Projeto Rota do Queijo Terroir, com foco na agricultura familiar


Cidades

José Venâncio de Resende0

Queijo minas artesanal produzido em Resende Costa pelo Casal Gastrô (Foto arquivo pessoal)

O projeto Rota do Queijo Terroir Vertentes foi um dos dois projetos do Sudeste brasileiro escolhidos para participar do programa “Experiências do Brasil Rural”, desenvolvido pelo Ministério do Turismo (MTur) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). “A gente conseguiu ser selecionado entre mais de 50 projetos no país inteiro, o que é um ganho muito grande”, comemora Marcus Vinicius Januário, gestor da instância de governança regional do circuito Trilha dos Inconfidentes. 

O projeto, que existe há três anos, abrange os 26 municípios do circuito e tem a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) como parceira. Para participar do processo de seleção do MTur e da UFF, foram identificados mais de 80 produtores rurais da região, dos quais cerca de 40 se dedicavam à produção de queijo, conta Marcus. Entre eles, o Casal Gastrô, de Resende Costa (ver artigo nesta edição).

As características do terroir (clima, solo e ambiente) conferem ao queijo produzido nos municípios das Vertentes atributos especiais, como casca semidura, coloração amarelo palha e sabor levemente ácido, com um processo de maturação distinto, segundo o turismólogo Luís Carneiro (Portal Minas Gerais, 12/05). A produção da região é expressiva e, além de Resende Costa, destacam-se municípios como São João del-Rei, Tiradentes, Ritápolis, Antônio Carlos, São Vicente de Minas, Carrancas e Nazareno.  

Além de envolver diretamente esses quase 40 produtores, a ideia é a de que, paralelamente, se trabalhe também com os outros integrantes da cadeia produtiva, de maneira que “todo mundo possa ganhar com isso”, explica Marcus. “A gente passa a ter melhor qualificação e maior visibilidade dentro do cenário nacional”, associado ao turismo, uma vez que “a gente começa a ter um produto realmente sendo divulgado e promovido pelo principal órgão turístico do país”.

A presença da UFF é importante para a realização de diagnóstico do estágio de qualificação e o apoio à comercialização e à promoção dos empreendimentos inseridos no roteiro. O foco é trabalhar a agricultura familiar como diferencial competitivo: elaboração de plano de ação e inovação para os principais gargalos identificados pela pesquisa inicial; capacitação dos empresários, empreendedores e produtores rurais; apoio à comercialização e fortalecimento da promoção e comercialização do roteiro.

Dessa forma, busca-se inserir os produtos da agricultura familiar em bares, restaurantes, meios de hospedagem, lojas e outros equipamentos que fazem parte do roteiro. “Tudo isso vai contribuir para o desenvolvimento e a melhoria da nossa região, para que possamos aproveitar ao máximo essas informações e fazer um trabalho que beneficie todo mundo”, conclui Marcus.

LINK RELACIONADO: 

https://www.jornaldaslajes.com.br/colunas/gastronomia/rota-do-queijo-vertentes-relato-de-um-produtor-participante/1517

 

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