Caetano, o Rezende que veio do norte de Portugal para Minas, 40 anos após João de Resende Costa


Artigo

Antônio Egg Resende* 1

foto* Natural de Lagoa Dourada e participante assíduo do Reszendão.

Até há algum tempo pensávamos, a maioria, que os Reszende do Brasil fôssem todos descendentes do casal constituído em 03/10/1726, por JOÃO DE REZENDE COSTA e HELENA MARIA DE JESUS, a partir da Fazenda Engenho Velho dos Cataguás, em Lagoa Dourada.

Respeito os genealogistas e historiadores que ainda contestam a ideia de que os Reszende não descendentes do citado casal não sejam primos, mas sou de opinião contrária pois creio que possa ter havido um ascendente comum àquele casal e a outros.

E, para reforçar a ideia de que realmente há no Brasil, pelo menos uma segunda Família Reszende, nosso primo e amigo CLÁUDIO BASTOS REZENDE, que nasceu e reside em Itumbiara (GO), lançou seu livro FAMÍLIA RESENDE REZENDE - Genealogia das Minas aos Sertões, com 620 páginas, em 2018, por ocasião do nosso ótimo Reszendão de Araxá. Trata-se de uma bela e portentosa obra, fruto de muita pesquisa e trabalho, tanto que há citação de 32 referências e fontes.

Parece realmente não haver dúvida, entre os estudiosos da Família, que o primeiro Reszende a vir para o Brasil foi JRC, por volta de 1720, oriundo do Arquipélago dos Açores/Portugal.

Mas também veio para o Brasil outro português Rezende, CAETANO DE SOUZA REZENDE, oriundo da Freguesia de Milheiros de Poares, Comarca da Feira do Bispado do Porto. Abrindo um parêntesis: até gostaria de saber, através dos nossos genealogistas, o grau de parentesco entre João e Caetano, caso tenham tido um ascendente Reszende comum.

Caetano também veio para Minas Gerais, atraído, como seu “provável” primo João, pela busca do ouro, mas ambos e muitos de seus descendentes se tornaram grandes fazendeiros, seguramente pensando na necessidade de produzir alimentos para o pessoal envolvido na mineração.

Esse segundo Rezende era filho de Manoel de Resende e Marcella de Pinho e instalou-se em São Gonçalo do Bação, distrito de Itabira do Campo, hoje Itabirito (MG). Casou-se, no dia 14/01/1760, na Capela local, com Quitéria Maria da Conceição. Portanto, pouco mais de 34 anos após o casamento do primeiro casal.

O casal teve onze filhos, nascidos em São Gonçalo do Bação/Itabirito; e cinco deles com filhos e netos, somados a descendentes de outros irmãos, tomaram diversos rumos em Minas Gerais, tais como: Sertão da Farinha Podre (denominação da região situada entre o Alto Paranaíba e o atual Triângulo Mineiro); predominantemente, Uberlândia (então São Pedro de Uberabinha, distrito de Uberaba); Indianópolis; Araguari; Nova Ponte; Prata; Estrela do Sul; Araxá etc.

Igualmente, outros descendentes de Caetano e Quitéria rumaram para outras cidades mineiras, como Tupaciguara, Boa Esperança, Belo Horizonte, Congonhas, Uberaba, Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete, Monte Alegre, Lavras, Perdões e, talvez, outras. Descendentes bem próximos daquele casal (netos e bisnetos) e de gerações posteriores, principalmente a partir do Triângulo Mineiro, partiram para regiões mais distantes, de outros estados, tais como: Cristianópolis (GO), Mineiros (GO), Itumbiara (GO), Piranha (GO), Aquidauana (MS), Terenos (MS), Rio Negro (MS), Campo Grande (MS), Rochedo (MS) e Santos (SP).

Em decorrência da forte dispersão dos descendentes dos dois primos desbravadores - o de Lagoa Dourada (MG) e o de Itabirito (MG) - por regiões e cidades coincidentes, certamente muitos, ainda que bons amigos, nem saibam dessa particularidade reszendense.

E, em contra partida, muitos descendentes de cada tronco certamente já se casaram com primos descendentes do outro, como o citado pelo autor do livro, na página 50, referente à união conjugal entre Edméia Sales de Rezende, nascida em Prata (MG), filha de Maria Nunes, descendente de Josepha, filha de JRC e HMJ, com João Muniz de Rezende, nascido em Bagagem (Estrela do Sul-MG), falecido em Goiânia (GO), descendente de Caetano e Quitéria.

Somos, pois, primos oriundos de Portugal, esse país maravilhoso e grande desbravador de terras longínquas, através de mares bravios e de riscos desconhecidos ou desconsiderados.

No meu conceito, os portugueses fizeram, mutatis mutandis, há mais de cinco séculos, o que fizeram os norte-americanos em 1969, pondo o homem na lua.

Tendo em vista o próximo 22ºReszendão/2020/Congonhas-MG (adiado por tempo indeterminado), eu quero homenagear, com este texto, o nosso grande genealogista e primo Cláudio Bastos Rezende, de Itumbiara (GO), inserindo os nomes dos casais seus ascendentes Reszende, descritos no Título 10 da referida obra, e sua esposa e filhos:

1.Caetano de Souza Rezende cc Quitéria Maria da Conceição (Carrijo), pais de 11 filhos/as, inclusive
1.10 - Genovepha Alves de Rezende cc João Pereira da Rocha, e, dentre os filhos/as:
1.10.14 - Antônia Alves Pereira (Rezende) cc Manoel Vieira da Costa, na Paróquia de Sant´Ana do Rio das Velhas (Indianópolis/MG), pais, dentre vários filhos/as, de:
1.10.14.7 - Genoveva Vieira de Rezende cc Lucas Alves de Carvalho, por volta de 1868 e residiram em Araguari/MG. Seu primeiro filho foi
1.10.14.7.1 - Antônio Alves de Rezende (Antônio Lucas) cc Virgínia Cândida Pereira, no Distrito de Amanhece (Araguari/MG), sendo um dos filhos(as):
1.10.14.7.1.2 - José Rezende Sobrinho (Zé Lucas) cc Catarina de Souza Coelho, no Distrito de Paracaíba (Araguari/MG) e migraram para Itumbiara/GO, sendo um dos seus filhos/as:
1.10.14.7.1.2.9 - João de Rezende (João Lucas) cc Marina Jorge de Bastos, sendo um dos filhos do casal o autor do livro citado:
1.10.14.7.1.2.9.2 - Cláudio Bastos Rezende cc Rita de Cássia Motta Sampaio, pais de:
1.10.14.7.1.2.9.2.1- Cláudia Sampaio Rezende e
1.10.14.7.1.2.9.2.2- Rodrigo Sampaio Rezende.

 

Comentários

  • Author

    Olá, sou um Rezende também, a minha família disse que os Rezende vieram de Portugal em dois irmãos, um ficou em Pouso Alegre MG, e outro foi para Senador Amaral MG, tanto que tem mais de uma linhagem de Rezendes lá, eu sou da primeira da cidade de Senador Amaral, mas tem outras que viram depois, segundo meu avô, os irmãos eram ricos e queriam terras para fazendas. Vale a pena investigar sobre Senador Amaral, pois há muitos rezendes lá.


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