Livro “Cidades e Resendes”, lançado na terra-mãe, em Portugal


Cultura

Da redação0

O autor José Venâncio, em momento de autógrafo, com as mineiras Rozirene e Flávia (Foto: Marcos Rodrigues).

Finalmente aconteceu a tão aguardada apresentação do livro “Cidades e Resendes – Uma viagem por Portugal continental, Arquipélago dos Açores, Minas Gerais e Cabo Verde” (Chiado Books), em Resende, terra-mãe da grande família no norte de Portugal. Por conta da pandemia, o lançamento do livro, que deveria ter ocorrido em 16 de maio de 2020 em Resende, teve de ser adiado.

O evento, no dia 6 de novembro, foi resultado de uma parceria com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Resende, na pessoa do seu presidente Joaquim Alves, e com a Foto Ideal Resende. Entre os presentes, encontravam-se cidadãos resendenses e autoridades municipais, bem como o conterrâneo resende-costense João Bosco Pinto Lara e a esposa Maria da Conceição Lopes Noronha.

Na ocasião, o padre e escritor Joaquim Correia Duarte discorreu sobre a história dos Resendes, contada no livro, a começar pela “ilustríssima família que, em tempos medievais, teve a sua residência no lugar que nós chamamos Paço”. Os membros dessa família adotaram o apelido“Resende”, que deu nome à “nossa terra” e foi levado “honrosamente” para lugares ou cidades, com destaque no Brasil. 

Padre Joaquim lembrou o dia, em 2012, em que o autor do livro, José Venâncio de Resende, apareceu em sua casa, chegado de Resende Costa, “para saber coisas sobre a nossa Vila de Resende, de Portugal”. Neste primeiro encontro, Padre Joaquim falou de Resende e dos “Resendes”, de Portugal, e também de “uma cidade com o nome Resende, na margem esquerda do rio Paraíba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro, a cuja Academia de História tenho a honra de pertencer”. Sabia que o nome Resende do Rio de Janeiro foi uma homenagem ao “fidalgo do Paço de Resende (Portugal), José Luís de Castro, 2.º Conde de Resende, nomeado em 1789 Vice-Rei do Brasil pelo governo de D. Maria I, com a missão de gerir e abafar a revolta de ‘Tiradentes’ e de mais 33 conspiradores, que pretendiam fazer de Minas Gerais um estado autônomo e independente do reino de Portugal”.

De Resende Costa, prosseguiu Padre Joaquim, “eu só sabia da sua relação com a tal revolta conhecida por ‘Inconfidência Mineira’, chefiada pelo alferes de cavalaria Joaquim da Silva Xavier, mais conhecido pelo apelido ‘Tiradentes’ e que, descoberta a conjura, veio a ser morto por enforcamento na cidade do Rio de Janeiro, às ordens do nosso conterrâneo Vice-Rei, a quem coube mandar executar a sentença dos tribunais”. “De tal ‘levante’, mais conhecido por Inconfidência Mineira, fiquei muito bem informado, mais tarde, lendo o livro ‘Os Inconfidentes’ que gentilmente me foi enviado pelo seu autor, Rosalvo Gonçalves Pinto.” Depois de discorrer sobre a origem de Resende Costa, cujo nome original, Arraial da Lage, deu nome ao Jornal das Lajes, Padre Joaquim referiu-se ao tear manual que existe no Museu Municipal de Resende, na ilha de Santa Maria, nos Açores, e em Resende Costa (Minas Gerais), sempre citando o livro “Cidades e Resendes”.

Uma passagem da fala de Padre Joaquim deixou o autor do livro emocionado. Depois de vários encontros com o jornalista, disse, “tive a tentação de pensar que o seu trabalho não ia dar em nada. Trazia consigo um bloco de papel sem linhas e, numa corrida desabrida, escrevinhava uns gatafunhos com um lápis de grafite”. Na medida em que ia lendo as reportagens no Jornal das Lajes, revela, “passei a levá-lo a sério e disse cá para mim: - Estavas equivocado”. “E estava mesmo, e disso lhe peço desculpa.” E conclui: “Quando (o autor) me pôs na mão este precioso livro e passei os olhos por ele, a minha vontade foi pedir-lhe perdão pela minha falta de confiança. Só o não fiz, por timidez e por não estar a sós com ele”.

Já o autor, em sua fala, revelou bastidores do processo de elaboração do livro e destacou a sua proposta de criação do site RCR – Rede de Cidades Resendenses, uma prioridade nos próximos anos.

No final de sua fala, Padre Joaquim deixou um desejo e uma dúvida. “O desejo é que o seu sonho de criar uma ‘Rede de Cidades Resendenses’, todas ligadas entre si e todas ligadas à cidade-mãe, em Portugal, se venha a concretizar em breve. A dúvida, que nem eu nem o autor da nossa obra conseguimos dissipar, é esta: como e quando foram os Resendes, de Resende para os Açores.”

 

Outros eventos

O primeiro lançamento ocorreu em 14 de março de 2020 em Resende Costa (Minas Gerais), no dia em que o Ministério da Saúde anunciava, oficialmente, a chegada da pandemia do coronavírus ao Brasil. E em 9 de outubro deste ano, com a trégua dada pela pandemia, foi realizada a primeira apresentação do livro em Portugal, evento que aconteceu na cidade de Viseu, numa parceria com a Associação Casa do Brasil (ACB-Viseu).

O livro é uma coletânea de textos (reportagens e notícias) publicados no Jornal das Lajes, desde a primeira viagem do autor a Portugal em 2012. O principal objetivo é o de promover a aproximação entre as comunidades de cidades ligadas aos Resendes, com foco em intercâmbio cultural, turismo e até mesmo negócios.

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