castro. Outros participam dos plantios e há o voluntário que inscreve seu terreno para fazer parte do projeto de reflorestamento.

O primeiro passo é a definição do local onde se vai plantar, explica o geógrafo Adriano Valério. “Se for numa praça ou numa área vista por pessoas, é sempre bom plantar árvores que dão flores em uma época do ano, pois o que importa é o visual. Podem ser plantadas algumas espécies, como quaresmeira, ipês (amarelos, roxos, rosa, brancos), sibipiruna (tem uma flor pequena e amarela), espatódea (aquela que tem na pracinha central da cidade, de flor vermelha) e o flamboiã. As duas últimas não são nativas do Brasil, mas não tem problema, são árvores paisagísticas.”

Em caso de áreas rurais, a prioridade deve ser por espécies nativas. “Mas é bom plantar árvores frutíferas também, pois servem de alimento para os animais, como mangas, jambos, goiabas, ameixas etc.”, orienta Adriano Valério.

Espécies nativas da categoria denominada “pioneiras” não são plantadas porque surgem naturalmente, como o assa-peixe, explica o professor. “Quanto às (categorias) secundárias e clímax, não é feita muita distinção por nós; isso é uma questão muito técnica. O que se faz é a separação de árvores que gostam de áreas mais úmidas, como aroeira, sangra d’água, pau-pombo, mangue e a canela. Enfim, a gente planta as espécies que estiverem disponíveis no Horto de Resende Costa.”

 

Escolas. O vereador Fernando Chaves informa que estão sendo inscritas as pessoas que possuam um terreno com área de preservação permanente ou reserva legal e queiram fazer plantio de espécies nativas nessas áreas. “Nós priorizamos APPs e reservas legais.”

Ele considera essencial que a área esteja devidamente cercada para evitar o pisoteio de animais. “O projeto está buscando parceria para obter possíveis doações de mourões e arame para estimular o cercamento de nascentes e áreas de preservação. Mas por enquanto estamos priorizando terrenos já cercados.”

Fernando pretende envolver escolas e outras entidades, futuramente, assim que for superada a pandemia da Covid-19. “O objetivo do projeto é realizar ações de reflorestamento, em especial em áreas que estejam necessitando de recuperação, promovendo também a educação ambiental durante o processo e dando foco para o aspecto educativo e pedagógico dos plantios.”

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