Lucas Paulo, prefeito em exercício de Resende Costa, avalia a primeira metade do mandato da atual gestão


Vanuza Resende


fotoLucas Paulo, prefeito em exercício de Resende Costa, recebeu o prêmio prefeito destaque, em Campo Belo (MG)

O prefeito em exercício de Resende Costa, Lucas Paulo, vai iniciar a segunda e última metade do primeiro mandato da atual gestão municipal. Em entrevista ao Jogo Aberto do JL, Lucas avalia os dois primeiros anos, fala sobre o afastamento de Zinho Gouvea, os enfretamentos à pandemia, as eleições de 2022 e os planos para os dois últimos anos do atual governo municipal.

 

Qual a sua avaliação da primeira metade do mandato da chapa eleita para a Prefeitura de Resende Costa? A gente avalia muito bem essa primeira metade do mandato. Conseguimos fazer bastante coisa do que foi prometido no nosso plano de governo. Quem tem o plano de governo em casa pode acompanhar isso. Conseguimos avançar muito, criar várias coisas que não estavam no nosso plano de governo, com ideias da população, ideias que foram surgindo com os secretários e as nossas próprias ideias. Acreditamos que, mesmo com a dificuldade frente a uma pandemia num ano passado pesado, conseguimos avançar bastante nas ações que prometemos quando colocamos o nosso nome à disposição da população.

 

Infelizmente, Zinho Gouvea, por problemas de saúde, precisou se afastar do cargo de prefeito. Como foi para você assumir o cargo? Foi um dos momentos mais difíceis na minha trajetória política ao longo desses dez anos como vereador e como vice-prefeito. Porque o Zinho, além da questão de estarmos na mesma chapa, é meu amigo. Foi, sem dúvidas, um grande baque. E, ao mesmo tempo, não podia me deixar abater, visto que os nossos projetos, os nossos planos tinham que continuar. Eu e toda a equipe tínhamos que estar ali prontos e preparados para assumir. O que facilitou para mim foi estar trabalhando junto com o Zinho, presente na prefeitura desde o primeiro dia. Mas, sem dúvidas, não foi fácil, estávamos no momento mais difícil da administração. A pandemia estava no seu momento mais agressivo, com mais de 3.000 mortes diárias no país. Além do ocorrido ter afetado o nosso emocional, ainda tínhamos que enfrentar uma grande pandemia pela frente naquele momento.

 

E desde então, como tem sido a participação de Zinho nas decisões do município? A participação do Zinho é muito importante e motiva a equipe. O Zinho está sempre participando com a gente das aberturas, das inaugurações. Quando a gente tem alguma ideia, a gente sempre está passando pra ele. É muito importante o carinho que toda a equipe tem por ele e que ele tem por toda a equipe. Isso, com certeza, traz um resultado positivo para a administração.

 

No último dia 9 de dezembro, você recebeu o Troféu Gente e Marcas de Sucesso, sendo reconhecido prefeito destaque. Como foi receber esse prêmio? Receber esse prêmio é muito gratificante, muito importante.  É um prêmio de referência no Brasil inteiro, eu fico muito satisfeito de ser o primeiro prefeito do Campo das Vertentes a receber esse prêmio e ter esse reconhecimento é gratificante. Eu quero aproveitar para agradecer à população pela confiança, agradecer aos funcionários da prefeitura, toda a equipe e o secretariado. Esse prêmio não conquistei sozinho, foi graças a um bom trabalho fruto de uma boa equipe.

 

Vocês assumiram a administração em um ano que se tornou totalmente atípico, o ano do início da pandemia da Covid-19 no Brasil. Como foi passar por essa fase mais crítica da pandemia? Foi um momento muito difícil. Questão comercial, no qual tínhamos que definir se um comércio poderia abrir e fechar, e eram coisas que mudavam de um dia para outro, às vezes fora do nosso controle. Devíamos seguir as orientações do estado, através do Minas Consciente.  Também havia a pressa de poder vacinar a nossa população, mas nem sempre tínhamos vacinas em mãos para poder fazer isso. Foi um trabalho muito grande da nossa equipe de vacinação para poder vacinar o mais rápido possível, tendo as vacinas em mãos. Investimos no hospital, ajudamos na compra da usina de oxigênio, mas não foi um momento fácil. Acredito, com certeza, que fizemos um grande trabalho, tanto na questão comercial, conseguindo ajudar que o comércio pudesse continuar; e, principalmente, na questão da saúde, com a agilidade na vacinação, na busca por vacinas e também no combate à pandemia.

 

E agora, com a pandemia controlada, como tem sido reorganizar as ações e os projetos? Fica mais fácil poder concentrar nos nossos programas, mas estamos em outros desafios, principalmente na saúde. Existem muitas pessoas que tiveram sequelas devido à Covid-19. A demanda por fisioterapia, por exemplo, aumentou muito para poder atender aqueles que ficaram, infelizmente, com sequelas. Na época da pandemia, foram suspensas cirurgias eletivas; agora a nossa fila é muito maior. O atendimento para conseguir fazer com que a fila ande é mais complicado, e essa é uma realidade de todos os municípios. O trabalho já era difícil, e agora, com algumas demandas, como cirurgias eletivas, exames e atendimentos, tudo isso duplicou.

 

A administração inaugurou uma importante obra para a cidade – a Avenida Tiradentes. No entanto, as mudanças no trânsito na região da Avenida Alfredo Penido geraram polêmicas e até um certo descontentamento por parte da população local. Como você avalia a realização dessa obra? A gente fez a mudança no trânsito, houve polêmica, mas eu acredito que o descontentamento se originou de um grupo menor de pessoas. Eu acho que houve uma alteração positiva. Fizemos pesquisa que mostrou que em torno de 80% da população aprovou a mudança no trânsito. A gente sabe que ela passará por alguns testes, afinal ali tem um movimento muito grande. Vamos ter que fazer algumas adaptações até ela realmente ficar 100% pronta. Onde existe erro da empresa, estamos cobrando que a empresa corrija. E assim será feito. Houve um descontentamento, principalmente da parte comercial do artesanato, e a opinião do empresariado é muito importante. Fizemos reuniões e alteramos o projeto, que era de uma forma, e após a reunião, mudamos esse projeto em respeito e atenção também ao comércio.

 

Já que estamos falando em obras, e a rede de esgoto? Essa obra foi iniciada ainda no mandato do Aurélio, uma licitação em que a Copasa terceirizou mais uma etapa da implantação da rede de esgoto no município. Assumimos e acompanhamos de perto as obras. Não estávamos gostando do trabalho feito pela empresa terceirizada e estivemos várias vezes em Belo Horizonte, com a Copasa, inclusive vereadores também me acompanharam em algumas reuniões. Em abril desse ano, houve o rompimento do contrato entre a Copasa e a empresa terceirizada por ela. Agora está sendo feito o projeto, que vai passar por algumas modificações, e, em breve, a Copasa vai licitar novamente para retomar as obras de esgotamento na cidade. Estaremos atentos como sempre estivemos e, se o serviço não estiver sendo feito com qualidade, estaremos cobrando. Mas esperamos que a próxima empresa que vier dê continuidade e faça um serviço de qualidade para a população, visto que se trata de uma obra de extrema importância. É importante ressaltar que essa é uma obra que não é de responsabilidade da prefeitura, mas é uma obra que fiscalizamos de perto até haver realmente esse rompimento do contrato. E estamos sempre cobrando.

 

Entre saúde, educação, obras, infraestrutura, cultura e turismo, esporte, meio-ambiente, qual a área que você encara como o maior desafio da cidade? Por quê? Todas as secretarias têm dificuldades. Mas eu vejo três secretarias que envolvem desafios maiores: saúde, educação e obras. A saúde, com certeza, tem prioridade e é a maior dificuldade, visto que ainda temos reflexos da pandemia, como respondi anteriormente. A educação também apresenta grandes desafios. As aulas presenciais ficaram suspensas por quase dois anos, e estamos trabalhando para que isso tenha o menor impacto possível.  Outro desafio são as obras: temos ruas para calçar e temos que avançar com outrasobras importantes no município. E assim será feito, mas para mim as três secretarias com maior desafio, neste momento, são as áreas da saúde, educação e obras e infraestrutura.

