Regina Coelho toma posse na Academia de Letras de São João del-Rei


Cultura

Evaldo Balbino0

fotoRegina Coelho tomou posse na Academia de Letras de São João del-Rei (foto arquivo pessoal)

A professa e escritora Regina Coelho, colunista do Jornal das Lajes, tomou posse, em sessão solene no dia 25 de julho último, na Academia de Letras de São João del-Rei. Professora de Português em Resende Costa por quase 32 ininterruptos anos, Regina assumiu a cadeira nº 2, cujo patrono é o poeta e jornalista Modesto Antônio de Paiva. Zélia Maria Leão Terrell, presidente da Academia, deu posse à nova acadêmica.

Natural de Resende Costa, Regina Coelho graduou-se em Letras em 1979, pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (atual UFSJ – Universidade Federal de São João del-Rei). Antes, porém, de se formar, lecionou Inglês na Escola Estadual Conjurados Resende Costa (hoje municipalizada). Depois de formada, passou a lecionar Português, primeiramente como contratada, depois efetivada mediante concurso público. Transferida para o Ensino Médio da Escola Estadual Assis Resende, ministrou também Literatura. Dando aulas de Língua Inglesa, integrou o corpo docente do antigo Colégio Nossa Senhora da Penha. Em 1987, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete – MG. Em 1994, concluiu pós-graduação pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), especializando-se em Língua Portuguesa. Há 17 anos, participa ativamente da amiRCo (Associação dos Amigos da Cultura de Resende Costa). Há 14 anos, contribui no Jornal das Lajes (JL), assinando a coluna “Contemplando as palavras”, em que demonstra seu claro e talentoso papel escritor.

Recepcionada por mim na Academia, pude saudá-la com estas palavras: “Construo aqui flashes reveladores, momentos que nos podem mostrar a grande importância da nossa companheira na vida educacional e cultural de Resende Costa e região. Isso porque Regina Coelho é profissional das letras intimamente ligada à Educação e à Cultura de Resende Costa. E se pode dizer também que extremamente vinculada a uma região maior, porque responsável, desde fins da década de 1970, pela formação de muitos resende-costenses que, posteriormente à educação básica, alçaram voo para outros horizontes, outras cidades, outros estados e até mesmo diferentes latitudes.[...] Do ponto de vista cultural no sentido mais amplo, suas constantes participações em eventos da cidade, apoiando-os e até mesmo atuando diretamente em seu âmago, demonstram uma cidadã preocupada em formar cidadãos, evidenciam um sujeito competente e engajado com a cultura e preocupado em cultivar cultura em todas as pessoas. Suas ações sempre se concretizaram na mediação de lançamentos de livros, no estímulo a alunos escritores, alimentando a escrita e a cultura do alunado por meio de mostras culturais, eventos teatrais e de música. Isso tanto nas escolas em que atuava, quanto em eventos de cultura no Teatro Municipal resende-costense e no Centro de Pastoral Paroquial.”.

No discurso de posse, Regina Coelho rememorou os primeiros passos de seu trajeto profissional, quando já demonstrava inclinação às palavras. Do inicial desejo de fazer Comunicação Social com opção posterior para o Jornalismo, caminhou para o curso de Letras, por decisão pessoal e por orientação dos pais: “Influenciada por eles, reconheço, mas tendo a palavra final e o convencimento pessoal do passo adiante a ser dado, escolhi o curso de Letras [...]”.

Quanto ao período de sua formação na faculdade, referiu-se a São João del-Rei como“a segunda casa dos resende-costenses, nossa referência mais próxima como cidade-polo, lugar para onde nos [deslocávamos] em busca dos muitos serviços ali ofertados à população da ‘Lage’ e cidades vizinhas [...]”. Falou-nos das idas e vindas entre a “cidade dos sinos” e a “Lage”, impulsionada, como muitos, a dar continuidade aos estudos. Aludiu à sua “sólida formação salesiana”, demonstrando-se grata à terra são-joanense, que acolheu por 33 anos o seu primo Alair Coêlho de Resende, “confrade e orador dessa cinquentenária Casa, tendo nela ocupado a cadeira número 2 ]...], à qual esse saudoso resende-costense emprestou como ninguém seu grande brilhantismo intelectual.”.

Referiu-se Regina Coelho ao livro de sua lavra sobre seu pai, no prelo pois esperando momento propício para lançamento, Adenor de Assis Coelho – Centenário de nascimento: 1921 – 24 de abril – 2021. E destacou a importância da “memória privilegiada” do primo Alair, que, sendo apenas 10 anos mais novo que o tio Adenor, “foi um colaborador de primeira na reconstituição de fatos relevantes da vida” do biografado, sendo também o prefaciador da obra. Salientou os fortes laços afetivos e intelectuais cultivados ao longo dos anos entre ela e o Sr. Alair Coêlho.

Tomando posse na Academia, com assento na mesma cadeira antes ocupada pelo primo, Regina manifestou o acerto em haver elegido o magistério como seu ofício e o sentimento de honra em ingressar na referida agremiação, comprometendo-se com os ideais dessa Casa e rendendo homenagem a Alair Coêlho de Resende, “mentor da proposição do [seu] ingresso a essa instituição no que talvez tenha sido seu último ato público.”.

Demonstrando agradecimento aos confrades, a acadêmica finalizou seu discurso citando Cecília Meireles, poetisa e “também professora”: “a educação é uma das coisas deste mundo em que acredito de maneira inabalável.”. E arrematou a professora e escritora Regina Coelho: “Educação e cultura, sempre!”.

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