A pequena e rara «Virgem de Cárquere» em marfim, com vestígios de douramento e policromia, dos séculos XII - XIII, foi cedida pela Igreja de Santa Maria de Cárquere, em Resende (região portuguesa do Douro), para uma exposição temporária no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. A imagem, de apenas 2,9 cm de altura, segue a tradição iconográfica, de origem bizantina, da representação da Virgem cingindo o filho no colo e apresentando-o como o Salvador.
A imagem medieval tem suscitado curiosidade pelas suas minúsculas dimensões e, sobretudo, por ter sido encontrada, segundo a lenda, num local ermo próximo ao qual mais tarde seria fundado o Mosteiro de Cárquere. O complexo monástico de Santa Maria de Cárquere tem construção românica de origem. Ainda prevalece a organização espacial, restando a torre e a fresta da capela funerária dos Resendes.
A fundação deste mosteiro é atribuída a D. Egas Moniz, aio do primeiro rei de Portugal D. Afonso Henriques e detentor do primeiro título de Resende. História e lenda cruzam-se em Cárquere, onde teria havido o milagre da cura das pernas de Afonso Henriques.
A fresta do panteão dos Resendes apresenta, no interior, uma ornamentação geométrica e, no exterior, os motivos das chamadas “beak-heads” (cabeça de animal com um bico proeminente). Os capitéis exibem representações de aves.
Igreja: sua estrutura mistura vários estilos, ou seja, a abóboda e a janela da capela-mor são de cariz gótico; já o arranjo dos portais principal e lateral norte são de gosto manuelino. As pinturas murais subsistentes na nave são do mesmo período manuelino e representam Santo Antônio e Santa Luzia e um conjunto de anjos esvoaçantes.
Mais informações sobre a exposição em https://www.facebook.com/museunacionaldearteantiga/posts/10156647540812609
Fonte: Câmara Municipal de Resende