Ciclistas percorrem mais de 300 km até a cidade de Aparecida do Norte

Grupo de 7 pessoas fez o percurso durante cinco dias no mês de abril


Religião

Vanuza Resende0

Em Águas da Prata, início do Caminho da Fé

Um grupo de ciclistas de Resende Costa percorreu 318 km pelo Caminho da Fé até chegar a Aparecida do Norte (SP), onde se encontra o Santuário Nacional dedicado à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Um dos participantes, o agente de atendimento do Sicoob Credivertentes, Diego de Resende Pinto, 36, contou como surgiu a ideia de realizar o percurso de bike. “Assisti a alguns vídeos feitos por ciclistas que eu sigo no YouTube. Interessei-me pelo Caminho da Fé. Com isso, fui procurar saber sobre o mesmo. Conversei com alguns ciclistas aqui de Resende Costa que já fizeram o trajeto do Caminho da Fé há um tempo. No ano passado, surgiu a vontade de fazer a cicloviagem. Falei disso com um amigo, o Vinicius, que topou a ideia de fazermos o passeio. Chamamos mais alguns amigos e programamos a viagem do Caminho da Fé, que aconteceu no mês de maio/2022. Foi tão gratificante a cicloviagem que resolvemos voltar esse ano”.

Em 2023, o grupo foi formado por sete pessoas, sendo cinco ciclistas – (Diego, Ésio, Fábio, Hugo e Vinicius) e duas pessoas no apoio (Pedro e Denilson). Diego explica que o Caminho da Fé é composto de vários ramais que se ligam ao ramal principal. O principal começa na cidade de Águas da Prata – SP e finaliza em Aparecida do Norte – SP. “Fizemos o percurso principal, que é formado por cidades e distritos do estado de São Paulo e Minas Gerais. Gastamos cinco dias, de 21 a 25 de abril, para percorrer 318 quilômetros, com altimetria de 8.500 metros acumulados”, detalha o ciclista.

 

Fé em Nossa Senhora Aparecida aliada a um caminho de tirar o fôlego

Para Diego, a pluralidade do percurso faz com que o caminho seja percorrido por diferentes ciclistas. “É como todos que foram falam: “Quem vai uma vez sempre quer voltar.” É uma enorme experiência, tanto para aqueles que vão com o propósito de só curtirem o esporte e as paisagens, como para aqueles que, além de curtirem o esporte e as paisagens, também vão movidos pela fé e espiritualidade. O Caminho da Fé é composto por paisagens lindas. Em cada cidade nas quais passamos encontramos um povo acolhedor que vivencia o caminho. Os desafios diários com altimetria elevada (morros que não acabam mais, cansaço de dias acumulados em cima da bike) fizeram com que ficássemos mais fortes para o dia seguinte”, detalha o agente de atendimento da Credivertentes. Essa, inclusive, não foi a única cicloviagem do grupo. Em 2022, eles foram até Congonhas e, nesse ano, já estão se programando novamente. Os amigos de pedal também estão planejando uma cicloviagem pelo Caminhos de São Tiago – que liga a cidade de Ouro Preto a São Tiago, passando, inclusive, por Resende Costa.

Além dos atrativos naturais, Diego destaca que o caminho também foi escolhido pela devoção à padroeira do Brasil. “Quando o Vinicius e eu resolvermos ir, pensamos, sim, na religiosidade, já que sou devoto de Nossa Senhora Aparecida. Aliamos a fé ao esporte que amamos praticar. Hoje vejo muita gente indo pela prática do esporte e pela superação da alta altimetria. Falando por mim, sinto no caminho uma coisa mística muito forte. A fé em Nossa Senhora Aparecida está presente em todos os locais. Sinto a presença dela a todo momento”, declara o devoto.

 

Preparação para o percurso

Para percorrer o trajeto, a preparação foi intensa. Diego, que sempre que pode está sobre duas rodas, destacou a preparação. “Foram muitos dias de treinos, principalmente treinos em morros. Já pedalo duas vezes por semana. Depois do Carnaval, intensifiquei meus treinos. Passei para três dias de treino (no mínimo) e sempre fazendo treinos com altimetria elevada (treino com morros maiores). Procurei treinar, também, em dias seguidos, uma vez que passaríamos cinco dias seguidos em cima da bike”, explica.

Aqueles que estão pensando em percorrer o Caminho da Fé devem levar em conta o trajeto. “O percurso é muito desafiador, com uma altimetria muito elevada. Quando não estamos subindo paredões, estamos descendo morros íngremes que exigem muito da nossa concentração e força. Entretanto, a cada mirante que chegávamos éramos recompensados pelas lindas paisagens. Acredito que todos consigam fazer o caminho. No entanto, para que não seja tão sofrido, é necessário um bom treino antes. Também é essencial, durante o percurso, que cada um siga no seu ritmo. Não adianta querer andar no ritmo dos outros ciclistas, pois que as chances de “quebrar” são muito grandes”, aconselha Diego.

 

A prática do ciclismo

Por fim, Diego destaca o aumento da prática do esporte.O ciclismo cresceu muito nos últimos anos, o esporte vem ganhando inúmeros praticantes, seja ele para o lazer ou para competições. Aqui em Resende Costa não foi diferente. Vejo um grande número de pessoas que começaram a praticar o ciclismo.  É um esporte muito prazeroso, pois, além de trazer benefícios para a saúde, nos proporciona conhecer percursos com paisagens incríveis”.

Devido aos inúmeros benefícios da prática esportiva, o número de adeptos do ciclismo é tão expressivo. Para quem está há algum tempo envolvido com as cicloviagens, como é o caso de Diego Resende, a recomendação é viver a experiência, que, inclusive, foi compartilhada na página do Instagram do qual ele é fundador, a “Uai de Bike”. “Recomendo a todos os ciclistas fazer o Caminho da Fé. Subir as serras dos Limas, Teodoros, Caçador, o famoso morro do Sabão, chegar à porteira do Céu e conhecer a famosa Serra da Luminosa. Não se pode deixar de conhecer, também, pessoas icônicas do Caminho da Fé, como a Dona Inês, Dona Gonçalina, Dona Natalina, Maurão, Jucemar, Poka etc. São tantas paisagens e pessoas bacanas que todos que fazem o Caminho se surpreendem positivamente com ele e sempre desejam voltar. Seja pela parte espiritual, seja pela parte esportiva, faça e viva o Caminho da Fé, curta cada momento, cada paisagem, cada cidade pela qual passar e cada pessoa que encontrar durante o percurso. Garanto que você vai querer voltar outras vezes”, finaliza.

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