Tiradentes: polêmica em torno da nova estação de tratamento de esgoto


Cidades

José Venâncio de Resende23

Área onde a COPASA está construindo a ETE em Tiradentes

Apesar de mais de mais de 300 anos e projeção internacional, a histórica cidade de Tiradentes - no Campo das Vertentes de Minas Gerais - não tem sistema de tratamento de esgoto sanitário. E justamente quando caminha para obter este serviço essencial, vê-se em meio a grande polêmica envolvendo a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e a dupla cobrança de tarifa de esgoto.  

No dia 4 de agosto de 2009, a Câmara Municipal aprovou, por cinco votos a três, projeto de lei (de número 051, de 30/07/2009), que autorizava o Poder Executivo a transferir ao Estado de Minas os serviços públicos municipais de esgoto sanitário, que passaria a integrar o sistema estadual de saneamento básico. Pela aquisição dos ativos (atividades e respectivas infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final de esgotos sanitários), a concessionária estadual, no  caso a COPASA, indenizaria o município pela quantia de R$ 800 mil, em até 10 parcelas. De maneira geral, a lei autorizava o Executivo a fazer convênio de cooperação com o Estado, abrangendo organização, regulação, fiscalização e prestação de serviços municipais de esgoto sanitário.

Curiosamente, quase um ano depois, em 23 de junho de 2010, o Poder Executivo enviou à Câmara Municipal outro projeto de lei nos mesmos moldes do anterior. Ou seja, solicitava autorização para celebrar, pelo prazo mínimo de 30 anos, convênio de cooperação com o Estado, por meio do qual delegaria a competência de organizar, regular e fiscalizar os serviços públicos municipais de esgoto sanitário.

Também autorizava “celebrar contrato e programa com pessoa jurídica integrante da administração indireta do Estado de Minas Gerais, com o objetivo de transferir, em regime de exclusividade, prestação dos serviços públicos municipais de esgotamento sanitário”, sem licitação (com base no inciso XXVI, do art. 24, da Lei Federal n. 8.666/1993). A proposta foi transformada em lei um dia depois (24 de junho) em sessão extraordinária cujo resultado foi de 6 votos a 3.

Pela nova lei, a concessionária do serviço teria de repassar ao Município, a título de indenização pela aquisição dos ativos, a quantia de R$ 800 mil, em 10 parcelas, das quais a primeira seria paga 30 dias após a assinatura do contrato. O acordo prevê serviço de esgoto na sede do município e nos bairros de César de Pina e Águas Santas, bem como canalização de água do Chafariz e revitalização do Bosque Mãe d´Água (projeto aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN); e apoio a ações do município na implantação ou melhoria dos sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário do Elvas e Zona Rural da Caixa d´Água da Esperança,  entre outras.

Em agosto de 2010, o Executivo municipal enviou à Câmara projeto de lei que cria o “Plano Municipal de Saneamento Básico da Cidade de Tiradentes”. A proposta aguarda votação, de acordo com o vereador Gilberto Costa. Este plano municipal de saneamento básico daria amparo legal às negociações com a COPASA, segundo o advogado Carlos Alberto Caprioglio.


Moradores surpresos

Na segunda quinzena de outubro de 2011, o morador do bairro Várzea de Baixo, Sidnei Gonçalves, percebeu uma movimentação estranha de trabalhadores e máquinas na área próxima da linha do trem turístico “Maria Fumaça” e cerca de 20 metros das residências do outro lado da linha férrea. Ao se informar, descobriu que a COPASA estava iniciando as obras da ETE do município.

“O mais estranho e elementar é que não houve audiência pública hora alguma com os moradores do bairro e com a sociedade de Tiradentes”, lamenta Sidnei. A audiência pública está prevista na resolução normativa 74, na esfera estadual, para obras de grande impacto social e ambiental, acrescenta Caprioglio.    

Sidnei, que é formado em geografia e educação ambiental, procurou outro morador, o colega José Alfredo Couto Bacellar, engenheiro eletricista, e começaram juntos a pesquisar sobre ETE. Descobriram, por exemplo, que pode gerar poluição por gases e lodo tóxico e provocar mau cheiro e presença de moscas, baratas, ratos etc., além de prejuízos ao turismo tiradentino.

Para o bairro, diz José Alfredo, o principal impacto, além da inibição à atividade econômica, é o social e psicológico, ou seja, a “desvalorização social”. Quanto ao turismo, “não existe um técnico na COPASA que pode garantir com certeza de 80% de que esse cheiro não vai chegar ao centro histórico. O impacto seria a médio prazo. Já no trenzinho, isso seria percebido de imediato”.

