Corpo em movimento

Obesidade mata, mas ainda dá tempo!

14 de Julho de 2016, por Cristiane Vale Sousa 0

A correria do dia a dia e o comodismo estão colaborando cada vez mais para o aumento no número de pessoas sedentárias e que se alimentam de forma incorreta. Esse hábito é altamente preocupante, pois uma de suas consequências é a obesidade que, em casos agravantes, pode levar até mesmo à morte.

A obesidade tornou-se uma epidemia que atinge pessoas do mundo todo, seja na infância ou na vida adulta. Ela é caracterizada como sendo uma doença crônica não transmissível, ou seja, acompanha a pessoa por um longo prazo e o corpo apresenta massa gorda em grande quantidade, que é a gordura corporal em excesso.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma das formas mais práticas para se avaliar a obesidade em adultos sedentários é através do IMC (Índice de Massa Corpórea). Para calcular o IMC é muito simples, basta dividir o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) elevada ao quadrado. Com o resultado pode-se observar em qual categoria o indivíduo estará enquadrado: IMC abaixo de 17 – muito abaixo do peso; entre 17 e 18,49 – abaixo do peso; entre 18,5 e 24,99 - peso normal; entre 25 e 29,99 - sobrepeso; entre 30 e 34,99 – obesidade classe I; entre 35 e 39,99 – obesidade classe II (severa); acima de 40 obesidade III (mórbida). Vale lembrar que o IMC possui algumas limitações, por isso está sendo muito estudado, a fim de buscar respostas mais fidedignas para cada idade e situação em que o indivíduo se encontra.

Pessoas obesas apresentam alto perímetro de cintura (medida do contorno da cintura), e o acúmulo de gordura na área central do corpo pode refletir numa uma maior quantidade de gordura abdominal visceral, que se localiza nos órgãos internos, a qual pode estar associada a várias doenças cardiometabólicas (DE OLIVEIRA et al., 2014). Quanto maior é a perimetria de cintura, maiores são as chances de ocorrer esse tipo de doença. Exemplos de doenças do tipo cardiometabólicas: hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares como o enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e a doença arterial periférica, entre outras. Além dessas doenças, a obesidade pode se relacionar também com alguns tipos de câncer.

Direta ou indiretamente, o início da obesidade pode estar ligado a diversos fatores como: inatividade física, má alimentação, traumas emocionais e desequilíbrios hormonais. Há uma variação de pessoa para pessoa, mas, na maioria das vezes, a escolha do estilo de vida influencia fortemente.

Como dito acima, o peso excessivo pode estar ligado a traumas emocionais. Esses traumas podem ocasionar ganho de peso e, por outro lado, o ganho de peso pode acarretar da mesma forma um distúrbio psicológico. Infelizmente vivemos uma realidade em que a sociedade e a mídia impõem padrões físicos, o que contribui para que esse estigma seja levado até o obeso. Com isso, as pessoas obesas acabam por se sentirem excluídas ou até mesmo com vergonha do próprio corpo. Isso pode impedir que o obeso recorra aos locais onde ele possa se exercitar a fim de buscar a perda de peso, já que o exercício físico é tão importante quanto a alimentação no processo de emagrecimento.

Hoje em dia, as opções de exercícios físicos são diversas. É importante encontrar alguma atividade que proporcione certa euforia e que tenha a ver consigo mesmo, pois temos maiores chances de continuar a fazer algo que realmente gostamos. A opção por atividades em grupo também é muito interessante, pois além de incentivar uns aos outros, a socialização inerente a essas atividades auxilia bastante o aspecto psicológico das pessoas.

O índice de crianças e adolescentes obesos está crescendo muito e a tendência é persistir na vida adulta. A família deve, então, estar atenta aos primeiros indícios de obesidade: aumento no número das roupas, acúmulo de gordura na região abdominal e cervical (pescoço), compulsão alimentar e insatisfação com o próprio corpo.

Procurar um profissional de educação física para orientação de exercícios físicos e para avaliação da composição corporal pode ser um excelente começo para diminuir o risco de futuras complicações.

