Resende Costa em alerta: secretário municipal de Saúde fala sobre o combate à dengue


Saúde

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fotoServidores do setor de Epidemiologia realizam ações de combater ao mosquito transmissor da dengue (foto Prefeitura Municipal de R. Costa)

Em meio ao estado de emergência devido ao surto de dengue em Minas Gerais, Resende Costa também se vê enfrentando um desafio. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até a primeira semana de fevereiro a cidade contabilizava 49 notificações e 27 casos confirmados para a doença.

O secretário da Pasta, Douglas Cobucci Fagundes, avaliou a situação no município. “Infelizmente, estamos enfrentando a dengue de uma forma bem intensa. Hoje, assim como diversas outras cidades no estado de Minas Gerais e em nossa região, apresentamos um alto índice de casos da doença. Nossa principal linha de combate à dengue ocorre através do setor de endemias da Secretaria Municipal de Saúde”.

 

Campanhas de conscientização

O secretário ressaltou a importância da conscientização da população, aliada às ações de prevenção feitas pela Prefeitura Municipal. “São os servidores do setor de epidemiologia que desenvolvem as principais ações de combate ao mosquito da dengue, como a aplicação de inseticida para ação de bloqueio vetorial (o famoso fumacê), aplicação de larvicida em criadouros de difícil eliminação, além das ações rotineiras de verificação dos imóveis, como vedação de caixas d’água, descarte de possíveis focos e orientação à população. Também temos investido muito na conscientização da população, através das mídias sociais e do contato dos profissionais de saúde com a população”.

A cidade também vive a realidade nacional, com o perigo morando em casa. “A conscientização da população é o nosso maior desafio. Cerca de 75% dos criadouros do mosquito da dengue são encontrados nas casas, seja nos quintais, nas calhas, nas caixas d’água, nos vasinhos de plantas ou nos bebedouros dos animais”, explica. Douglas destaca a importância da colaboração diária da população. “Na verdade, somente com a colaboração de todos, vamos conseguir eliminar o mosquito e, consequentemente, a dengue. O mosquito está se criando em nossas casas, então é nossa responsabilidade acabar com ele. Temos estimulado a população a tomar medidas imediatas contra o Aedes aegypti, pois, só com a ajuda todos, vamos conseguir controlar esse surto em nosso município. E temos visto bons resultados, com a população aderindo de forma massiva às orientações para eliminação dos criadouros do mosquito”.

 

Procedimentos em caso de suspeita de dengue

Douglas orienta a população sobre o que fazer em caso de suspeita da doença. “Se alguém apresentar febre por mais de dois dias, juntamente com outros sintomas como vômito, dor no corpo ou dor de cabeça, essa pessoa deve procurar seu PSF (Programa de Saúde da Família) de referência imediatamente, para ser avaliada e monitorada. O cuidado mais importante para um paciente com dengue é a hidratação. Se estiver sentindo os sintomas de que falamos, procure se hidratar muito e vá para o seu PSF”.

Ainda de acordo com o secretário, o número de atendimentos em casos suspeitos da doença tem aumentado. “Temos observado um aumento nos atendimentos e também nas internações. Lembro aqui que dengue é uma doença que pode agravar e ter sérias consequências, podendo causar até o óbito do paciente”, reforça.

 

Resultados tardios

Questionado sobre os resultados de exames, Douglas disse que o processo é longo.Hoje o teste de dengue que realizamos no município, através da Secretaria de Saúde, é fornecido pelo estado e, com a imensa demanda que está ocorrendo, o resultado tem demorado até sessenta dias para ser entregue. Esse resultado acaba sendo útil somente para dados epidemiológicos. Observo aqui que não existe um tratamento específico para a dengue. Observam-se os sintomas. Sendo assim, o resultado do exame pouco influencia no cuidado com o paciente ou com as ações de controle vetorial. Oferecemos o exame para todas as pessoas que foram notificadas como casos suspeitos de dengue, mas algumas preferem fazer na rede particular ou, algumas vezes, nem fazer”, explica.