Diante disso, procuraram a diretoria da Associação dos Moradores do Bairro Várzea de Baixo (AMOVAB) que, orientada pelo advogado Carlos Caprioglio, em 30 de outubro convidou a COPASA para participar de reunião no dia 3 de novembro com os moradores, mas ninguém da empresa compareceu.  Com a presença de cerca de 80 moradores e três vereadores, foram discutidas ações e providências a serem tomadas em termos jurídicos e políticos.   

Assim, no dia 5 de novembro os moradores promoveram manifestação no Largo das Forras e, dois dias depois, os três vereadores que participaram da reunião da Associação encaminharam ofício à Câmara Municipal, à Polícia Florestal, ao Ministério Público, ao Procurador da República, ao IPHAN e à FCA (Ferrovia Centro Atlântica), pedindo apoio contra a construção da ETE no local. Em 9 de novembro, o Ministério Público pediu à COPASA que enviasse em 30 dias toda a documentação relativa à obra. Dois dias depois, todos os vereadores declararam-se publicamente contrários à construção da ETE no bairro da Várzea de Baixo.

E em 16 de novembro o Departamento Municipal de Meio Ambiente solicitava ao prefeito Nilzio Barboza que “embargue a obra da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, que está sendo construída pela COPASA no bairro Várzea de Baixo”. O diretor do Departamento, Almir Ernane da Fonseca, alegava que a empresa não havia apresentado ao município a documentação de Licenciamento Ambiental “nem as garantias de que a referida obra pública, quando em operação, não irá gerar mau cheiro, fato este que preocupa os moradores daquele bairro”. No mesmo dia, o prefeito encaminhou ofício ao promotor de justiça Antonio Pedro da Silva Melo, da Comarca de São João del-Rei, no qual alegava que a COPASA executava a obra “sem qualquer aprovação e alvará do órgão municipal, podendo a mesma ocasionar prejuízos ambientais à população da cidade de Tiradentes”. Em seguida, diz que a prefeitura, por meio de seu órgão ambiental, já pedira providência à empresa “para apresentação da liberação dos órgãos ambientais”. No final, requer, “diante de possíveis irregularidades”, “a paralisação imediata da obra iniciada pela COPASA e, caso seja necessário, solicitamos a inspeção in loco da obra que já vem sendo executada”.      
      
No dia 22 de novembro, a COPASA conseguiu a licença ambiental, no nível estadual, diretamente em Belo Horizonte. E em 28 de novembro o prefeito Nilzio Barbosa enviou ofício à empresa afirmando que não estava de acordo com a construção da ETE naquele local. Este ofício contraria declaração do prefeito (de 20 de setembro) para fins de licenciamento ambiental, de que o local e o tipo de instalação das elevatórias, da ETE e das demais unidades do sistema de tratamento de esgoto sanitário estavam em conformidade com as leis e regulamentos administrativos do município.

No final de novembro, a AMOVAB entrou com ação civil pública, requerendo o embargo liminar da obra de construção da ETE. Só então os moradores descobriram um ofício do prefeito à COPASA, de 22 de maio, no qual declarava que o local seria adequado à construção da ETE, bem como um decreto-lei para a desapropriação da área.

A liminar foi concedida pelo juiz de direito Auro Aparecido Mata de Andrade, de São João del-Rei, que determinou a imediata suspensão da obra, “devendo cessar toda a atividade no local para o preparo ou construção da ETE, sob pena de pagamento de multa diária, ora fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais)”. A liminar vem sendo descumprida pela COPASA, de acordo com o advogado Carlos Caprioglio.

Na votação em 23 de junho da lei municipal que delegou ao Estado de Minas gerais a competência de organizar, regular e fiscalizar, bem como transferir a prestação dos serviços públicos municipais de esgoto sanitário, o vereador Gilberto Costa (PSC) foi um dos que se posicionaram contra. “Votei contra por não ter conhecimento do projeto”, diz o líder da oposição formada ainda pelo PTB e pelo PTC.  Gilberto diz ser favorável a licitação para escolher a empresa que ofereça o melhor serviço pelo menor preço.

