PERÍODO | PREFEITO | VICE |
Até 1935 | Francisco Mendes deResende | - |
1935-1946 | José Vilela daCosta Pinto | - |
1945 | Pedro Muzzi do Espírito Santo | - |
1945 | Padre Nelson Rodrigues Ferreira | - |
1945 | José Vilela daCosta Pinto | - |
1946 | Alcindo Resende | - |
1946 | Sebastião Lara | - |
1946-1947 | José Gabriel de Resende | - |
1947-1950 | Antônio de Souza MaiaJúnior | Olíndio Argamin de Freitas |
1951-1954 | Geraldo Monteiro de Oliveira- 1º mandato | Antônio da Silva Barbosa |
1955-1958 | Antônio (Honório) de Resende - 1º mandato | José Augusto dos Reis |
1959-1962 | Miled Hannas | José da Conceição Vale |
1963-1966 | Adenor de Assis Coelho | José Benedito de Sousa |
1967-1970 | Antônio (Honório) de Resende - 2º mandato | Plestes de Oliveira Resende |
1971-1972 | Ocacyr Alves de Andrade - 1º mandato | José Celso da Silva |
1973-1974 | Geraldo Monteiro de Oliveira- 2º mandato (incompleto) | Aristides Coelho dos Santos |
1975-1976 | Aristides Coelho dos Santos - (posse do vice) | - |
1977-1982 | Ocacyr Alves de Andrade - 2º mandato | Marcos de Oliveira Neto |
1983-1988 | Gilberto José Pinto- 1º mandato | Aquim Coelho de Resende |
1989-1992 | Camilo Lélis de Resende Chaves | José Asterak Moreira |
1993-1996 | Luiz Antônio Pinto | João de Paiva Filho |
1997-2000 | José Rosário Silva | Silvério Nivaldo de Assis |
2001-2004 | Gilberto José Pinto- 2º mandato | Antônio Aparecido de Sousa |
2005-2008 | Gilberto José Pinto- 3º mandato | Paulo César Fortuna Dias |
2009-2012 | Adilson Avelino de Resende | João de Paiva Filho |
Neste junho de 2012, o centenário de emancipação política de Resende Costa, como não poderia deixar de ser, é pauta quase inevitável. Optei por fazer uma abordagem despretensiosa ligada às pessoas cujos nomes constam na relação acima na condição de prefeitos e vice-prefeitos por esses cem anos. A análise crítica sobre cada momento histórico fica a cargo dos especialistas no assunto ou estudiosos da história do município. Fico com particularidades que julguei interessantes, especialmente aquelas relacionadas à educação e à cultura. Possíveis imprecisões em datas e nomes bem como omissão de fatos se devem à escassez de fontes fidedignas e à limitação normal de espaço no Jornal das Lajes.
Diante do exposto, mãos à obra. Considerando os dois primeiros mandatários, é possível observar o longo período de permanência deles no poder, especialmente o do coronel Mendes. Eleito inicialmente presidente da primeira Câmara Municipal, tornou-se, na prática, chefe do Executivo. Entre seus incontáveis feitos, destaque para a criação do Grupo Escolar Assis Resende (hoje Escola Estadual Assis Resende), da Biblioteca Pública Municipal e a edificação do Teatro Municipal, que fez de Resende Costa, à época, um dos poucos municípios mineiros a abrigar um teatro. Sucessor e homem de confiança de Mendes Resende, doutor Costa Pinto cumpriu dois mandatos (nomeado e eleito) e foi um verdadeiro mecenas. Com o patrocínio da municipalidade, possibilitou a vinda de inúmeras e qualificadas companhias artísticas à cidade. É oportuno assinalar ainda a fundação do Grêmio Literário, espaço instalado nos “Quatro Cantos” (hoje o imóvel é propriedade do Luizinho Chaves) e a movimentação de alguns valorosos grupos teatrais como fatos importantes no contexto cultural das primeiras décadas do século XX.
Em relação aos anos 40, louve-se o idealismo de alguns resende-costenses para a criação de alguns jornais: “O Papagaio”, “A Araponga” (sugestivos os nomes, não?) e “O Resende Costa”, periódicos altamente literários, portanto, distantes da linha convencional de jornais. Destaco também o Cine Santa Teresa, empreendimento arrojado para a época, instalado no prédio do Teatro Municipal, cenário de anteriores exibições cinematográficas.
Com a ditadura do Estado Novo (1937-1945), os prefeitos (nova designação para os governantes municipais) passaram a ser nomeados pelos interventores dos estados. 1945 foi um ano politicamente tenso para Resende Costa. Em 24 de novembro de 45, assumiu o poder doutor Pedro Muzzi (primeiro juiz municipal). Sobre esse momento de indefinição constitucional assim se expressou o Padre Nelson, que chegou a tomar posse como prefeito de Resende Costa: “Verificando-se pouco depois que os snrs. Juízes, por serem Juízes Eleitorais, não podiam ser prefeitos, foi o Vigário da Paróquia, não sem muita relutância nossa, indicado para responder pelo expediente da Prefeitura até o dia 3 de Dezembro. Devido à permanência do tempo, não houve consultas ao Snr Arcebispo, mas sim, ao Rev.mo Forânea, que concordou aceitássemos a indicação. Fomos empossado como Prefeito no dia 28 de Novembro. Passadas as eleições de 2 de Dezembro, passamos a Prefeitura ao Snr. Prefeito Dr. Costa Pinto, no dia 3 de Dezembro às 12 horas”. (Livro do Tombo da Paróquia Nossa Senhora da Penha). Com a renúncia do Dr. Costa Pinto em 14 de junho de 1945, foi nomeado prefeito, Alcindo Resende, então secretário da Prefeitura e que permaneceu no cargo até novembro de 1946, retirando-se voluntariamente. Ato contínuo, em reunião presidida pelo Padre Nelson no Teatro Municipal, às 19 horas do dia 1º de novembro de 1946, foi indicado o nome do Dr. Sebastião Lara (médico), por maioria dos votos, para ocupar a cadeira de chefe do executivo municipal.
No que diz respeito à permanência do senhor José Gabriel de Resende como prefeito, dona Aparecida (filha dele, esposa do Élcio Maia) me revelou que, por pressão de um grupo de correligionários liderados por Tancredo Neves, o pai se viu obrigado a aceitar aquele encargo até 1947.
(A matéria continua em julho.)