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I Festival de Música de Resende Costa

15 de Setembro de 2017, por João Magalhães

É firmado, atualmente, o valor das atividades ligadas às artes e ao esporte amador como fator de humanização.

Uma prova é o grande trabalho de Sílvio Baccarelli, padre, meu contemporâneo, há muito, laicizado a pedido, como eu, que pôs seu talento musical a serviço das crianças e jovens da favela de Heliópolis/SP.

A Fundação Bacarelli, de projeção internacional, mantem atualmente cinco orquestras formativas. A principal apresentando-se em exigentes casas musicais do mundo.  Regência de Isaac Karabatchevski!

Foi este o intuito de André, nosso editor-chefe, Luiz Carlos Júnior, maestro da Banda Santa Cecília de Resende Costa e de Edésio, presidente da AmiRCo (Associação de Amigos da Cultura de Resende Costa) ao planejar, criar e realizar o I Festival de Música de Resende Costa.

Reconheço que o bom divulga-se por si mesmo (“Bonum difusivum sui”), resolvi, porém, ajudar com minhas impressões.

Foi um privilégio para a cidade, um festival com atividades didático-musicais, ou seja, oficinas para todos os interessados, gratuitas e com professores, profissionais da música,  de alta formação: Cleber Alves (saxofone – UFMG); Daniel Della Sávia (flauta- Conservatório Estadual de Música Pe. José Maria Xavier); Diego Ribeiro (Trombone -  Filarmônica de Minas Gerais): Érico Fonseca (Trompete – Ufop e Filarmônica de MG.); Gustavo do Carmo (Piano - University of Iowa School of Music/EUA); Jéssica Aparecida ( Clarineta – Lira Ceciliana de Prados); Jonas Fernando (Clarineta – Ufop e Conservatório Estadual Pe. José Maria Xavier); Luiz Carlos Martins Júnior (Trompa – regente da banda de Resende Costa) ; Luís Gustavo Sousa (Fagote); Edésio de Lara Melo (Regência – Ufop).

Todos eles vieram sem cobrar nada, pelo amor à arte, por vocação profissional ao ensino, por crer na importância de formação de público. Quem esteve com eles em momentos extra festival, sentiu isso.

No primeiro dia, o recital dos professores primou pela dosagem equilibrada: uma peça nova (para mim): “O baile dos Passarinhos” de Werner Thomas, excelente diálogo entre o Trompete de Érico Fonseca e o trombone de Diego Ribeiro; um arranjo, mais que arranjo, variações, sobre “Asa Branca” e peças leves de Vivaldi e Handel (“Quatro Estações e Fogos de artifício” respectivamente). Aí atuaram brilhantemente os três “Ts”: Trompete, Trombone, Trompa.

O desempenho do Piano eletrônico com a Trompa no Noturno 0p 7” de Franz Strauss foi um prêmio para qualquer ouvido!

Por fim, no quinteto de Mozart, verdadeira mesa-redonda musical, com artistas de excelência, “conversando” ora entre si ou dialogando com o piano, ora a flauta, ora a clarineta, ora a trompa, ora o fagote E a plateia ouvindo, maravilhada!

No segundo dia, vi nos artistas a intenção de passar ao público um pouco da música erudita (dita assim) moderna – Ravel,- Poulenc - e contemporânea – Jean François Michel – Axel Sorgensen – Jacob De Han (importante compositor para banda de música).

Na segunda parte, a vibração foi geral, vendo os jovens instrumentistas de sopro de nossa cidade tocando junto com os professores, “Hey Jude” (McCartney), “Chase the Ace (James Rae), “Minueto e trio” (Purcell) “O levantar das Cortinas” (Jacob De Han).

E, muito importante: toda a programação muito bem contextualizada, onde e quando, didaticamente apresentada e minuciosamente explicada pelo professor Érico Fonseca.

 

 **Loas,

 para o jornal Asas das Gerais  que é distribuído em 76 cidades de Minas e outros Estados e para nossa conterrânea resende-costense, Terezinha Hannas - responsável pelos textos e revisão - pela homenagem prestada a nossa cidade, na página de rosto, com bonita foto da matriz e praça e outra, de uma loja de artesanato.

Texto informativo, conciso e preciso: “Resende Costa é uma cidade parecida com um presépio: pequena, aconchegante e simples. Construída sobre uma imensa laje, o que a batizou inicialmente como Arraial das Lajes, hoje seu nome é uma homenagem aos Inconfidentes José de Resende Costa, pai e filho, cuja casa está situada no largo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha.

A cidade tomou impulso quando algumas pessoas começaram a trabalhar com teares (máquinas rústicas para tecer), figurando hoje como ponto turístico de interessados em arte têxtil, pois lá se tecem peças belas e coloridas, como toalhas, colchas, jogos americanos, almofadas, enfim, um rico artesanato para todos os gostos, a preços tentadores.

Sobre Resende Costa nossa colega Terezinha Hannas, resende-costense saudosa, escreveu: “Transformam-te em paraíso/ O céu, a lua, o sol/ As lajes, que são teu piso/                 E o fascinante arrebol!”

Vale a pena dar uma esticada até a “cidade das lajes”!”

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