Já o vereador Rogério Almeida, presidente da Câmara Municipal, até 31 de dezembro, votou a favor do projeto do executivo, mas diz que “pessoalmente é completamente contra o local onde está sendo construída a ETE”. Tanto Rogério quanto Gilberto enfatizam que, como os demais vereadores, não são contra a implantação do sistema de coleta e tratamento de esgoto em Tiradentes.


Cobrança dupla

Outra questão que está tirando o sono dos moradores é a cobrança, a partir de novembro, de tarifa de esgoto por parte da COPASA no valor de 45% da tarifa da água. Ocorre que a prefeitura já cobra uma taxa anual de captação de esgoto, incluída no IPTU de 2011 que vence em março de 2012. Além disso, “legalmente, a COPASA só pode cobrar pelo tratamento depois de pronta a ETE. De acordo com o entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), é legal a cobrança desde que seja no valor mínimo de R$ 6,23 pela captação”, diz o advogado Carlos Caprioglio. “Só que tem de ser ação individual.”

Segundo Caprioglio, o esgoto captado é despejado in natura no Rio das Mortes. O esgotamento do Bairro Alto da Torre, Estação (próximo à pequena Tiradentes) e da própria Várzea de Baixo era direcionado por manilhas através do terreno onde hoje é construída a ETE. Com o início das obras, explicou o advogado, a COPASA retirou estas manilhas para construir as piscinas e desviou o esgoto destes bairros (a céu aberto) para o Rio das Mortes, percorrendo uma extensão de mais de 500 metros.


A resposta da COPASA

No Informativo Especial Tiradentes “Vida & Saúde”, distribuído em dezembro aos moradores, a COPASA alega que assumiu “a coleta, o transporte e a destinação final do esgoto da cidade” em primeiro de agosto. Mas que só começou a cobrar pelos serviços em novembro. Também afirma que criou a “tarifa social. Ou seja, quem mora em imóveis com até 44m2 e consome menos de 15 mil litros/mês tem descontos de até 57,5%”.

A empresa alega que não suspendeu a obra porque “não foi intimada até o presente momento”, ou seja, 21/12/2011. Informa ainda que “a Prefeitura Municipal de Tiradentes exigiu-nos a apresentação do Alvará de Obras, cuja documentação para liberação do mesmo foi enviada em 30/11/2011, e outra parte em 06/12/2011, após exigências complementares do município, não relacionadas inicialmente”.

A COPASA admite que o município solicitou a paralisação da ETE, “porém não expediu qualquer ordem de embargo da ETE”. A empresa diz que aguarda “o referido Alvará e só está executando serviços relativos ao cercamento da área, para proteção da propriedade e movimentação de materiais e equipamentos no canteiro de obras, para execução de redes e ligações de esgoto, uma vez que o mesmo localiza-se no terreno contíguo ao da ETE”.

Sobre a atual rede de esgoto de Tiradentes, a COPASA informa que “boa parte destas redes (construídas em manilhas de concreto, cerâmicas e alguns tubos de PVC) precisa ser substituída, devido à precariedade das mesmas e falta de padrão dos materiais utilizados. O mais grave são os diversos lançamentos de esgoto a céu aberto, originados destas redes e ligações”. A empresa acrescenta que está implantando 3.047 novas ligações de esgoto, 43,4 km de redes coletoras e 5,3 km de redes interceptoras, para coletar os esgotos das residências e conduzi-los até à ETE.

Sobre a ETE, a COPASA afirma que não havia outra área no município de Tiradentes que atendesse os requisitos técnicos e econômicos do local proposto. E que, “para atender a enorme variação da população flutuante de Tiradentes, as lagoas são a solução ideal”. Mas a empresa garante que “não haverá qualquer impacto visual ou de odor na região, uma vez que o projeto para o sistema proposto nasceu de estudos profundos de especialistas, reconhecidos nacionalmente, e utiliza equipamentos modernos para eliminar qualquer odor no processo”.  

Segundo a COPASA, haverá uma cerca verde que não permitirá ver as lagoas de dentro da Maria Fumaça. Assim, “o projeto de paisagismo proporcionará, pelo contrário, uma das mais bonitas vistas do passeio”. Acrescenta ainda que “as próprias lagoas, além de não emitirem qualquer odor, são esteticamente bonitas, e se tornarão uma referência no setor”. A empresa acredita que vai contribuir para o turismo – tecnológico ou ambiental -, uma vez que “a ETE será ponto de visitação para sanitaristas, estudantes e ambientalistas do Brasil e do mundo”.