Pesquisas estão sendo feitas frequentemente com o intuito de buscar estratégias para o emagrecimento da população de obesos. Existem muitas questões sobre a obesidade para as quais ainda não se têm respostas. Mas é certo que o caminho para a prevenção e controle dessa doença é através do exercício físico e da boa alimentação, porém, devido à sua complexidade, vai além disso. 

Exercício físico: o poderoso não medicamentoso

12 de Maio de 2016, por Cristiane Vale Sousa 0

Atualmente, pesquisas demonstram o aumento exponencial de pessoas em todas as faixas etárias estressadas psicologicamente no mundo todo. Os gastos com a saúde mental nos mostram a real necessidade de medidas paliativas, uma vez que o estresse pode ser, inclusive, causa desencadeadora de outras doenças. Neste contexto, o exercício físico tem sido considerado como meio eficaz para cura, melhoria ou prevenção de doenças diretamente ligadas à mente.

Durante a prática de exercícios, nosso corpo sofre alterações fisiológicas e psicológicas gerando respostas hormonais. Dentre os hormônios liberados está a endorfina - o hormônio do prazer -, que é liberado após o exercício. Este mesmo hormônio é também liberado pelo corpo quando comemos um chocolate. Isso mesmo! Porém, chocolate em excesso pode ser um dos fatores que levam a diversos malefícios à saúde.

O exercício físico pode ser usado como opção não medicamentosa que visa a proporcionar benefícios para o corpo e para a mente. Muitas pessoas que já praticam não têm dúvidas em dizer o quanto a prática regular de exercício físico é essencial para o bem-estar. Dentre tantas vantagens que o exercício físico proporciona, podemos citar algumas: aumento da autoestima e do humor; controle dos níveis de estresse, ansiedade e depressão; interação social; desenvolvimento de aptidão física para as atividades do dia a dia. Além disso, previne diversas doenças e regula o sono.

Além de todos esses pontos positivos, destaco também a importância para o cuidado com a saúde, quando o assunto é obesidade, temática que pretendo abordar de forma mais profunda em artigo futuro. A obesidade pode ser desencadeadora de distúrbios psicológicos, ou estar ligada a eles. Por isso, o exercício é fundamental para a manutenção do metabolismo, que é o conjunto de transformações e reações químicas que acontecem em nosso corpo.

Uma pesquisa feita através do meu Trabalho de Conclusão de Curso no ano passado referenda o que demonstrei acima. O objetivo da pesquisa foi avaliar o efeito de um treinamento físico de 90 dias, seguindo parâmetros antropométricos (mensuração do corpo humano), e do nível de estresse em mulheres entre 28 e 50 anos de idade. Para serem incluídas nesse estudo, as mulheres deveriam ser sedentárias ou pouco ativas, realizar um teste de estresse que deveria ser positivo e possuir massa corpórea maior que 30kg/m². Ao final, obtiveram-se duas reflexões: 1) o treinamento, por si só, não ocasionou melhoras significativas nos parâmetros antropométricos das mulheres em estudo, pois elas não tiveram acompanhamento nutricional e 2) apesar da ineficiência nos dados antropométricos, observou-se uma melhora nos parâmetros de análise psicológica da amostra em estudo após o treinamento físico, bem como, as mulheres avaliadas passaram do estado de sedentarismo para ativo. Isso nos mostra que o exercício pode ser uma forma alternativa para o tratamento de distúrbios psicológicos, proporcionando às pessoas melhor qualidade de vida psicológica, sobretudo quando comparadas a pessoas que não se exercitam.

A expressão romana “mente sã, corpo são” faz muito sentido, já que não é a mente que depende da saúde vinda do corpo, mas, sim, o corpo sadio depende de uma mente sadia. Sendo assim, cuidar da mente é essencial para que a saúde reflita no corpo. Como diz Sócrates, (469aC/399aC): “Na música, a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica, dá saúde ao corpo”.

 

Em qualquer fase da vida pode ser a hora de começar a se exercitar. O importante é encontrar uma modalidade esportiva com a qual você se identifique melhor. É importante também o acompanhamento de um professor de Educação Física, pois, muitas vezes, é necessário fazer adaptações de treinamento às necessidades específicas de cada pessoa.