Em São João del-Rei, dois eventos importantes sobre startups e neurociência

São a II Feira de Startups, no UNIPTAN, e II Workshop Latino-Americano de Neurociência Computacional, na UFSJ


Ciência e Tecnologia

José Venâncio de Resende0

I Feira de Startups dos Campos das Vertentes em São João del-Rei (foto: facebook).

A II Feira de Startups - evento regional voltado à disseminação da cultura de startups (empresas de tecnologia em fase inicial), empreendedorismo, tendências de novos mercados e feira de negócios – vai acontecer este ano entre os dias 2 e 4 de setembro, na sede do UNIPTAN. O sucesso da primeira edição, realizada em 2018, reforça a vontade de seus organizadores de tornar a Feira um evento de referência na região dos Campos das Vertentes.

Também contribui para isso a sinergia de ações da indústria e do comércio, do governo e das universidades da região, que resulta numa série de atrações para toda a comunidade. O evento contará ainda com palestras, feira de startups, trilhas educativas, rodada de negócios e competições de empreendedorismo.

Segundo o professor e vereador Leonardo Henrique, que fez parte da comissão organizadora da I Feira de Startups (representando o IF e a Câmara Municipal), em novembro de 2018, o resultado foi positivo, com boa participação de empresários, alunos e professores de instituições de ensino superior, inclusive do campus de Divinópolis da UFSJ, assim como alunos das escolas públicas e particulares. “Foram várias exposições de modelos de startups e de empresas inovadoras. A ideia é fazer um evento ainda maior este ano”, assinala.

A expectativa dos organizadores é a de atrair o público jovem, bem como prover atrações para os universitários além de apresentar novas tendências e mercados para os empresários e consumidores de toda a região. Busca-se instigar e difundir a cultura de startups e inovação, fomentando também a consolidação do ecossistema de criação de negócios na região.

A Feira é organizada por docentes e discentes do UNIPTAN, da UFSJ e do IF Sudeste - Campus São João del- Rei, com destaque para o Núcleo de Empreendedorismo do UNIPTAN, a Incubadora de Desenvolvimento Tecnológico e Setores Tradicionais do Campo das Vertentes (INDETEC) e a Associação Comercial e Industrial de São João del-Rei (ACI del-Rei).

A programação do evento está disponível em: https://www.uniptan.edu.br/noticias/2019/6/25/uniptan-sedia-ii-feira-de-startups-das-vertentes

Workshop em neurociência

Este ano, o II Latin American Workshop on Computational Neuroscience (LAWCN - Workshop Latino-Americano de Neurociência Computacional) vai acontecer, entre 18 e 20 de setembro, no campus Santo Antônio da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). O evento vai reunir pesquisadores de todo o mundo nas áreas de neuroengenharia, neurociência, neurociência computacional, inteligência artificial e correlatas. Os melhores trabalhos em inglês serão publicados pela Springer Nature na série de livros “Communications in Computer and Information Science” (CCIS).

O Workshop vai receber pesquisadores de renome na área, como Sidarta Ribeiro (Brasil-UFRN), Jim Torresen (Noruega), Michela Chiappalone (Itália), Gabriel Mindlin (Argentina), Diego Peluffo (Equador), Márcio Moraes (Brasil-UFMG), Gabriela Castellano (Brasil-Unicamp) e Ives Passos (Brasil-UFRGS).

Pesquisa sobre epilepsia

O Laboratório Interdisciplinar de Neuroengenharia e Neurociências (Linnce/UFSJ) desenvolveu pesquisa sobre o uso de estimulação elétrica para tratamento de epilepsia. A novidade da pesquisa, realizada em animais, é que ela avalia como otimizar o uso desses pulsos elétricos no controle da doença - já que ainda não existe uma cura.

“Cerca de 70% da população (com a doença) consegue se tratar com medicamentos ou com cirurgia. Só que outra porção considerável, de 30%, não consegue tratamento adequado e precisa de alternativas”, diz o coordenador do Linnce e chairman do II LAWCN, Vinícius Rosa Cota.

Os pesquisadores estudam uma “dessincronização” desses estímulos, com o intuito de usar menos pulsos elétricos no tratamento. Assim, de centenas de pulsos por segundo aplicados tratamento tradicional, seriam utilizados quatro ou cinco deles.

Imagine o seguinte: o coração, para funcionar normalmente, precisa trabalhar de forma harmônica, sincronizada. E isso ocorre a partir da estimulação elétrica que recebe. No cérebro, o funcionamento é diferente disso. Se ocorrer “muita sincronização” nos neurônios, isso pode desencadear uma crise convulsiva.

“A nossa ideia é (desenvolver) um fibrilador neural. A gente vai criar desordem no cérebro, vai tirar o sincronismo dessas células. Em vez da estimulação ser ritmada, ela é toda ‘bagunçada’”, explica o professor. O trabalho aponta que os resultados são melhores quando se estimula a amígdala cerebral, área responsável, principalmente, pelas emoções.

Isso possui algumas vantagens em razão do uso de menos pulsos elétricos. Uma delas é que a bateria que abastece esse fibrilador (e ambos estão inseridos no corpo) teria maior vida útil, sem necessidade de intervenção cirúrgica para troca. Outra é a maior segurança no tratamento, com menos riscos de lesão nos tecidos neuronais em virtude da estimulação elétrica.

No momento, a pesquisa aguarda a análise de patente. A equipe ainda trabalha para iniciar um estudo em humanos, mas isso depende de parceria com hospitais e neurocirurgiões.

Fonte:

Assessorias de Comunicação do UNIPTAN e da UFSJ

LINK RELACIONADO:

Políticas de incentivo e parcerias podem tornar São João del-Rei pólo tecnológico - https://www.jornaldaslajes.com.br/integra/politicas-de-incentivo-e-parcerias-podem-tornar-sao-joao-del-rei-polo-tecnologico/2682

 

 

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