Segunda edição da Baum traz Skate, grafite e música


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Galeria BAUM é uma galeria a céu aberto, localizada na Estrada Real, criada por artistas renomados, alunos das oficinas e artistas locais. FOTO: Mosaico Comunicação Jr

Entre os dias  6 e 7 de agosto, o município de Santa Cruz de Minas vai sediar a segunda edição da Bienal de Arte Urbana Mineira (Baum). O evento é realizado pela Custom Skate Art e recebe o apoio de algumas empresas, instituições e da Secretaria de Cultura da cidade.

De acordo com o coordenador geral do evento Francisco de Assis, a ideia surgiu da inquietação, da vontade de ter um festival vindo da menor cidade do Brasil e com o objetivo de descentralizar a cultura. Com grafite, música e skate, a Baum  objetiva criar iniciativas de cunho social, cultural e ecológico por meio de  exposições, palestras, workshops, shows e uma galeria de arte urbana a céu aberto.

Segundo Francisco de Assis, a organização recorreu a diversas ações governamentais para adquirir os recursos necessários para a elaboração do evento, porém, sem sucesso, principalmente em razão da atual situação política do país. Contudo, a equipe conseguiu se reinventar e optou pela ação colaborativa. Para Francisco, o principal fomento desta edição foi a amizade.

Repleta de novidades, a Bienal deste ano conta com financiamento coletivo e maior envolvimento do público em todas as áreas. Haverá também uma confraternização com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), no Marco Zero da Estrada Real, com a intenção de trabalhar questões como o respeito ecológico e o pertencimento ao local.

Ao ter conhecimento sobre o evento, o atleta Welliton da Silva Ferreira decidiu contribuir com a grade de apresentações com o grupo Frita na Fita, de slackline. O que mais chamou a sua atenção, além das diversas atrações, foi a possibilidade de vivenciar um maior contato com a natureza e apreciar uma bela vista.

A programação completa está disponível no site.

A população e a arte

O evento é totalmente gratuito e, além das manifestações artísticas, terá oficinas e workshops, elementos que aumentam o acesso a e o interesse da população pela arte. Para Marcelo Júnior Fidélis, que irá expor na Bienal, a influência já se concretiza a partir do momento em que a população tem um contato direto com as produções. Além disso, há um diálogo entre a comunidade e o artista. “O artista passa por uma constante renovação e soma de suas influências. Esse contato proporciona uma troca de experiências, nas suas diferentes formas, entre a comunidade local e os artistas convidados, formando um elo entre as pessoas e a arte, tudo isso de forma muito natural, bem ali… na rua”, salienta Fidélis.

Já Francisco de Assis destaca a Galeria Baum, localizada na Estrada Real, que liga Tiradentes a São João del-Rei. Os desenhos e as cores da galeria chamam a atenção de quem passa pelo local, estampam convites de formatura, servem de cenário para pré-wedding, são fotografados e postados em rede sociais. Francisco acredita que o espaço alegra e deixa os dias das pessoas mais leves. Ele se orgulha ao perceber que o evento deixa um belo legado.

A secretária de turismo e cultura Betânia Nascimento Resende acredita que a troca entre comunidade e artistas ocorre, sobretudo, por meio das oficinas. Para ela, essa é uma oportunidade para crianças e jovens conhecerem novas formas de se expressarem artisticamente, além de possibilitar um novo olhar sobre a arte urbana, tantas vezes discriminada. Ela também cita a importância do encontro para a cidade de maneira mais ampla. “O evento, consequentemente, divulga o nome de Santa Cruz de Minas em diversas mídias, colaborando para o fortalecimento da identidade cultural local e valorizando assim a imagem do município”, avalia.

Valorização artística

Segundo o coordenador geral da Bienal, existiam planos de realizar uma curadoria e trazer artistas mineiros em grande atividade para o evento, mas, por não conseguir o parecer do Ministério da Cultura, não houve captação da verba necessária. A programação foi criada com base na amizade e na colaboração. Francisco de Assis relata que ligou para os artistas, explicou a atual situação, e todos abriram mão do cachê para que fosse possível acontecer a Bienal. “Nós não escolhemos os artistas, eles que escolheram nos presentear”, salienta.

Pela exposição MORONGUÊTÁ, Marcelo Júnior Fidélis irá apresentar a sua produção. Nela, serão expostas pinturas e esculturas em diferentes técnicas, utilizando, inclusive, materiais que, na maioria das vezes, seria considerado lixo. Para ele, uma Bienal de Arte Urbana se relaciona diretamente com o conceito do trabalho que será apresentado.

O artista comenta sobre a estrutura do evento, realizado em uma área externa, o  que cria um alcance maior em questão de aproximação com o público, para além das galerias e exposições particulares. “Para nós, artistas independentes, a existência de um projeto como a Baum é a oportunidade de apresentar o trabalho da forma que acreditamos e para as pessoas que acreditamos. Isso, é o nosso maior reconhecimento”, reflete e opina.

 

 

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