 

Laboratório

A equipe do Laboratório Vertentes, de Resende Costa relata aumento pela procura dos exames. “Observamos o aumento na demanda por exames de dengue a partir do final do mês de dezembro. Até o final de janeiro, uma média de 45 pacientes realizaram o teste para dengue, sendo, desses, 25 positivos”. Na rede particular, são oferecidos dois tipos de exames. “Atualmente, no Laboratório Vertentes, realizamos dois tipos de testes para detecção da doença. Um deles é o Antígeno NS1, um dos mais solicitados, pois é um teste rápido e deve ser realizado na fase inicial da doença, preferencialmente do 1º dia ao 5º dia de sintomas. O outro tipo é a Sorologia para dengue, que detecta a reação do organismo pela produção de anticorpos: anticorpos IgM, que costumam positivar a partir do 7º dia da doença, representando a fase aguda dela, e anticorpos IgG, que positivam a partir do 10º dia”.

Ainda de acordo com o laboratório, os testes são essenciais. “O Exame Antígeno NS1 é um teste rápido de alta sensibilidade e especificidade, ou seja, seus resultados são muito confiáveis. A rapidez no resultado é de suma importância para a conduta médica no tratamento do paciente, visando a evitar óbitos. A dengue é uma doença que requer cuidados específicos e uso racional dos medicamentos. É essencial, muitas vezes, o acompanhamento do hemograma a fim de se avaliar a evolução dos leucócitos e plaquetas, elementos do nosso sangue que podem se alterar na condição. Além disso, é necessária vigilância do estado do paciente em relação à hidratação do organismo”, detalha.

Os resultados positivos são enviados para a Secretaria Municipal de Saúde. “A partir do resultado do exame, o paciente é comunicado e tem acesso ao seu laudo via on-line ou impresso no laboratório. Perante um resultado positivo, é realizada a notificação obrigatória à Vigilância Sanitária. São colhidas todas as informações pessoais do paciente, como data de nascimento, endereço e telefone. Ao final de cada dia, são enviadas as fichas de notificação de cada paciente. A partir desse momento, os órgãos de saúde ficam responsáveis pelo acompanhamento do paciente”, explica o Laboratório Vertentes.

 

Faça a sua parte

Com pacientes de diferentes bairros de Resende Costa já diagnosticados com dengue, Douglas alerta que a eliminação de água parada e, por consequência, o destruir o criadouro do mosquito Aedes aegypti são medidas que precisam ser tomadas por todos. “Hoje temos alguns bairros que estão sendo mais afetados, mas o mosquito pode voar até 200 metros do local onde ele nasce. Portanto, ele pode trocar de bairro com facilidade. As ações para eliminar o mosquito têm que ser tomadas em toda a cidade. Somente com a mudança de atitude imediata pela população, vamos conseguir livrar nossa cidade dessa doença. Se cada um verificar sua casa uma vez na semana e eliminar todos os possíveis focos do mosquito, vamos acabar com essa doença rapidinho”, afirma.

Além da eliminação dos focos na própria residência, também é possível denunciar situações irregulares. “Somente com a colaboração de todos vamos conseguir eliminar o mosquito e, consequentemente, a dengue. O mosquito está se criando em nossas casas, é nossa responsabilidade acabar com ele. Se cada um olhar o seu quintal e eliminar qualquer pote com água que esteja lá, trocar a água dos bebedouros, limpar as calhas, vedar as caixas d’água e tirar o pratinho das plantas, esse mosquito não vai ter onde se criar. Se não houver o mosquito, não haverá dengue. Caso você veja algum local abandonado com água, ou tenha algum vizinho que não está querendo colaborar, por favor, comunique à Secretaria de Saúde ou diretamente ao Setor de Endemias para que possamos tomar as ações necessárias. Com todos trabalhando juntos, vamos acabar com esse mosquito”, finaliza.

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