SEXTA-FEIRA, 10 DE MAIO – O relógio batia pouco mais de 8h quando Luciana Lara desembarcou, sorrindo, de uma van com placa de São Tiago (MG). “Estou sentindo várias coisas ao mesmo tempo. De um lado, há a alegria de finalmente dedicar alguns momentos pra mim mesma. Mas de outro fica a preocupação com tudo o que preciso fazer quando voltar pra casa. Difícil me desligar assim”, comentou.
Mais tarde, às 16h, a história era outra: “Meu Deus! Estar aqui foi uma das melhores decisões que já tomei. Juro que cheguei com uma cabeça e saio com outra. Vim dizendo pra mim mesma que era um autopresente de Dia das Mães. Mas foi mais... Foi um presente de vida”, celebrou.
Não foi a única. Naquela manhã, Luciana se juntou a outras 200 pessoas no I Encontro de Mulheres Cooperativistas, evento totalmente gratuito realizado pelo Sicoob Credivertentes. A iniciativa foi sediada na histórica Tiradentes e contou, no palco, com as palestrantes Érica Fonseca e Leila Ferreira.
‘Só leve o que te faz leve’
O grande tema estava em todos os lugares: nos discursos, nos telões coloridos, nas bolsas que as participantes carregaram a tiracolo. Naquele mimo, aliás, a frase foi mais do que um trocadilho – se transformou em um mantra: “Ouvir pessoas tão sábias e compartilhar esse aprendizado com outras mulheres já deixou tudo melhor, tirou fardos enormes do coração. Agora é aplicar o aprendizado no dia a dia. Foi lindo e só posso agradecer. O Cooperativismo transforma de verdade”, ponderou Teresa Ladeira, de Prados (MG).
Para a vice-presidente do Conselho de Administração no Sicoob Credivertentes, Fabiana Diélle Oliveira, avaliações emocionadas como a de Teresa mostram o propósito do Encontro de Mulheres Cooperativistas. “Nosso objetivo foi conectar nossas Cooperadas, compartilhar experiências e ampliar a sensação de pertencimento. Tudo isso propondo leveza em todos os (muitos) papéis que exercemos”.
O posicionamento, aliás, ecoou em outros momentos do Encontro. A mentora e palestrante Érica Fonseca, por exemplo, arrancou risadas e incentivou reflexões profundas em torno disso. “Carregamos tanto nos braços e nos ombros que nos acostumamos ao peso dos fardos – e não deveríamos. Nos apegamos ao estereótipo da ‘mulher guerreira’ quando, adivinhem, seguimos humanas. Ainda bem”, disse.
Já às 13h30 foi a jornalista, escritora e palestrante Leila Ferreira quem ganhou os holofotes e falou sobre “a arte de ser leve”. Ao longo da palestra, dividiu experiências pessoais, esbanjou humor inteligente, instigou a superação de tabus, propôs saídas transformadoras para o lugar-comum e... dançou “Flowers”, de Miley Cirus, acompanhada por outras 200 mulheres. “Se estamos aqui, é porque nosso avião ainda não caiu. Então sigamos nossa viagem sendo agradáveis com quem embarcou conosco, cuidadosas com nossas bagagens e gratas pela oportunidade”, destacou antes de encerrar o dia.
Ainda assim para o público foi, de muitas maneiras, “apenas o começo”.