O militar resende-costense Antônio Carlos Melo Coelho é promovido a Major do Exército Brasileiro


Perfil

André Eustáquio0

fotoO resende-costense Antônio Carlos Melo Coelho foi promovido a Major do Exército Brasileiro. Foto Arquivo pessoal.

 

Cacá, como é conhecido por seus amigos e conterrâneos, trabalha no Hospital das Forças Armadas em Brasília

Aos 16 anos de idade, o resende-costense Antônio Carlos Melo Coelho, o Cacá do João Bosco, começou a se interessar pela carreira militar, incentivado pelo seu primo Gustavo Melo, hoje professor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). “Eu estava no 2º ano do Ensino Médio quando comecei a me interessar pela carreira. Não tive dúvidas de que era isso mesmo que eu queria”. A certeza do que queria o levou a intensificar os estudos e a se preparar para a difícil e concorrida prova da EsPcex (Escola Preparatória de Cadetes do Exército). Em 1997, Cacá ingressou no Exército como aluno da EsPcex, em Campinas, onde permaneceu por um ano. Após esse período, o próximo passo foi a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ). Na AMAN, Cacá se formou Oficial de Intendência do Exército Brasileiro, especializando-se em logística. Aos 38 anos, casado há doze com Maria Girlane de Resende Melo Coelho, pai de Laura e Murilo, Cacá foi promovido a Major do Exército no dia 31 de agosto último.

Antes, porém, de chegar à patente de major, Cacá percorreu os passos da carreira militar, que não exclui desafios. O primeiro deles foi em Brasília, no 16º Batalhão Logístico. “Inicialmente fiquei três anos em Brasília e desempenhei as funções de comandante de pelotão e de companhia”, diz Cacá, que na ocasião era um jovem aspirante a oficial.


Na fronteira

De Brasília, Cacá embarcou para o seu primeiro grande desafio como oficial do Exército. Foi-lhe confiada a missão em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, onde serviu no Comando da 2ª Brigada de Infantaria de Selva. São Gabriel da Cachoeira está localizada na fronteira entre Brasil, Venezuela e Colômbia - um lugar de difícil acesso, “mas não inóspito”, como destaca Cacá. “É um dos lugares mais remotos e ao mesmo tempo mais bonitos do Brasil, e que pouca gente conhece”, diz o militar, que faz questão de lembrar: “O meu pai foi a única visita que recebi em São Gabriel”.

Em São Gabriel Cacá recebeu treinamento para adaptação à vida na selva: “Foi um estágio de oito dias, com o objetivo de conhecer e se adaptar ao ambiente operacional”. O clima da região amazônica foi sentido pelo militar: “É um clima diferente, de muito calor. No verão chove todo dia e no inverno, o dia todo”.

Na tríplice fronteira, como é conhecida a região de São Gabriel da Cachoeira, a presença do Exército é marcante e fundamental. “Em São Gabriel o Estado Brasileiro é representado pelo Exército, que tem pelotões presentes em locais estratégicos, garantindo a segurança nas fronteiras”. De acordo com Cacá, que desempenhou funções administrativas no Comando da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, a “presença do Exército é maciça na região”.

A missão do então 1º Tenente em São Gabriel da Cachoeira terminou no final do ano de 2006. “A Girlane (esposa) me acompanhou durante toda essa aventura. Afinal, nós estamos juntos desde criança (risos)”, conta o militar.


Em Vila Velha

Cacá chegou à Vila Velha, no Espírito Santo, como 1º Tenente para servir no 38º Batalhão de Infantaria. Foram três anos desempenhando “funções inerentes ao Oficial de Intendência”, conforme ele explica: “Desempenhei funções administrativas, como chefe da Seção de Finanças do Batalhão”. No final do primeiro ano em Vila Velha o 1º Tenente Antônio Carlos Melo Coelho foi promovido a Capitão.

2010 foi um ano de transição. Todo oficial de carreira da AMAN é obrigado a fazer o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAo) e Cacá foi designado para fazê-lo. O curso é realizado no Rio de Janeiro e tem a duração de um ano. “É obrigatório na carreira de todo oficial da AMAN”, reitera Cacá.


Fechamento de um ciclo

No final do curso da EsAo, o capitão Antônio Carlos Melo Coelho foi classificado para Manaus, para servir no 12º Batalhão de Suprimentos. Na unidade, que exerce apoio logístico à Amazônia Ocidental, o capitão trabalhou quatro anos na logística e na formação de oficiais temporários. Percebe-se que é um batalhão que marcou a carreira do oficial: “É a unidade que futuramente, se eu for selecionado, gostaria de comandar”, revela o agora Major Antônio Carlos, que diz que em Manaus fechou-se um ciclo da sua carreira: “Fechei o ciclo em dezembro e agora estou em Brasília no Hospital das Forças Armadas (HFA)”. O major resende-costense é chefe da Seção de Finanças do renomado hospital na capital federal.


Rotina

 

A rotina diária do major Antônio Carlos Melo Coelho começa às 5h:30 e revela a rigorosa disciplina militar adquirida nos cinco anos de AMAN: “Acordo cedo, faço a barba e visto a farda. Às 7h inicio o trabalho, que termina às 16h”. O major revelou ainda que não abre mão de cuidar da própria farda: “Eu que passo e cuido da minha farda. Faço isso desde os tempos de aluno”, disse com bom humor o oficial, que exalta a disciplina militar: “Os pilares do Exército são a disciplina e a hierarquia. E disciplina não faz mal a ninguém”.

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