Barroso lidera emissões de carbono (ligadas ao aquecimento global) na micro-Vertentes

Os 18 municípios da região, entre eles São João del-Rei, Lagoa Dourada e São Tiago, emitem 1,7 milhão de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e).


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José Venâncio de Resende0

Fábrica de cimento Holcim, em Barroso.

Barroso (493.190 toneladas) e São João del-Rei (315.659 t) são os dois municípios campeões em gases de efeito estufa (GEE) na microrregião dos Campos das Vertentes. Os 18 municípios da região, junto, emitem 1,7 milhão de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e). A emissão de carbono na atmosfera está diretamente ligada ao aquecimento global.

São números modestos quando comparados aos 172 milhões de toneladas emitidos, juntos, pelos dez municípios campeões de GEE do Brasil. O município que mais emite no Brasil é São Félix do Xingu (PA), com 29,7 milhões de toneladas brutas de CO2e. Em Minas Gerais, Vespasiano (3,36 milhões de t) e Belo Horizonte (3,13 milhões de t) estão na dianteira.

Os dados constam da primeira edição do SEEG Municípios, uma iniciativa inédita do Observatório do Clima. O SEEG calculou as emissões de GEE de todos os 5.570 municípios brasileiros. O levantamento, que cobre os anos de 2000 a 2018, é detalhado para mais de uma centena de fontes de emissões nos setores de energia (em especial os transportes), indústria, agropecuária, tratamento de resíduos (lixo) e mudanças de uso da terra e florestas.

Em Barroso, sede de unidade da Holcim (produtora de cimento e concreto), a indústria responde pela emissão de 297.579 toneladas de CO2e, seguida do setor de energia (176.595 t). Em São João del-Rei, a agropecuária lidera com 121.939 toneladas, seguida de energia (84.760 t), resíduos (60.517 t) e mudanças de uso da terra e florestas (48.443 t).

Na classificação regional, Lagoa Dourada (com 106.551 t) aparece em terceiro lugar. A agropecuária lidera com 71.883 toneladas, seguida de mudanças de uso da terra e florestas (18.910 t). Em quarto lugar, aparece São Tiago (97.774 t), com destaque para a agropecuária (94.491 t).

Resende Costa responde pela emissão de 82.139 toneladas de brutas de gás carbônico equivalente. Agropecuária é o setor que mais emite (53.053 toneladas), seguida de mudanças de uso da terra e florestas (17.835 t), resíduos (6.555 t) e energia (4.696 t).

Ferramenta útil

Esta é a primeira vez que se enxerga as emissões na esfera municipal, e a primeira vez que um levantamento desse tipo é feito para um país continental. O objetivo é aumentar o conhecimento de prefeitos, câmaras de vereadores e da sociedade local de todo o país sobre a dinâmica das emissões e prover uma ferramenta para o desenvolvimento de políticas de desenvolvimento municipal com redução de carbono.

“Até hoje menos de 5% dos municípios brasileiros tinham algum inventário de emissões de gases de efeito estufa. Agora todos terão os dados para uma série de 20 anos e esperamos que isso sirva de estímulo para promover o desenvolvimento local, com redução das emissões e enfrentamento das mudanças climáticas”, explica Tasso Azevedo, coordenador-geral do SEEG. “Como os dados são disponibilizados de forma aberta e gratuita, significam também uma enorme economia de recursos públicos, que podem ser focados nas ações para reduzir emissões”, completa.

Clique aqui para conhecer a situação do seu município: http://plataforma.seeg.eco.br/cities/statistics

FONTE:

Municípios da Amazônia dominam emissões de carbono - https://www.oc.eco.br/municipios-da-amazonia-dominam-emissoes-de-carbono/?fbclid=IwAR2YmhfIgTYQAUpEcpxSHhs5z1fNryOzOQxW3ScrDkKNJGd4K7WClZIt2pM

 

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