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Natal e seus símbolos: uma promessa de Esperança

16 de Dezembro de 2021, por João Magalhães

Novembro, o luto. Finados, o fim da vida. Dezembro: Natal, alegria, nascimento, início da vida, aniversário de Jesus. A comemoração mais alegre da liturgia católica, acho eu, tem numerosos símbolos. Sinais-símbolo, pois atingem nosso emocional. Cada pessoa tem suas preferências. –

Para nós dos velhos tempos, crianças pobres nascidas e criadas lá no velho Tijuco, quase um pequeno arraial, longe da cidade, a vila – como chamávamos, o Natal tinha pouco significado. A pobreza não permitia qualquer presente. A grande sensação era a Missa do Galo, quando podíamos, junto com os adultos, vencer os terrores da noite, sobretudo a assombrada cava do barranco do cruzeiro, fugindo da lamparina de querosene e usufruindo da iluminação de nossa matriz que o Azevedo (empresa que fornecia luz para a cidade durante um certo período) não desligava até o amanhecer.

O leitor poderá encontrar na internet os símbolos do Natal, com suas origens e seus significados: luzes - estrela - sinos - vela - anjo - missa do galo - bolas - árvore - Papai Noel - cartão de natal - peru - ceia - presentes – panetone - guirlandas.

As guirlandas merecem um ligeiro comentário. Surgiram na Roma antiga. Sinal de boas-vindas para os visitantes. Inicialmente um símbolo pagão, passaram a ser utilizadas pela Igreja Católica com a adaptação de velas, donde surgiu a Coroa do Advento (do latim, Adventus: vinda, chegada).

A Coroa do Avento é uma espécie de guirlanda onde se colocam quatro velas, uma para cada semana antes do Natal. Advento, na liturgia católica, são semanas de reflexão e ritos preparatórios para o dia de Natal.

Muito mais do que um bonito objeto de decoração, para os cristãos a Coroa do Advento é um pré-anúncio do Natal. O seu formato simboliza a eternidade e suas folhas verdes, a esperança. Nas igrejas, cada vela da coroa tem uma cor diferente e são acesas na seguinte ordem: verde, vermelha, roxa e branca. A data é 1839 e foi usada para as crianças que ansiavam pela chegada do Natal.

Mas, na minha preferência, o melhor símbolo do Natal é o presépio, criação de São Francisco de Assis, em 1223. Com a presença dos animais do estábulo que aqueceram Jesus, a estrela de Belém, que indicou a caminho para os reis magos: Baltazar, Gaspar e Belchior; o anjo que anuncia ao mundo seu nascimento, os pastores.

O presépio (do latim, praesaepium: curral, estábulo, manjedoura) traz didática e biblicamente mensagens importantes. Lições a nós, humanos. O nascimento de Jesus dá-se num presépio porque não havia lugar nas hospedarias. No meio de animais, portanto junto à natureza que nos acolhe. Os primeiros a saber do parto, avisados pelo anjo, pertencem à classe popular: os pastores trabalhando nas intempéries da noite a vigiar o rebanho. Não titubearam. Talvez a mãe e o recém-nascido precisassem de ajuda (Lc 2,6-20). O dever cívico levou os pais a Belém para o recenseamento. Os anjos anunciando paz às pessoas de boa vontade. A homenagem vem dos estrangeiros (os três reis magos, conforme a tradição). Do poder político de sua terra, corrupto e sanguinário, só vieram falsidade e perseguição!

Assim como em novembro, o apelo foi para um lamento saudoso e uma reverência às vítimas da Covid-19, anseia-se que o Natal seja uma celebração para desenvolver a paz; para uma movimentação social em defesa dos direitos humanos, atualmente tão vilipendiados; para a diluição de todo tipo de preconceitos; para que o Pão da Vida, o Pannis Angelicus da eucaristia católica, nutra nosso espírito de solidariedade a fim de que “o pão nosso de cada dia” não falte a todos os necessitados.

É o que penso. E você?

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