Voltar a todos os posts

Uma homenagem à aniversariante do mês

18 de Junho de 2019, por João Magalhães

Casa da Cida Mendes pertenceu ao primeiro administrador do munícipio de Resende Costa, Coronel Francisco Mendes de Resende (Foto Luana Chaves)

Nesta edição, a coluna homenageia nossa Resende Costa, em seu aniversário de 107 anos, passando a palavra para dois filhos seus, poetas, e duas “filhas” suas, mais velhas, ou seja, duas casas antigas, muito bem arquitetadas, perfeitamente preservadas e conservadas na beleza original. A primeira pertence atualmente à Cida Mendes e foi do Coronel Francisco Mendes de Resende, primeiro administrador público de Resende Costa. A residência localiza-se à praça Mendes de Resende. A outra casa, do Nélson Oliveira, pertenceu ao seu pai, Joaquim Batista, e situa-se à rua Assis Resende.

No aniversário de 50 anos da cidade, Miled Hannas (quando poetisa em latim assina com o pseudônimo Teophilus a Solitudine – Teófilo da Solidão), que foi seu prefeito entre 1959 e 1962, – excelente poeta e o maior latinista que o município já teve, ao lado do Zé Procópio – cantou suas virtudes numa belíssima ode em latim: “Carmen ad dilletissimam urbem Resendecostensem” (canto à diletíssima cidade de Resende Costa), seguindo perfeitamente o “Carmen Saeculare”, do grande poeta latino Horácio, contemporâneo e amigo do imperador Augusto, em cujo reinado nasceu Jesus Cristo.

Cito e traduzo a sétima estrofe: “Carmine insignem celebrare festo/ Civitatem nunc decet ore pleno/ Rupis aeternae positam perite/ Culmine summo!” (Agora, faz-se necessário celebrar com festivo canto a insigne cidade, assentada caprichosamente no cume supremo de uma laje eterna).

 Sua irmã, Terezinha Hannas, também poeta, belo estilo parnasiano, também cantou a cidade em “Terra Natal”.  Primeira e última quadras (são 6): “Resende Costa, cidade/ Repleta de encantamento/ Presépio que a encosta invade/ subindo em alinhamento. Recanto cheio de encantos/ Resende Costa é poesia/ Escrita entre incenso e cantos/ Que envolvem a serrania.”

 

As “Duas filhas”

Segundo Dulce Mendes, filha do coronel Francisco Mendes de Resende, a casa pertenceu, por volta dos anos 1900, a Joaquim Leonel, onde morava e mantinha uma farmácia, pois era praticamente o “médico” da cidade. Em 1910, o coronel Mendes a comprou e nela residiu até seu falecimento em1936. A viúva morou nela até 1943, quando se mudou para São João del-Rei. Vagando a casa, habitou-a José Jacinto Lara. Quando este também se mudou para São João, a casa passou para Francisco Mendes Júnior (Francisquinho Mendes), pai da atual proprietária, Cida Mendes, que faz questão de manter o imóvel sempre preservado e bonito.

 

Casa muito antiga. Um exame de fotos da igreja do Rosário, ainda capela, e da rua Assis Resende, leva a crer que talvez o imponente sobrado seja do final do século 19. Há notícia de que residiu nela o primeiro juiz do Termo Judicial aqui instalado em 1/1/1939, Dr. Pedro Muzzi, vindo do norte de Minas.

Quando Joaquim Batista a adquiriu, morava nela o Tonico Chalé, de quem os mais velhos se lembram muito. A casa foi recentemente restaurada pelo atual proprietário, Nélson Severino de Oliveira (filho do Joaquim Batista), que manteve e valorizou, com gosto, as características arquitetônicas do imóvel.

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário