Voltar a todos os posts

Acreditar em Deus

19 de Setembro de 2018, por João Bosco Teixeira

Um bom amigo dizia-me que acabara de ler A história do ateísmo, do francês Georges Minois.  Um livro de quase oitocentas páginas. Falamos sobre o assunto. Lá pelas tantas, indaguei dele:

– Você acredita em Deus?

E ele, na paz, me falou:

– Devagar. Primeiro, seria preciso saber o que é Deus. Não nos é possível alcançar isso, porque Deus, numa concepção genérica, não tem começo, não tem fim, é sumo em tudo e, por conseguinte, nós humanos não temos inteligência suficiente para projetar um conceito que fuja do tempo e do espaço, limites de nossa inteligência ou de nossa experiência. É como me dizia um físico a quem manifestei a dificuldade que me assaltava, relativamente ao conceito e à existência de Deus. Ele me falou:

Mas você quer entender o Deus a quem você cultua? Não é possível. Não nos é possível. Seria como um físico que quisesse compreender o universo. Nós, físicos, mal conhecemos o nosso universo. Há milhares de outros.

– Então, dizer que acredito ou não acredito em Deus, é uma profissão de fé no absolutamente desconhecido, porque indefinido.

Vou, no entanto, dar uma resposta à sua pergunta. Eu acredito no Deus de Jesus. Como assim? Você poderia me perguntar. É, acredito naquilo que Jesus veio nos oferecer, naquela imagem de Deus que Ele nos transmitiu. Então, quando falo que acredito em Deus, quero dizer que, por meio de Jesus, tento experimentar uma sensação de paz, de tranquilidade porque me sinto “nas mãos de Deus”, me sinto, em qualquer situação, mas sobretudo na morte, como lançado “nos braços” de Deus. Porque não consigo, não sei, o que Ele seja, como seja. Não tenho cérebro para isso. Mas experimento contar com Ele, confiar nele, saber dele acolhendo-me. Essa fé eu tenho, que não é objeto de estudo. De contemplação, de imaginação, talvez, porque a gente é isso também. Quero ainda lhe confessar uma coisa:  eu preciso de Deus. E sei porquê. Porque não quero morrer definitivamente. Porque preciso viver, mesmo depois de terminar minha história aqui na terra. Eu quero viver. E a única forma de viver depois da morte é em Deus.

A conversa continuou: sem uma definição de Deus, mas com a certeza de que meu amigo acredita em Deus, como: “Aquele que é”. E, mais ainda, Aquele que se pode “experimentar”, independentemente de qualquer humana explicação. Afinal, Deus é inefável.

Nessa altura, indaguei mais:

– E você é católico? Aí a conversa foi outra. Boa. Bonita. O resultado dela fica para depois, uma vez que me parece útil para nossas vidas de católicos.

Deus é invisível: “Ninguém jamais o viu”, segundo a Bíblia. Experimentá-lo, no entanto, sob mil formas, é a grande aventura da vida! E privilégio!

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário