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Exercício físico: o poderoso não medicamentoso

12 de Maio de 2016, por Cristiane Vale Sousa

Atualmente, pesquisas demonstram o aumento exponencial de pessoas em todas as faixas etárias estressadas psicologicamente no mundo todo. Os gastos com a saúde mental nos mostram a real necessidade de medidas paliativas, uma vez que o estresse pode ser, inclusive, causa desencadeadora de outras doenças. Neste contexto, o exercício físico tem sido considerado como meio eficaz para cura, melhoria ou prevenção de doenças diretamente ligadas à mente.

Durante a prática de exercícios, nosso corpo sofre alterações fisiológicas e psicológicas gerando respostas hormonais. Dentre os hormônios liberados está a endorfina - o hormônio do prazer -, que é liberado após o exercício. Este mesmo hormônio é também liberado pelo corpo quando comemos um chocolate. Isso mesmo! Porém, chocolate em excesso pode ser um dos fatores que levam a diversos malefícios à saúde.

O exercício físico pode ser usado como opção não medicamentosa que visa a proporcionar benefícios para o corpo e para a mente. Muitas pessoas que já praticam não têm dúvidas em dizer o quanto a prática regular de exercício físico é essencial para o bem-estar. Dentre tantas vantagens que o exercício físico proporciona, podemos citar algumas: aumento da autoestima e do humor; controle dos níveis de estresse, ansiedade e depressão; interação social; desenvolvimento de aptidão física para as atividades do dia a dia. Além disso, previne diversas doenças e regula o sono.

Além de todos esses pontos positivos, destaco também a importância para o cuidado com a saúde, quando o assunto é obesidade, temática que pretendo abordar de forma mais profunda em artigo futuro. A obesidade pode ser desencadeadora de distúrbios psicológicos, ou estar ligada a eles. Por isso, o exercício é fundamental para a manutenção do metabolismo, que é o conjunto de transformações e reações químicas que acontecem em nosso corpo.

Uma pesquisa feita através do meu Trabalho de Conclusão de Curso no ano passado referenda o que demonstrei acima. O objetivo da pesquisa foi avaliar o efeito de um treinamento físico de 90 dias, seguindo parâmetros antropométricos (mensuração do corpo humano), e do nível de estresse em mulheres entre 28 e 50 anos de idade. Para serem incluídas nesse estudo, as mulheres deveriam ser sedentárias ou pouco ativas, realizar um teste de estresse que deveria ser positivo e possuir massa corpórea maior que 30kg/m². Ao final, obtiveram-se duas reflexões: 1) o treinamento, por si só, não ocasionou melhoras significativas nos parâmetros antropométricos das mulheres em estudo, pois elas não tiveram acompanhamento nutricional e 2) apesar da ineficiência nos dados antropométricos, observou-se uma melhora nos parâmetros de análise psicológica da amostra em estudo após o treinamento físico, bem como, as mulheres avaliadas passaram do estado de sedentarismo para ativo. Isso nos mostra que o exercício pode ser uma forma alternativa para o tratamento de distúrbios psicológicos, proporcionando às pessoas melhor qualidade de vida psicológica, sobretudo quando comparadas a pessoas que não se exercitam.

A expressão romana “mente sã, corpo são” faz muito sentido, já que não é a mente que depende da saúde vinda do corpo, mas, sim, o corpo sadio depende de uma mente sadia. Sendo assim, cuidar da mente é essencial para que a saúde reflita no corpo. Como diz Sócrates, (469aC/399aC): “Na música, a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica, dá saúde ao corpo”.

 

Em qualquer fase da vida pode ser a hora de começar a se exercitar. O importante é encontrar uma modalidade esportiva com a qual você se identifique melhor. É importante também o acompanhamento de um professor de Educação Física, pois, muitas vezes, é necessário fazer adaptações de treinamento às necessidades específicas de cada pessoa.

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