Na contramão das vendas acentuadas, chuvas diminuem movimento nos comércios durante os dias de Carnaval

 Empresários avaliam a Festa de Momo no quesito comercial


Notícia

Vanuza Resende0

Para muitas pessoas, enfim o ano começou. Com a mesma rapidez que veio, o Carnaval já se foi. A Festa do Rei Momo, tradicionalmente festejada entre fevereiro e março, é um dos períodos do ano em que a economia brasileira ganha mais impulso. Há, inclusive, quem diz que a festa não é amada por todos, mas é unanimidade que o mundo inteiro aguarda pelas comemorações em todos os cantos do país tropical, que vez ou outra, como em 2020, recebem os foliões mesmo debaixo de muita chuva.

São quatro dias oficiais, mas um período suficiente para movimentar bilhões de reais na economia do país. O setor de turismo é um dos mais beneficiados pelo Carnaval. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foram movimentados cerca de R$8 bilhões no Carnaval de 2020, um pequeno aumento se comparado a 2019, cerca de 1% a mais. 

 

Chuvas diminuem movimento em estabelecimentos comerciais 

O JL conversou com três empresários resende-costenses sobre o movimento nos comércios da cidade nos dias de Carnaval. As chuvas foram lembradas por todos. De acordo com os proprietários de estabelecimentos comerciais, as vendas, neste ano, ficaram na contramão do período chuvoso. Devido, portanto, às chuvas intensas de dezembro, o movimento no comércio da cidade ficou aquém de anos anteriores.

Para Márcia Coelho, proprietária da Pousada C&M, as chuvas atrapalharam as reservas de turistas na pousada. “O Carnaval deste ano não foi muito bom. Devido às chuvas, muitas pessoas acabaram desmarcando reservas. No meu caso, fechei a pousada para uma excursão do Rio de Janeiro, o que ajudou. Mas para se ter uma ideia, o Encontro de Motociclistas (20 a 22 de março em Resende Costa) está mais concorrido do que o Carnaval. Todo mundo quer vaga para esse evento”, destaca a empresária.

Alessandro Silva Resende, proprietário do Artesanato Alessandro Telinhas, avaliou as vendas como boas, mas acredita que poderiam ter sido melhores. “As chuvas acabaram atrapalhando um pouco. Os turistas, quando vêm à cidade, têm uma certa dificuldade de locomoção de um artesanato ao outro. Então, chovendo muito, as pessoas não se deslocam muito. Portanto, as vendas foram menores, mas teve vendas. Além do mais, como a cidade já está conhecida, registramos vendas anteriores ao carnaval para atacadistas de outras cidades”, ressalta Alessandro.

Weksley Resende Maia, da Distribuidora WKY, disse que o movimento não foi forte: “Eu acredito que, no geral, as vendas foram muito fracas. A cada ano que passa, o comércio no Carnaval está enfraquecendo. Ainda tivemos um atenuante, que foram as chuvas. Pelo tempo que estamos no mercado, são 10 anos, o ano de 2020 foi muito fraco. Com certeza os números foram abaixo se comparado aos anos anteriores”, frisa.

 

Melhores épocas para vendas 

Além do Carnaval, outras datas atraem turistas a Resende Costa e movimentam o comércio local. Márcia enumera as épocas de maior movimento na cidade. “Semana Santa, feriado de Corpus Christi e, como citei, o Encontro de Motociclistas, que é muito procurado. Casamentos também atraem muita gente. Nessas épocas, eu acabo contratando mais pessoas para trabalharem aqui. São mais camareiras, tenho recepcionistas extras, além de cozinheiros. O que faz com que mais dinheiro seja movimentado na cidade.”

Para Alessandro, as melhores épocas para o comércio são as datas de feriados prolongados ou quando ocorrem eventos na cidade e na região. “O nosso artesanato tem uma vendagem muito boa a partir do Dia das Mães até o fim do ano. Os eventos, que são bem divulgados, também atraem os turistas para a nossa cidade”, destaca.

Weksley é enfático ao citar a época com mais movimento nos comércios. “Eu tenho certeza de que a época mais favorável para vendas é a Exposição Agropecuária e (eventos) próximos a ela, como a cavalgada. É uma festa que traz pessoas para a cidade. Hoje o nosso carnaval não atrai quase ninguém para o município”, afirma o empresário.

Weksley fala também sobre a importância de eventos que atraem público e visitantes para Resende Costa. “Os eventos são o que fortalece o comércio. Para mim, por exemplo, que tenho uma empresa voltada para bebidas, os eventos são o ponto-chave. Eles são de vital importância. E no meu jeito de entender, o nosso Carnaval já não é convidativo mais. Os blocos do pré-carnaval, esses sim, ainda atraem um público. Estamos na contramão de tudo que tem por aí. As cidades trabalham com blocos, trio-elétrico, nós ainda estamos na época do som. Acredito que nosso Carnaval precisa melhorar muito porque, senão, daqui a pouco ninguém vem para cá. E se não tivermos público, o Carnaval para de ser uma festa importante comercialmente. Hoje, ele já não é uma festa com essa importância para a economia local”, frisa Weksley.

Alessandro ressalta que um atendimento bem feito e uma boa recepção são essenciais para atrair mais pessoas ao comércio de Resende Costa. “Nós resende-costenses deveríamos ter um atendimento ainda melhor a fim de que, quando as pessoas saírem daqui e retornarem às suas casas, possam fazer comentários positivos sobre como foram bem atendidas em nosso município. Assim, vai se espalhando ainda mais a curiosidade e aqueles que não conhecem podem vir nos conhecer. Eu, enquanto comerciante, presencio reclamações de maus atendimentos, e isso prejudica a volta dos turistas. Portanto, nós resende-costenses precisamos, inclusive, ter mais educação no trânsito. Ali na Avenida principal (Alfredo Penido), por exemplo, dar preferência aos turistas. Acredito que isso faz com que o turista se sinta mais à vontade. Isso faz parte da estratégia do comércio”, opina Alessandro. 

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