A COPASA prevê a conclusão das obras em agosto de 2012, conforme o cronograma do convênio entre Prefeitura e Governo do Estado. Tão logo a obra fique pronta, informa a empresa, os esgotos coletados do comércio, residências e indústrias serão transportados até a ETE. Inicialmente, passarão pelo tratamento preliminar, onde um equipamento irá retirar os sólidos maiores. “Nesta etapa, são eliminados 90% dos resíduos sólidos.”

Ainda segundo a empresa, o esgoto seguirá, depois de gradeado, para um tanque chamado “lagoa facultativa” onde as bactérias e os microrganismos consomem a matéria orgânica, lançando na água gás carbônico, nitratos e sais minerais. A presença dos raios solares na massa líquida faz com que as algas transformem esses elementos em oxigênio, deixando a água com um tom esverdeado. “É esse processo que trata o esgoto e garantea ausência de odores.”

Da lagoa facultativa, o esgoto segue para a “lagoa de maturação”, que, segundo a COPASA, reduz o microrganismos patogênicos, como coliformes fecais, vírus, vermes, protozoários e salmonelas. “O esgoto tratado fica 95% livre desses organismos, pronto para ser devolvido à natureza.”

O JL tentou ouvir o prefeito Nilzio Barbosa, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

Comentários

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    O povo só qué mijar, cagar e jogar no córrego que corta a cidade e despejar rio.
    Não quer pagar para limpar a sujeira que produz.
    Se quiser morar no mundo tem que bancar.
    Existe um vídeo no youtube que mostra como é o tratamento do esgoto sanitário e domestico em Paris. Não se esqueçam das doenças.
    Embeleza a cidade.
    300 anos de esgoto a céu aberto.


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    Fiquei muito grato com vcs JL por vir aqui atraves de um pedido feito por mim ao amigo Eduardo (Duda).Como todos sabem já passou da hora de todas as cidades do Brasil tratar de seus esgostos, isso todos os moradores concordam.A maior polêmica é em relaçao ao local.Vejam fotos pelo facebook(http://www.facebook.com/media/set/?set=a.305336129511607.74638.100001056676158&type=3)e as formas de pagamentos dessas taxas,serviço esse cobrado antes de estar pronto.


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    O joaquim de Mentira, voce que acabou de escrever, vai visitar a ETE hoje lá na varzea de Baixo, se ela tivesse funcionando e se sua casa tivesse inundada (enchente) voce estaria no meio das merdas dela.


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    Tiradentino, não sou contra a ETE. Se voces escolheram o local errado na Várzeas de Baixo é porque vocês vivem no mundo da lua.
    Porque voce não faz uma fossa seca na sua casa? Assim não estaria prejudicando a várzea.


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    Significado: Várzea é o terreno às margens de um rio que é inundado em época de enchente.


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    O Programa de Aceleração do Crescimento (mais conhecido como PAC), lançado em 28 de janeiro de 2007, é um programa do governo federal brasileiro que engloba um conjunto de políticas econômicas, cujo objetivo é acelerar o crescimento econômico do Brasil, prevendo investimentos bilio-nário em infraestrutura, em setores como saneamen-to, habitação, transporte, energia e recursos hídricos, entre outros.
    As ações de saneamento básico contemplam abastecimento de água potável; coleta, disposição e tratamento de resíduos sólidos; esgotamento sanitário; controle de vetores e drenagem urbana (águas pluviais). As estações de tratamento de esgoto têm sido financiadas pelo PAC como uma forma de remover as cargas poluentes dos esgotos e diminuir a proliferação de doenças por águas con-taminadas.
    A gestão baseada na simples construção e disponibilização de Estações de Tratamento de Esgoto, para simplesmente atender à demanda e à legislação ambiental vigente, não é o suficiente para garantir a efetivação do Direito a um ambiente saudável e com sustentabilidade ecológica para todos brasi-leiros. O Direito de saúde para todos é ferido quando a ETE é construída em um lugar onde a população próxima a ela é afetada por poluição e doenças.


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    Mesmo sendo uma atividade nitidamente de proteção ambiental como parte integrante do saneamento básico, as ETEs possuem um alto potencial poluidor. Mais poluidoras ainda se tornam quando não são corretamente executadas e gerenciadas pelas empresas de saneamento, sejam elas públicas ou privadas.


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    Olha só o que é a COPASA

    domingo, 17 de abril de 2011
    Ação pública, a última cartada!
    Vamos pegar uma carona na idéia da prefeitura de Vazante/MG
    Matéria publicada no site oficial da prefeitura de Vazante/MG .