 

Como você avalia o secretariado à frente das pastas nesses dois anos? Houve mudanças? Só relembrando que renovamos quando assumimos pela primeira vez a prefeitura de Resende Costa, até mesmo na região, com o processo seletivo para alguns cargos de secretário. Lembrando que é direito do prefeito colocar quem quiser em um cargo de confiança. Porém, mesmo assim, quisemos fazer processo seletivo. Quanto aos outros que continuaram conosco, isso foi devido ao trabalho realizado com Aurélio. E apenas duas mudanças ocorreram até agora: uma na área de educação e uma na área de obras. Todos os dois cargos já vinham desde a gestão passada, a do Aurélio. Com muito tempo na secretaria, secretarias que são pesadas, com um gasto físico e mental do secretariado... frente a isso, preferimos dar essa renovada. Foi, inclusive, uma decisão conjunta.

 

Esse ano houve eleições em níveis estadual e federal. Você e demais políticos da cidade apoiaram o presidente derrotado, Jair Bolsonaro. Qual o motivo do apoio? Por que o apoio aconteceu apenas no segundo turno? É só a questão do apoio. Isso é normal acontecer em todas as cidades. Um grupo apoiar um candidato, outro grupo apoiar o adversário, mas é muito importante sempre o respeito. A questão de apoio no primeiro turno e segundo turno também acho normal e aconteceu isso em Resende Costa, dos dois lados, ou seja, políticos que no primeiro turno não apoiaram e depois manifestaram apoio a Bolsonaro ou Lula. Não posso falar por todos, mas falando por mim, no primeiro turno não me posicionei por dois motivos principais. O primeiro, visto por toda a nossa população: estávamos mal representados de candidatos. Nos debates, poucas vezes discutiam ideias, programas, sugestões e soluções, e, infelizmente, apenas ataques foram vistos. Isso levou o ódio à campanha presidencial em todo o país. E, segundo, porque, devido a essa situação, eu não tinha ainda o meu candidato no primeiro turno, queria analisar todos os candidatos, por isso não tinha como me posicionar, eu mesmo ainda não tinha definido a quem queria apoiar no segundo turno. O meu apoio veio de uma situação que eu acho que é bem clara: apoiei um candidato mais da direita e meu apoio se fez necessário, como todos os políticos fizeram. Eu sou, e sempre serei, Resende Costa na frente de qualquer coisa. Os nossos deputados, a maioria dos nossos deputados, que ajudam e mandam mais recursos para a cidade apoiam o presidente Bolsonaro. O nosso governador, e a gente tem demandas importantes com o estado, também declarou apoio ao candidato Bolsonaro. Mas a eleição veio, o presidente Lula foi eleito, a quem parabenizamos. Já estive em Brasília em busca de recursos para nossa cidade e desejo boa sorte. Torço para que o Brasil continue crescendo e conto com que os recursos continuem chegando a Resende Costa, seja através de deputado da esquerda ou deputado da direita.

 

Com o Governo Lula (PT) nos próximos quatro anos, qual a expectativa de apoio do Governo Federal para a cidade? Como eu disse, os nossos deputados eram mais alinhados com Bolsonaro. Acredito e espero que tenham abertura para que continuem apoiando a nossa cidade, mesmo com a eleição do Lula. Assim como há deputados que apoiavam o Lula e devem continuar mandando recurso pra nós. Tenho esperança de que os deputados continuem fazendo o papel de mandar recursos para os municípios. Porque, lembrando, cidade pequena depende demais de recursos e programas federais. E eu, com certeza, estarei em Brasília correndo atrás para ajudar a cidade.

 

Quais são seus planos para os próximos dois anos de mandato? Esperamos terminar o que está em andamento. Estamos com vários programas e várias obras em ação. Vamos focar para terminar e entregar tudo à nossa população na melhor qualidade possível e dar continuidade ao que prometemos. Quando passamos de casa em casa, apresentamos o nosso plano de governo e, ao completarmos os quatro anos de governo, esperamos entregar à população o que prometemos e retribuir o voto de confiança que nos foi dado.

 

Uma mensagem aos conterrâneos. Queria aproveitar para agradecer à população de Resende Costa pela confiança e pelo carinho que sempre tivemos, dizer que estamos à disposição. Não somos perfeitos, não conseguiremos fazer uma Resende Costa perfeita, mas a nossa intenção é sempre fazer uma cidade melhor em todos os setores. Precisamos investir em saúde, educação, obras, cultura, esporte e assim vamos fazer. Esperamos que possamos, em 2023, dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito e dizer que estamos sempre à disposição para atender da melhor maneira possível a nossa população e representar nossa Resende Costa.

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