Usina de reciclagem de lixo de Coronel Xavier Chaves, exemplo para a região


Cidades

José Venâncio de Resende 1

Beto na entrada da usina de triagem e compostagem de Coronel Xavier Chaves (Foto José Venâncio)

Há 13 anos, não existe lixão em Coronel Xavier Chaves, que é pioneiro em reciclagem de lixo na microrregião Campo das Vertentes, com sede em São João del-Rei. A Usina de Triagem e Compostagem de Lixo, construída no primeiro mandato do prefeito Elder Sávio Silva (1997-2000), processa atualmente entre 1700 e 1800 kg de lixo por dia.

A coleta é feita três vezes por semana (segunda, quarta e sexta), abrangendo cerca de 95% do lixo produzido no município, conta Roberto Carlos, o Beto, coordenador da Usina. Um caminhão da prefeitura recolhe lixo seco (papel, papelão, plástico, alumínio, vidro etc.) e orgânico (restos de comida, podagem de grama, frutas estragadas, cascas etc.).

Para facilitar este trabalho, é feita uma campanha de esclarecimento a fim de estimular os moradores a fazerem uma pré-separação do lixo. O plano agora é implantar a coleta seletiva, com o recolhimento alternado de lixo seco e orgânico, informa Beto.

 

Etapas - O caminhão deposita o lixo na área de recebimento, onde funcionários encaminham os resíduos para a banca de triagem. Ali, sete pessoas fazem a separação do lixo, retirando o material reciclável (seco), a matéria orgânica e o rejeito (cerca de 15%, que são tecidos, calçados velhos, fralda descartável, isopor e absorvente).

O lixo seco é prensado, transformado em fardos e vendido para um comprador de Prados. Ao completar uma carga de 12 toneladas, a cada 45 dias, o caminhão do comprador aparece para retirar os fardos. Geralmente, faz duas viagens.

 

Adubo - A matéria orgânica é depositada no pátio de compostagem onde fica por 120 dias até a transformação em adubo. Neste processo, o primeiro procedimento é a medição de temperatura, seguida do ciclo de revigoramento, da peneiragem e da análise do material. O adubo pronto é encaminhado ao laboratório da Universidade Federal de Viçosa (UFV), parceira da Prefeitura no projeto.

Assim, o adubo está apto para ser aproveitado em jardinagem, de acordo com orientação da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), explica Beto. Este adubo é distribuído gratuitamente no município.

      

Ociosidade - Quando a Usina foi inaugurada, por curto período, houve uma parceria com a Prefeitura de Prados que estava com problema de colocação do lixo, conta Beto. Durante cerca de oito meses, Prados fornecia entre seis e sete toneladas/dia de lixo à usina. Esta demanda mostrou a necessidade de ampliar as instalações. Como não houve acordo, a parceria acabou.

A Usina tem capacidade para processar até 10 toneladas por dia e pode atender até mais de dois municípios, afirma Beto. Mas para isso é preciso novos investimentos como aumento do número de funcionários (para cerca de 15 pessoas) e adaptação na área de recebimento, na banca de triagem, no pátio de compostagem e no galpão de estoque.

 

Referência - A Usina permitiu resolver o problema da destinação do lixo do município, comemora Beto. Tornou-se uma referência, tanto que recebe muitas visitas por mês, principalmente de alunos de escolas do ensino fundamental e médio e de faculdades da região.

Na escola municipal de Coronel Xavier Chaves, os alunos fazem trabalhos sobre a importância de se aproveitar o lixo, depois de participarem de visitas monitoradas à Usina.

A Usina já serviu de modelo para Conceição da Barra de Minas, conta Beto. Alunos que visitaram a unidade de Coronel Xavier Chaves, levaram a ideia para o prefeito de Conceição que a adotou. 

“O lixo é um problema sério, mas tem muito município que não mexeu uma palha para resolver este problema, apesar da lei de resíduos sólidos dar prazo até 2014”, alerta Beto. “O cerco está fechando. Na hora que começar a doer no bolso, os prefeitos começam a tomar providências.”

 

Treinamento - Beto está na Usina desde o início de sua operação. Na época, precisou fazer treinamento em Viçosa para dominar a parte técnica da compostagem. No ciclo de medição de temperatura, por exemplo, aprendeu a fazer o controle de temperatura (máximo de 65º C) para não matar os microrganismos.    

Comentários

  • Author

    A Usina tem um telefone de contato? Desde já agradeço a atenção!


Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário