Flávia Bon Cardoso vence o Prêmio Nacional de Literatura Academia de Letras de São João del-Rei – Poesia 2023

A premiação ocorreu no dia 30 de novembro, no Museu Regional de São João del-Rei, com entrega do Prêmio pelo escritor, poeta e presidente da Academia, Evaldo Balbino


Cultura

Da redação0

fotoPoeta Flávia Bon Cardoso recebe premiação das mãos do poeta, professor da UFMG e presidente da ALSJDR, Evaldo Balbino (foto divulgação)

No último dia 30 de novembro, o Museu Regional de São João del-Rei recebeu a solenidade de Encerramento do Ano Acadêmico da Academia de Letras de São João del-Rei (ALSJDR). O evento contou com o lançamento do livro Para se ler no claustro, de Flávia Bon Cardoso, e com o lançamento da Revista da Academia de Letras de São João del-Rei – Ano XII – Nº12 – 2023. Além disso, a autora, vencedora do Prêmio Nacional de Literatura ALSJDR – Poesia 2023, foi homenageada. 

 A cerimônia foi presidida por Evaldo Balbino, presidente da Academia de Letras de São João del-Rei. Estiveram presentes na mesa: o representante da Secretaria de Cultura, José Carlos: o reitor da UFSJ, Marcelo Pereira; o presidente da Academia, Evaldo Balbino, e a vice-presidente, Ana Cintra; a autora premiada; e, por fim, o Chefe de Serviços do Museu Regional, João Victor Militani. A primeira secretária, a poeta e acadêmica Terezinha de Jesus da Silva, foi a mestre de cerimônias do evento. Muitos membros da Academia de Letras também estiveram presentes na solenidade.

 

Prêmio

 O Prêmio Nacional de Literatura Academia de Letras de São João del-Rei – Poesia 2023, agora em sua segunda edição, tem o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Prefeitura Municipal de São João del-Rei – por meio de Plano de Trabalho elaborado pela Academia de Letras, aprovado pelo Patrimônio e pelo Conselho Municipal de Cultura. “A ALSJDR cumpre, mais uma vez, seus objetivos e seu papel cultural previstos em seus documentos oficiais, de acordo com o Art. 13 do seu Regimento Interno, que prevê a instituição de ‘prêmios que visem a incentivar a produção literária’”, diz Evaldo Balbino, presidente da instituição.

 A vencedora do prêmio agora em 2023 foi Flávia Bon Cardoso, com seu livro de poemas Para se ler no claustro. No prefácio da obra, afirma o poeta Evaldo Balbino: “A poética de Flávia Bon vem com força para dizer dum eu que não se diz totalmente, justamente porque nenhum sujeito, em sua liquidez, dá conta de uma plenitude. Para sua voz, o mar é infinito, do mesmo modo que o ‘que circum-navega dentro da gente’. Nas vertigens do delírio do canto – canto da cigarra delirante –, surge a lucidez da incompletude, surge a consciência de que a vida e os sujeitos da vida são labirintos, são corpos fluidos e perdidos: ‘e por esse pulsar contínuo, a me denunciar, / que eu sei do ínfimo que sou / e em que vivo. / algures recuperei a lucidez / de não ser a redentora / [nem a mim pude me salvar] / [...] / quando é no trajeto do labirinto / que se justificam os passos’. Eis aí a poesia, esta sim salvadora, os passos justificados, a sensação de completude mesmo que momentânea. Pensar o nada é enchê-lo de sentidos. A vida tem urgências e vazios, mas as espumas deixadas no mar pelos navios e as palavras deixadas pelo poeta na página em branco – tudo isso é poesia e vida carregada de significados.”

Flávia Bon Cardoso nasceu no interior do Estado do Rio de Janeiro, no município de Cantagalo, mas mora em Petrópolis, cidade serrana do mesmo estado. É formada em Letras, com especialização em Leitura e Produção Textual pela UFF (Universidade Federal Fluminense), e coordena um projeto de Mediação de Leitura no Núcleo de Alfabetização Ecológica no município de Petrópolis. Participou de oficinas literárias com o poeta Tarso de Melo e com a romancista Juliana Leite. Teve alguns poemas publicados em revistas digitais nacionais. Acaba de organizar com a poeta Carolina Pazos a coletânea de poemas Ombrófilas, que reúne dez poetas do coletivo Saracura, um sarau de poesia petropolitano. A obra foi editada pelo selo Hecatombe, da editora Urutau. Para se ler no claustro é o primeiro livro da poeta.

 A edição 2023 do prêmio contou com 183 inscrições: 20 Estados participantes, além do Distrito Federal; 94 cidades brasileiras participantes; 03 inscrições de pessoas brasileiras residentes no exterior (Aveiro/Portugal; Namur/Bélgica, Londres/Reino Unido). A autora vencedora teve a edição de 600 exemplares da sua obra pela ALSJDR e recebeu um prêmio também em dinheiro: R$5.000,00 (cinco mil reais). 20% da tiragem foram entregues para a poeta, e 80% foram e estão sendo distribuídos para pessoas que compareceram ao evento de lançamento da obra, bem como para instituições públicas de ensino e de cultura.

Nesta edição de 2023, a Comissão Julgadora do prêmio Nacional de Literatura Academia de Letras de São João del-Rei foi composta por Betânia Maria Monteiro Guimarães (acadêmica efetiva da ALSJDR e professora aposentada da UFSJ), Elaine Amélia Martins (professora do CEFET/MG) e Eliana da Conceição Tolentino, professora da UFSJ.

 

Revista da ALSJDR

 A Revista da Academia de Letras de São João del-Rei (Ano XII – nº 12 – 2023) tem por objetivo principal o estímulo à produção intelectual e artística, no âmbito da Academia e em diálogo com a sociedade. Nessa edição, além de trazer poemas, contos, crônicas e artigos científicos, a revista conta com um dossiê em comemoração do centenário de nascimento de Fernando Sabino e do bicentenário de nascimento do poeta Gonçalves Dias.

O retorno à edição da revista, cuja publicação estava parada desde 2017, deu-se em 2022 com a produção do número 11. A criação do Prêmio Nacional de Literatura com o nome da Academia de São João também ocorreu em 2022. Ambas as ações, entre outras, foram inciativas do atual presidente da instituição, o poeta e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Evaldo Balbino.

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