Escritor Evaldo Balbino é o novo membro da Academia de Letras de SJDR


Cultura

José Venâncio de Resende0

fotoEvaldo Balbino entre o presidente da ALSJDR João Bosco Teixeira e a secretária da instituição, Liliane Dutra

O escritor, poeta e colunista do Jornal das Lajes, Evaldo Balbino da Silva, tomou posse, em sessão solene no dia 26 de novembro último, na Academia de Letras de São João del-Rei. Evaldo - que é professor de Português e pesquisador de Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - vai ocupar a cadeira número 1, cujo patrono é o acadêmico Severiano Nunes Cardoso de Resende.

Natural de Resende Costa, Evaldo Balbino é licenciado em Letras, mestre em Literatura Brasileira e doutor em Literatura Comparada pela UFMG. Tem crônicas, poemas, contos, artigos e ensaios de crítica literária publicados em antologias, suplementos literários, jornais e revistas acadêmicas. Desde 2009, assina a coluna “Retalhos Literários” do JL.

O novo membro-titular da Academia já recebeu diversas distinções literárias, com destaque para o Prêmio Edital Estímulo às Artes do Suplemento Literário de Minas Gerais em parceria com a Fundação Clóvis Salgado (2005); o Prêmio Braskem da Academia de Letras da Bahia (2012); o Troféu MG Cultura (2013); o Prêmio Humberto de Campos do Concurso Internacional de Literatura da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (2014) e o 3º lugar no Prêmio Saraiva de Literatura e Música (2014).

Entre as publicações de Evaldo Balbino, destacam-se Moinho (2006 – poesia), Móbiles de areia (2012 – crônicas), Filhos da pedra (2012 – poesia), Amores oblíquos (2013 – contos), Os fios de Ícaro (2015 – romance), Apesar das coisas ásperas (2016 – crônicas) e Fantasma de Joana d’Arc (2017 – poesia).

 

Discurso de posse. Em seu discurso de posse, Evaldo Balbino lembrou o famoso verso de Fernando Pessoa “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, para acrescentar: “o que faço, roubando o poeta das múltiplas faces, é dizer que venho sonhando desde o início de minha existência. E acredito que o venho fazendo a partir de um querer que é meu por empréstimo, por mercê de outra vontade anterior à minha, um desejo divino. E de tanto sonhar e querer o que antes fora querido para mim, estou aqui hoje proferindo estas palavras na Academia de Letras de São João del-Rei”.

Entre as realizações, “ou melhor, alguns sonhos”, que o trouxeram até aqui, o novo acadêmico atém-se “aos sonhos poéticos que em mim começaram a germinar lá mesmo na minha infância: os artefatos construídos através de palavras. Desde criança, os mundos ficcionais e as imagens construídas por poetas me fisgaram. A literatura me enredou como se prende à rede um peixe. Mas aqui não se trata de um peixe arredio nas possibilidades aquáticas. Minha entrega ao verbo poetizado foi e é amorosa. Sou prisioneiro das tramas que a arte faz e me permite fazer”.

“Nos inícios da minha jornada, os autores bíblicos, Monteiro Lobato, Rute Rocha, Alaíde Lisboa de Oliveira, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles e outros cultivadores da arte da palavra me estimularam a amar a vida através de enredos e cantos, as redes da arte”, prosseguiu Evaldo. Depois de um “célere passeio” “pela singela poética de Cora Coralina, pela caudalosa poesia de Fernando Pessoa, pelos autores bíblicos, por uma tela de Goya e por algumas das minhas primeiras leituras infantis”, o escritor falou “de uma entrega amorosa que devoto desde cedo às letras em estado poético. Uma dedicação ao abc que me traz luz e escuridão. E no cômputo geral desse empenho, o que resulta é sempre lucidez. Claro olhar para o passado e para o presente. Um sonho desejoso de futuro”.

Por fim, Evaldo disse esperar, “a partir de agora, contribuir um pouco e humildemente com esta Academia cuja função é nobre. O que uma casa de letras tem em mãos é o poder de permanência e de renovação, por possibilitar a convivência fraternal em torno da literatura, da educação, das artes, da memória e, sobretudo, da palavra”.

 

Nova presidente. A poetisa Zélia Maria Leão Terrell será a primeira mulher a presidir a Academia de Letras de São João del-Rei, ­fundada há 46 anos. Ela foi eleita para um mandato de dois anos (2018-2019), na sessão do dia 26 de novembro, na sede da entidade. O editor do JL, André Eustáquio Melo de Oliveira, foi escolhido como o vice-presidente. Zélia é autora dos livros de poesias “Flores do Limoeiro” (2007) e “Caminhos do Amanhã” (2014). A poetisa integra a Academia de Letras de São João del-Rei desde 2008.

A posse da nova diretoria acontecerá na primeira reunião de 2018, no mês de fevereiro.

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