    Através de uma ação civil pública protocolada na tarde desta terça-feira (22), a assessoria jurídica da Prefeitura de Vazante requer à juíza da Comarca, Mônika Machado Gomes, a suspensão imediata da cobrança da taxa de esgoto incluída na conta da Copasa.
    Com pedido liminar, a ação é baseada em Boletim de Ocorrência da Polícia Ambiental e laudos técnicos que comprovam a inoperância da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), de Vazante.
    Os laudos, emitidos no mês passado por técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e o engenheiro da Prefeitura, Célio Franco, afirmam que os filtros aeróbicos, os leitos de secagem e o queimador de gás da ETE estão "paralisados e inoperantes", provocando o lançamento de esgoto "in natura" no Rio Santa Catarina e fortes odores nas imediações da ETE.

    in(fonte): http://falacombill.blogspot.com/


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    Prefeito de Arcos fala sobre a ETE (é um modelo bem semelhante ao de Tiradentes, )


    MUDANÇA DA ETE

    Quando foi instalado a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE - na região do Bairro Floresta, Gameleira, Esperança I e II, etc. a vizinhança já existia naquele local.
    Ele explica que, em tratamentos de afluentes mais simples, é feito de forma natural, não há processo químicos. Assim, as lagoas destinadas a este trabalho são chamadas lagoas facultativas. “Todos os dejetos de Arcos são jogados lá e vão pro fundo da lagoa. Todo material orgânico fica lá. Com a mudança de temperatura, a água de baixo sobe e os gases que causa mau-cheiro são liberados e se espalham pela vizinhança. Toda vez que há inversão de temperatura, há esse problema.” Ele fala que visitou outras ETEs, mas o que vai resolver aquele problema é retirá-la dali, porque toda ETE vai dar mau cheiro.

    Bom! Não precisa falar mais nada!! Os fatos falam por si só!
    fonte: http://www.portalarcos.com.br/noticia/2468/Engenheiro-Civil-e-Sanitarista-trabalha-projeto-da-nova-ETE-de-Arcos


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    notícias: As ETEs produzem mau-cheiro em qualquer lugar:

    Moradores protestam contra mau cheiro de estação de tratamento de esgoto
    Manifestação aconteceu durante visita de participantes de mostra de ciência
    27/10/2011 - 20:00
    fonte: http://eptv.globo.com/noticias/NOT,3,3,375860,Moradores+protestam+contra+mau+cheiro+de+estacao+de+tratamento+de+esgoto+em+Sao+Carlos.aspx


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    Assistam ao vídeo no Youtube abaixo:
    programa Cidades e Soluções Jardins filtrantes fazem despoluição da água na França.
    Vejam o que é 1 processo inteligente.


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    Não olhamos para trás. O que está feito ou não, feito está. Existe tecnologia, engenharia, recursos de toda ordem, inclusive inteligência suficientes para que não se instale mais o descaso e o desrespeito ao ser humano e à natureza. Não se trata de tratar os dejetos humanos, pois estes se encontram, inclusive, nas administrações públicas e também em quem as defende por interesse. Trata-se de FAZER na PRÁTICA o que urge ser realizado: respeitar a natureza e os seres que a habitam!


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    Prezados,

    Apenas para esclarecimentos: A COPASA foi devidamente citada através de oficial de Justiça já no dia 1ª de Dezembro, tal como consta nos autos do processo nº 0129511-02.2011 Associação dos Moradores da Várzea de Baixo X Copasa MG Companhia de Saneamento de Minas Gerais.
    Triste saber que mentem descaradamente para a população!!!!!!!!!!!!!!!!


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    Cohecendo um pouco mais a COPASA:

    "Responsabilidade solidária - No caso do Município de Fronteira, os serviços de abastecimento de água estão há mais de 30 anos sob responsabilidade da Copasa, empresa pública altamente lucrativa, com um valor de mercado estimado em R$ 3,82 bilhões. Em 1983, os serviços de esgoto também foram repassados à empresa.

    Por esse motivo, segundo o MPF, Copasa e Município são responsáveis, solidariamente, pelos danos resultantes da falta de tratamento do esgoto. O fato de o Município ter concedido a exploração do serviço público de saneamento básico para a Copasa não o exonera das responsabilidades quanto à ineficiência/precariedade do serviço público concedido, pois ele teria o poder/dever de fiscalizar essa concessão.

