Este é o terceiro ano em que um grupo de alunos de escolas públicas brasileiras visita Portugal, para cumprir a etapa final do projeto Era uma vez… Brasil versão 2018, que utiliza o livro “1808” do escritor Laurentino Gomes. Entre 19 e 28 de novembro, os alunos visitaram os principais monumentos, palácios, castelos, museus e bairros históricos de Lisboa e Sintra, relacionados direta ou indiretamente com a história do Brasil.
Entre os locais visitados, estavam a Baixa Lisboa/Alfama, Palácios Nacionais de Sintra, Pena e Ajuda, Castelo dos Mouros, Palácios de Mafra, Queluz e Nacional da Ajuda, Museus da Marinha, do Azulejo e de Arte Antiga, Mosteiro dos Jerônimos, Panteão, Biblioteca Nacional e Torre do Tombo. A viagem foi concluída com visita às escola EB Lourel e São Bruno, onde houve apresentação dos curtas “Negra Clara”, “Era uma vez outra vez” e “Acerca dos nossos corpos”, elaborados por alunos do grupo.
Este grupo de alunos foi selecionado num processo que envolveu, desde abril, milhares de alunos de escolas públicas de várias cidades brasileiras. Durante alguns meses, os alunos participaram de ações diversas, como elaboração de projetos e oficinas culturais, nas quais produziram histórias em quadrinhos e curtas metragens.
O projeto é coordenado por Marici Fernandes Vila, da Origem Produções, e tem o apoio de várias empresas com base na Lei Rouanet. “Esse projeto só é possível graças à Lei Rouanet... mas, ao contrário do que muitos pensam, o governo não dá um centavo pra que ele aconteça; ele apenas dá o aval para que empresas privadas destinem parte do seu IR em projetos culturais. É assim que a lei funciona! E mesmo assim todo ano é uma luta pra conseguir viabilizar”, diz Samuel de Castro, sócio-diretor da empresa Laricone, que acompanha o “Era uma vez… Brasil”.
De acordo com Samuel, o projeto já trouxe a Lisboa quase 300 adolescentes, do 8º ano de algumas escolas municipais brasileiras, para 10 dias de vivência cultural e histórica. “Belo Jardim, em Pernambuco; Mata de São João e Salvador, na Bahia; Lençóis Paulista, Araraquara, São Simão, Ribeirão Preto, Gavião Peixoto e Rincão, em SP, foram as cidades que tiveram jovens representando esse intercâmbio em Portugal! Cidades de 4 mil, 16 mil, 70 mil habitantes onde alguns - pelo menos agora- não tem nenhuma perspectiva de sair sequer da sua cidade.” De repente, “estão atravessando o oceano pra conhecer o seu passado entre palácios e museus e abrir uma nova janela pro seu futuro”.
Ele conclui: “É esse o objetivo do projeto: despertar nessa molecada o interesse por desbravar o mundo e saber que são capazes de fazer o que quiserem. Cada ano me apaixono mais pelo @eraumavezbrasil e pelos novos olhos brilhantes que ele acaba formando. São quase 300 novos sonhadores, novos questionadores, novos desbravadores, novos talentos descobertos e com sede de vencer o mundo! E a EDUCAÇÃO é a base principal desse batalha!”
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