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Resende Costa: 1912 – 2012 (Parte final)

12 de Julho de 2012, por Regina Coelho

No início da década de 50, um empreendimento de vulto surgiu na cidade. Com toda pompa e circunstância, foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1952 o Salão Paroquial Padre Adelmo (C.P.P.), importante espaço multiuso idealizado por aquele que lhe empresta o nome, palco de eventos cívicos religiosos e artísticos.

Os anos 60 trouxeram boas novas na área da educação. Administrado por Miled Hannas, o município passou a contar com os serviços do Ginásio Nossa Senhora da Penha, o que corresponde hoje às quatro séries finais do Ensino Fundamental. Nas comemorações de formatura da primeira turma, em 1963, muita festa e uma curiosidade: o lançamento na cidade de “O Inconfidente” compondo parte dos festejos daquele importante momento. Atuando como diretor-redator do jornal, destacou-se o professor José Procópio da Silva, professor do ginásio e brilhante latinista. Tal feito se deveu ao empenho do prefeito Adenor de Assis Coelho, na administração de quem foi inaugurado o Grupo Escolar Conjurados Resende Costa (depois, Escola Estadual e, atualmente, Escola Municipal).

Além da importância natural que essas duas escolas passaram a ter para a vida do município, elas foram embriões de um crescimento significativo no setor com a consequente implantação do segundo grau (o Ensino Médio de hoje) em 1972 e a extensão de séries nas escolas da cidade e no Ribeirão.

Um olhar mais atento sobre a lista que encabeça a primeira parte da presente matéria com os nomes dos prefeitos e vice-prefeitos de Resende Costa revela que num curto período de seis anos a cidade teve três prefeitos: Cici Alves, Geraldo Monteiro e Aristides Coelho. O primeiro cumpriu mandato de dois anos, o que valeu no país todo com o objetivo de tornar coincidentes os mandatos eletivos. O segundo renunciou ao cargo, fato que transformou em prefeito o “Coelho” (então vice), por igual período exercido por aquele a quem sucedeu. Em contrapartida, entre 1977 a 1988, ou seja, em doze anos, o município teve dois prefeitos com mandatos de seis anos: Cici Alves novamente e sucedendo-o Gilberto Pinto. Depois disso, até o momento atual, os mandatos para o executivo municipal voltaram a ter quatro anos de duração, havendo possibilidade de o candidato disputar uma reeleição desde a disputa do ano 2000. A propósito, com tantas mudanças na legislação em se tratando de vigência dos mandatos eletivos, vez ou outra ganha força a ideia de unificação das eleições gerais e municipais, que hoje ocorrem alternadamente a cada dois anos.

Dois momentos especiais marcaram os primeiros anos da década de 80. Assim é que o surgimento da Associação Cultural Movimento Raízes e suas cinco edições anuais do “Encontro de Inverno de Resende Costa” caracterizaram um período de grande efervescência na vida cultural da cidade. Também o Jornal Novo (periódico idealizado e comandado pelo Toninho Melo Dr. Antônio Pedro, hoje promotor de Justiça na vizinha São João) foi destaque naqueles produtivos anos.

Na gestão do prefeito Camilo Lélis, o Teatro Municipal passou por uma reforma, o que acontece novamente neste ano do centenário da cidade, agora administrada pelo prefeito Adilson Resende. Paralelamente aos trabalhos de restauração do teatro, foi criada a “Fundação Casa de Cultura”, solenemente instalada no mesmo prédio e tendo como coordenadores gerais José Márcio Resende e Luiz Antônio Pinto. Este último, por sinal, como prefeito eleito na disputa seguinte, pôde concretizar muitos dos propósitos da Casa de Cultura.

No final de 2008, um sonho antigo de muitos resende-costenses virou realidade quando a cidade, sob a administração de Gilberto Pinto, pôde comemorar a inauguração do prédio da Biblioteca Municipal, bela e imponente construção erigida ao lado do casarão da Câmara Municipal, no Mirante das Lajes.

Sem deixar de considerar a importância dos fatos aqui apresentados, ressaltando ainda o caráter subjetivo do que foi selecionado, bem como sem deixar de reconhecer o mérito dos homens que em momentos distintos conduziram os destinos de Resende Costa, elejo dois símbolos ligados à sua história centenária: o Teatro Municipal e o Salão Paroquial. Na construção de ambos, a participação popular. Em mutirão, pessoas carregando pedras para a obra do teatro, que foi inaugurado sem forro, o que provocou novos esforços coletivos. O mesmo ocorrendo tempos depois, com a mobilização de tanta gente para conseguir erguer não um simples salão, mas um ousado edifício para a época.

Neste ano de comemorações do aniversário de cem anos da cidade da laje, contando com a atuação brilhante da Banda de Música Santa Cecília (corporação mais antiga que a própria Resende Costa, uma vez que foi fundada em fins do século XIX), registre-se a homenagem de reconhecimento da coluna a todos os cidadãos de bem deste município tão querido.

Nascer ou não em Resende Costa, viver e/ou trabalhar aqui ou fora daqui guardando no coração sentimentos de amor e orgulho por esta cidade são formas de conferir nossa verdadeira identidade resende-costense e sustentar a sensação que temos de pertencimento a esta terra.

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