SJDR: Mercado de trabalho gera 433 novos empregos em 2019 e recupera emprego perdido

O aumento do emprego no Brasil não é espetacular com essa taxa de crescimento do PIB, mas deve repercutir favoravelmente aqui no município, prevê o professor Aluízio Barros.


Economia

José Venâncio de Resende0

Vista panorâmica da histórica São João del-Rei (foto: Thiago Morandi).

Texto atualizado às 20:10

São João del-Rei recuperou o nível de emprego perdido na crise”, resume em seu facebook o economista Aluízio Barros, professor aposentado da Universidade Federal de São João del-Rei. As estatisticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) registraram, no ano passado, na mineira São João del-Rei, 6.278 contratações e 5.845 desligamentos.

“O saldo de 433 novos postos de trabalho foi mais do que o dobro do obtido em 2018, que foi 208”, observa Barros. “Com isso, o nível de emprego no município voltou ao que era antes da grave crise que se abateu sobre a economia brasileira no período de 2014 a 2016 - no final do desastroso governo de Dilma Roussef.”

Em São João del-Rei, foram 401 empregos perdidos em 2015 e 419 em 2016, explica o economista. “No município, o emprego formal, ou seja, o emprego com carteira assinada, iniciou uma melhora em 2017 com 285 novas contratações, seguidas de 208 e 433 nos anos posteriores.” Já no país como um todo “o quadro foi mais dramático e ainda não foram recuperadas as vagas de emprego fechadas na crise”.

Mudança estrutural

Barros aponta uma mudança na estrutura setorial do emprego na retomada do crescimento econômico, como se verifica em outras regiões do país. “A indústria de transformação continua negativa na geração de emprego. Com exceção da indústria de produtos alimentícios (laticínios, padarias, etc.), os demais subsetores registraram pequeno crescimento ou queda nas contratações.”

“A indústria metalúrgica, a mais importante folha de pagamento da indústria de transformação, apresentou queda de seis empregos formais. O setor da indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos teve queda de sete empregos. O setor de alimentos e bebidas abriu 20 novas vagas no ano passado.”

Os destaques na geração de emprego em 2019, em São João del-Rei, foram o comércio (160 empregos), a construção civil (75), os serviços médicos, odontológicos e veterinários (68) e o ensino (54), resume Barros.

Futuro

Barros está relativamente otimista com o desenvolvimento futuro do emprego no município, considerando-se as projeções dos institutos nacionais e internacionais. “Os 433 empregos criados em São João del-Rei, em 2019, significam mais rendimentos no circuito econômico em empregos com carteira assinada e reabilitação do crédito para as pessoas voltarem às compras e ao consumo.”

Em termos de Brasil, a expansão do emprego em 2020 deverá seguir num ritmo positivo, tendo em vista a expectativa das instituições nacionais, relatadas no Boletim Focus do Banco Central. Estima-se um crescimento econômico do país entre 2 e 2,5%, ou seja o dobro do registrado em 2019 (cerca de 0,9%). “O aumento do emprego não é espetacular com essa taxa de crescimento do PIB, mas deve repercutir favoravelmente aqui no município”, prevê Barros.

Porém, o economista não vê retomada do crescimento da indústria de transformação de São João del-Rei, “devido ao cenário externo (devagar quase parando na caracterização do FMI na sua projeção deste final de semana ´sluggish`) e de dificuldades da indústria brasileira. Nossa principal indústria, a metalúrgica com quase 800 empregados e salários totais mensais de R$ 2,5 milhões, vende sua produção tanto para o mercado externo quanto para o interno”, conclui Barros.

 

 

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