    Da mesma forma, a empresa também não pode se eximir de sua responsabilidade pelo passivo ambiental, pois aquele que lucra com uma atividade deve responder pelos riscos ou pelas desvantagens dela resultantes. Admitir interpretação em contrário seria consagrar a lógica do absurdo, com a privatização dos lucros e a socialização dos riscos e prejuízos, diz a ação."
    Copmentários: "Jesus! É preciso o MP cobrar isso do orgão que deveria ter isso como prioridade?
    Como dizia o saudoso Renato Russo "que país é esse?" (de um desconhecido)


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    COPASA e a mesma história de sempre: " uma nova e inovadora tecnologia de tratamento de esgoto" e o deputado (das notas frias) vem falar besteira ....rs rs rs

    "A preocupação dos moradores de Santa Luzia é com o mau cheiro. Além disso, eles reclamam que não foram ouvidos antes que o contrato entre a Copasa e a prefeitura fosse assinado e as obras, iniciadas. O deputado Fábio Avelar informou que a legislação não exige audiência pública para esse tipo de empreendimento, mas defendeu que o diálogo com a sociedade é essencial. A insistência do superintendente de Serviços e Tratamento de Efluentes da Copasa, Ronaldo Matias de Souza, de que uma nova tecnologia será adotada para inibir o odor no processo de tratamento do esgoto não convenceu os moradores de Santa Luzia que acompanhavam a reunião."


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    O link a última citação, minha:
    http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/04/18/noticia_politica,i=156128/DEPUTADOS+ESTADUAIS+ABUSAM+DE+NOTAS+FRIAS+PARA+JUSTIFICAR+GASTOS.shtml


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    matéria, link: http://mariolobato.blogspot.com/2011/12/aecio-neves-no-banco-dos-reus-senador.html

    terça-feira, 20 de dezembro de 2011
    AÉCIO NEVES NO BANCO DOS RÉUS. SENADOR ELEITO É ACUSADO DE DESVIAR R$ 4,3 BILHÕES

    no "Vai"

    A Promotoria de Justiça da Saúde (MG) entrou com uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves e a ex-contadora geral do estado, Maria da Conceição Barros. Na ação é questionado o destino de R$ 3,5 bilhões que teriam sido declarados na lei orçamentária como dinheiro repassado à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para investimentos em obras de saneamento básico. De acordo com a promotora Joseli Ramos Pontes, o repasse do dinheiro não foi comprovado.

    Sob a grave acusação de desvio de R$ 4,3 bilhões do orçamento do Estado de Minas Gerais e que deveriam ser aplicados na saúde pública, a administração Aécio Neves/Antônio Anastasia (PSDB) – respectivamente ex e atual governador mineiro – terá que explicar à Justiça Estadual qual o destino da bilionária quantia que supostamente teria sido investida em saneamento básico pela Copasa entre 2003 a 2009.

    Devido à grandeza do rombo e às investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) desde 2007, por meio das Promotorias Especializadas de Defesa da Saúde e do Patrimônio Público, o escândalo saiu do silêncio imposto à mídia mineira e recentemente foi divulgado até por um jornal de âmbito nacional.

    Se prevalecer na Justiça o conjunto de irregularidades constatadas pelo MPE na Ação Civil Pública que tramita na 5ª Vara da Fazenda Pública Estadual sob o número 0904382-53.2010 e a denúncia na ação individual contra os responsáveis pelo rombo contra a saúde pública, tanto o ex-governador Aécio Neves, quanto o candidato tucano Antônio Anastasia, o presidente da Copasa, Ricardo Simões, e a contadora geral do Estado poderão ser condenados por improbidade administrativa.

    Dos R$ 4,3 bilhões desviados, R$ 3,3 bilhões constam da ação do MPE, que são recursos supostamente transferidos pelo governo estadual (maior acionista da Copasa) para investimento em saneamento básico, na rubrica saúde, conforme determina a lei, entre 2003 e 2008. Como a Justiça negou a liminar solicitada pela promotoria no ano passado, para que fossem interrompidas as supostas transferências, a sangria no orçamento do Estado não foi estancada.

    De acordo com demonstrativos oficiais da Secretaria de Estado da Fazenda, somente em 2009 a Copasa recebeu mais de R$ 1,017 bilhões do governo Aécio/Anastasia para serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde para cumprimento da Emenda Constitucional nº 29/2000, à qual os estados e municípios estão submetidos, devendo cumpri-la em suas mínimas determinações, como, por exemplo, a aplicação de 12% do orçamento em saúde pública (a partir de 2004), considerada a sua gratuidade e universalidade. Em 2003 a determinação era que se aplicasse o mínimo de10% da arrecadação.

