Peças sacras da histórica Capela dos Campos Gerais foram recuperadas e trazidas de volta a Resende Costa


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Os objetos sacros que foram furtados da Capela dos Campos Gerais já estão no Museu Paroquial de Resende Costa (Fotos Vanuza Resende)

Em 21 de janeiro de 2016, a Capela de Nossa Senhora do Carmo dos Campos Gerais - localizada a 7 quilômetros da cidade de Resende Costa, onde encontram-se as ruínas da histórica Fazenda dos Campos Gerais, pertencente ao inconfidente José de Resende Costa, o pai - foi arrombada e objetos sacros foram furtados. Zelador da capela há aproximadamente quinze anos, Joaquim Procópio da Costa acionou a Polícia, que fez o Boletim de Ocorrência, dando início às investigações. “Levaram uma imagem de Nossa Senhora do Carmo, que não era a original. Um cálice, duas jarras, um sininho, uma pia batismal com a coluna e um cabide”, informa seu Joaquim.

 Após três dias da ocorrência, ainda em janeiro de 2016, três pessoas foram presas em flagrante na cidade de Conselheiro Lafaiete com várias peças sacras de capelas da região, inclusive as pertencentes à Capela de Nossa Senhora do Carmo. As peças recuperadas ficaram sob os cuidados do padre Marcos Macário, que estava atendendo provisoriamente a Paróquia da cidade de Catas Altas da Noruega, também alvo de bandidos que furtaram parte do altar de uma capela rural do município. “Entre as peças, havia o restante do altar de Catas Altas e mais algumas que não foram identificadas previamente. Posteriormente, foi descoberto que havia peças de São Vicente de Minas e Entre Rios de Minas, roubadas de capelas rurais dos municípios. O delegado do caso solicitou que eu ficasse com todas essas peças, inclusive as de Resende Costa que, assim como as outras, agora já estão em seu destino”, declarou padre Macário, pároco da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, em Conselheiro Lafaiete.

Após serem reconhecidas e seguidos os devidos procedimentos legais junto à Delegacia de Polícia Civil de Ouro Branco, as peças foram entregues à Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França e guardadas no Museu de Arte. Segundo informou o pároco de Resende Costa, padre Fábio Rômulo Reis, outros objetos de capelas da zona rural do município que possam estar vulneráveis a furtos, poderão ser trazidos para o museu como forma de segurança. “Poderão ser guardados como essas que foram recuperadas, para a preservação da memória.”

A decisão da paróquia em deixar as peças dos Campos Gerais no museu paroquial está de acordo com a vontade do zelador da Capela de Nossa Senhora do Carmo. “A minha decisão já era essa. Antes que eles falassem comigo eu já queria que ficasse aqui (na cidade) porque a minha responsabilidade é menor. É mais seguro, lá fica fechado durante todo o ano. Então, as peças estando aqui, eu fico mais tranquilo”, diz aliviado seu Joaquim.

 No fim, alívio de seu Joaquim que diz que mais importante que o valor financeiro das peças é a memória preservada: “Não tem sensação melhor, porque é um patrimônio. Essa pia batismal é quase do tempo dos escravos, ela é de madeira. Não vou falar que vale isso ou aquilo. O valor que a gente acha é de uma relíquia. Essa pia batismal para mim é uma relíquia”, conclui o zelador.

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