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Será que Apiterapia – Aromaterapia – Bioenergética Constelação familiar – Cromoterapia – Geoterapia – Imposição de mãos – Hipnoterapia – Ozonioterapia – Terapia de florais - previnem a saúde?

17 de Abril de 2018, por João Magalhães

A partir de 13/03/2018 o SUS (Sistema Único de Saúde) está oferecendo gratuitamente essas terapias, portanto, aplicando dinheiro nelas. Dinheiro que está faltando para hospitais, contratação de profissionais, cirurgias, exames, equipamentos etc.

E o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que, com a novidade o país passa a ser líder na oferta dessa modalidade na atenção básica: “Essas práticas são investimentos em prevenção à saúde para evitar que as pessoas fiquem doentes. Precisamos continuar caminhando em direção à promoção da saúde no lugar de cuidar apenas de quem fica doente”.

No entanto, das práticas alternativas oferecidas pelo SUS (agora são 29), o Conselho Federal de Medicina (CFM) só reconhece uma: a acupuntura.

Especialistas criticaram a decisão: muitas dessas terapias não têm sequer eficácia comprovada cientificamente. Segundo Carlos Vidal, presidente do CFM, “essas práticas só oneram o sistema e não deveriam ser incorporadas”.  E para Volney Garrafa, coordenador da pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UNB), ainda que algumas das terapias tragam benefícios, a questão maior é ter critérios e transparência na alocação do dinheiro público.

E aí, no meu caso, vem uma cisma: Com tanto vigarista impondo mãos, oferecendo curas mirabolantes, seitas e grupos de tratamentos milagrosos, práticas esotéricas, o que estaria por detrás destas decisões? Não haverá interesses escusos? Privilégios pessoais? Pasma, o ministro destinar parte do orçamento já tão minguado para tais práticas. O que se discutem são as prioridades.

Não se trata de negar o valor de certas terapias, ou Práticas Integrativas. Alguns centros de referência (Hospitais Albert Einstein e o Sírio-libanês, por exemplo) já aceitam e permitem bênçãos, orações e outras práticas que possam agir positivamente no emocional do paciente e com isso potencializar o tratamento científico. Mas chamar essas práticas de prevenção...é outro assunto!

Desculpe senhor ministro, num país com hospitais públicos sem material básico para cirurgias, sem plantonistas para atender emergências, com cidadãos esperando um ano para fazer um exame simples como uma ultrassonografia, para não dizer de internações e cirurgias e demais mazelas, falar em liderança do país em prevenção de doenças, é um acinte, um riso sardônico na nossa cara!

Prevenção com terapias tipo Bioenergética, que é uma visão diagnóstica que adota a psicoterapia corporal e exercícios terapêuticos, ajuda a liberar tensões e a expressar sentimentos? Ou Constelação familiar: Técnica de representação de relações familiares que permite identificar bloqueios emocionais? Ou Cromoterapia: utilização de cores nos tratamentos das doenças com o objetivo de harmonizar o corpo? Ou Aromaterapia: Uso de óleos essenciais e outras fragrâncias para aumentar o bem-estar físico e psicológico?  Ou Imposição de mãos, isto é, a cura pela imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente?

Acho que essas terapias só surtem efeito se houver fé da parte do paciente. E fé, cada um tem a sua.

Penso que se previne é através de um atendimento médico decente, por exemplo, uma assistência psiquiátrica de qualidade. É um criterioso estudo de terapias com eficácias cientificamente comprovadas. Concordo com o professor Volney: “Priorização na alocação de recursos é feita com base na ética: o que vai trazer mais benefícios, para maior número de pessoas, pelo maior tempo possível, trazendo menos consequências”.

Prioridade fundamental na área da saúde, segundo especialistas, é investir em saneamento básico. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), quase metade da população brasileira não dispõe de serviço de esgoto e vive em péssimas condições sanitárias, exposta, pois, a toda sorte de doenças.

É o que penso. E você?

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