    Da mesma forma que não se sabe o destino dos R$ 3,3 bilhões questionados pelo MPE, também não se sabe onde foi parar esses R$ 1,017 supostamente transferidos para a Copasa em 2009.

    O cerco do MPE às prestações de contas do governo estadual iniciou-se em 2007, quando os promotores Josely Ramos Ponte, Eduardo Nepomuceno de Sousa e João Medeiros Silva Neto ficaram alertas com os questionamentos e recomendações apresentadas nos relatórios técnicos da Comissão de Acompanhamento da Execução Orçamentária (CAEO), órgão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), desde a primeira prestação de contas do governo Aécio. Chamou-lhes a atenção, também, o crescimento, ano a ano, a partir de 2003, das transferências de recursos à Copasa para aplicação em saneamento e esgotamento sanitário.

    Os promotores Josely Ramos, Eduardo Nepomuceno e João Medeiros querem que a administração do governo de Minas e da Copasa, conduzida na gestão Aécio Neves/Anastasia, devolva ao Fundo Estadual de Saúde os R$ 3,3 bilhões que é objeto da Ação Civil Pública que tramita na 5ª Vara da Fazenda Pública Estadual e que segundo eles podem ter sido desviados da saúde pública.

    No pedido de liminar na ação, os promotores já antecipavam e solicitavam à Justiça que “seja julgado procedente o pedido, com lastro preferencial na metodologia dos cálculos apresentados pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, para condenar os réus, solidariamente ou não, à devolução de todos os valores transferidos à COPASA do orçamento vinculado às ações e serviços de saúde que não foram utilizados em saneamento básico entre os anos de 2003 e 2008, totalizando R$ 3.387.063.363,00 (três bilhões, trezentos e oitenta e sete milhões, sessenta e três mil e trezentos e sessenta e três reais), a serem depositados no Fundo Estadual de Saúde.”

    Como o MPE encurralou o governo e Copasa

    Para encurralar o governo do Estado e a Copasa, o MPE se valeu de sua autonomia investigativa e requereu às duas instituições as provas que pudessem revelar como foram aplicados os recursos públicos constantes das prestações de contas do Executivo e nos demonstrativos financeiros da empresa.

    O que os promotores constataram foi outra coisa ao analisarem os pareceres das auditorias externas realizadas durante esse período: “Além disto, as empresas que realizaram auditoria externa na COPASA, durante o período de 2002 a 2008, não detectaram nos demonstrativos financeiros da empresa os recursos públicos que deveriam ser destinados a ações e serviços da saúde.”

    As discrepâncias contidas nas prestações de contas do Estado levaram os promotores a consultar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), à qual a Copasa deve apresentar seus demonstrativos financeiros e balanços anuais.

    Em sua resposta à consulta, a CVM respondeu ao Ministério Público Ofício que “após análise de toda a documentação, não foram encontrados evidências da transferência de recursos da saúde pública para investimentos da COPASA, nos termos da Lei Orçamentária do Estado de Minas Gerais e na respectiva prestação de contas do Estado de Minas Gerais, conforme mencionado na consulta realizada por esta Promotoria de Justiça”.

    Na página 26 das 30 que compõem a ação, os promotores afirmam o seguinte sobre a ausência das autoridades convocadas para prestar esclarecimentos sobre o assunto:

    “Ressalte-se que a COPASA recusou-se a prestar informações ao Ministério Público sobre os fatos aqui explicitados. Notificado a comparecer na Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, seu Presidente apresentou justificativa na data marcada e não compareceu.A Contadora Geral do Estado também notificada a prestar esclarecimentos, na condição de técnica que assina a Prestação de Contas, também apresentou justificativa pífia e não compareceu na data marcada. Finalmente, a Auditora Geral do Estado, que também assina as Prestações de Contas do Estado, que poderia e até deveria colaborar com a investigação, arvorou-se da condição de servidora com status de Secretário de Estado, por força de dispositivo não aplicável à espécie, contido em lei delegada estadual (sic) e não apresentou qualquer esclarecimento ao Ministério Público.”


    Fabrício Menezes - Jornalista


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    MPMG obtém liminar que determina à Copasa investir parte de sua receita na preservação ambiental
    DiviNews
    A Promotoria de São Gotardo propôs ação civil pública contra a Copasa visando o cumprimento da Lei Estadual n° 12.503/97, que obriga as empresas concessionárias de serviços de abastecimento de água a investir o equivalente a pelo menos 0,5% de sua receita operacional, apurada no exercício anterior ao do investimento, na proteção e preservação ambiental da bacia hidrográfica explorada, obrigando também a destinar no mínimo 1/3 na reconstituição da vegetação ciliar ao longo dos cursos de água, nos trechos intensamente degradados por atividades antrópicas

    Extraido do site do Ministério Público Estadual

    Embora a Copasa, concessionária dos serviços de abastecimento de água dos Municípios de São Gotardo e Matutina, alegue estar cumprindo a lei, após a realização de perícias feitas pela Central de Apoio Técnico do MPMG, constatou-se que a Copasa não comprova a destinação do percentual devido de 0,5%, tampouco o 1/3 dessa percentagem, nos moldes do art. 2º da lei Estadual 12503/97.

    Conforme ressalta o promotor Cleber Couto: "o investimento deve ocorrer na sub-bacia do corpo de água em que é feita a exploração e originado o recurso, ou seja, nos cursos d?água dos Municípios concedentes da execução dos serviços, uma vez que a população destes é quem suporta, de forma imediata, os efeitos decorrentes da intervenção da concessionária nos corpos hídricos locais".

    Assim, o Juízo da Comarca de São Gotardo concedeu liminar determinando à Copasa, no prazo de 60 dias, a realização de investimento na proteção e na preservação ambiental dos mananciais existentes nos Municípios de São Gotardo e Matutina - prioritariamente nas margens dos corpos d?água em que é feita a captação - de acordo com projeto previamente aprovado pelos órgãos ambientais competentes, na importância de, no mínimo, 0,5% do valor total da receitas operacionais apuradas nos exercícios financeiros dos anos de 1997 em diante, devidamente atualizados, devendo, pelo menos, 1/3 do montante ser destinado à reconstituição da vegetação ciliar nos trechos intensamente degradados por atividades antrópicas.


    Assessoria de Comunicação do Ministério Público Estadual


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    Moro em Belo Horizonte, mais preciso na Zona Norte de BH,uma região meio que abandonada pelo poder publico, aqui temos uma ETE do Onça, no bairro Ribeiro de Abreu, e o cheiro realmente é insuportavél .Vocês que moram na Cidade de Tiradentes ,mais preciso perto do local onde querem estalar a ETE,fiquem atento ,pois é um problema sim.Se quizerem ver e sentir ao vivo , estou a disposição.Email. [email protected]


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    Vcs foram a das primeiras midias a dvulgar o assunto,segue ai reportagem do mgtv do dia 23/02



    http://g1.globo.com/videos/minas-gerais/t/mgtv-2-edicao/v/construcao-de-estacao-de-tramtamento-de-esgoito-vira-polemica-em-tiradentes/1826751/


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    Senhores moradores de Tiradentes. Este filme nos é muito conhecido. Tivemos o mesmo problema aqui em nossa cidade, Coronel Fabriciano - MG. e conseguimos liminarmente que a obra não fosse iniciada. A Copasa se defende como pode. Mente, fala que não fede, mas e tudo balela. Lutem mesmo. O sistema que a copasa usa não é eficiente e exala maus odores mesmo. Visitamos varias ETEs operadas pela COPASA, todas, sem excessão, exala mau cheiro e outros gases nocivos à saude.


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    Sou contra esta ete, porque eles nao vao consequir
    fazer este tratamento que estao falando e o esgoto continuara caindo no rio sem o devido tratamento
    mais porem levando nosso dinheiro [nao consequiram
    fazer a aqua chegar sempre limpa vira mexe chega nas nossas casas aqua escura ou branca com exeço de cloro


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    Tirar o mau cheiro ? MORO EM FRENTE AO TRATAMENTO DE ESGOTO DA COPASA EM SAO JOAO DEL REI. HOJE DIA 04 JUNHO 2012, O MAU CHEIRO É INSUPORTAVEL, E SEMPRE COMEÇA QUANDO O CLIMA ESTÁ SECO. O MAU CHEIRO PERDURA ATÉ AS CHUVAS CHEGAREM. VENHAM VISITAR POR VOLTA DAS 17;30 AS 20 HORAS , TODOS OS DIAS EM SÃO JOÃO DEL.


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