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Depoimento saudosista de uma família resende-costense

16 de Junho de 2016, por Rosalvo Pinto

Dias atrás recebi pela internet uma mensagem de uma resende-costense que mora no Rio de Janeiro há muitos anos. Mensagem saudosista e carinhosa, que me inspirou a ideia de responder a ela através do nosso JL. Há tempos eu queria abordar este assunto: o amor pelo lugar onde nascemos. Sei que a grande parte dos seres humanos são “agarrados” a ele. Por aqui sei também que os “lagartixas” são agarrados a esse monstro de pedra no qual nasceram. Parece que há algo de misterioso, talvez, que brota lá dos fundos do famoso “Buraco do inferno”, do qual nós crianças sempre ouvíamos falar e que nos atraía e nos amedrontava.

Pois bem, a senhora Lia Suzana é uma dessas pessoas que se sentem saudosas. Ela é filha de Sebastião Celso Silva e de Dalva Resende Silva. O senhor Sebastião já é falecido, mas dona Dalva está vivinha, lúcida aos seus 91 anos. Diz a sua filha que ela espera, lá do Rio de Janeiro, pela chegada do Jornal das Lajes, enviado pelo Alair Coêlho de Resende (que é casado com a tia dela, a senhora Maria Olga Resende).

Dona Dalva é filha de José Hilário Resende e de Maria das Dores Resende, antigos donos da Fazenda do Rochedo. Eles moraram por um tempo na cidade e seus filhos, assim, puderam estudar. Diz ainda Lia Suzana que, através da leitura dos livros da “Coleção Lageana”, sua mãe “teve oportunidade de recordar o período que morou e desfrutou da cidade, ainda moça, nos bailes de antigamente e nas festas religiosas”. Ela comenta que “a cada leitura, ela sempre faz observações, principalmente sobre textos do passado”. Chegou até a dizer que “gostaria de encontrar o autor deste texto, pois tem muitas coisas a contar”.

Como toda criança, Lia Suzana preferia sempre a fazenda. Sua avó já havia mudado para São João del-Rei e seu tio Geraldinho (Geraldo Resende Maia), irmão da sua mãe, ia buscar as crianças em sua Ford Rural para levá-las para a fazenda. Para isso era obrigatório parar em Resende Costa para a compra necessária à temporada na fazenda. Era a boa oportunidade de rever familiares. Paravam primeiro nos “Quatro Cantos” e depois passavam para o lauto café dos parentes: biscoitos, torradinhos e pamonhas não faltavam. Quando ficaram adolescentes, gostavam de subir até a laje de cima, e “divagávamos diante do horizonte à nossa frente”.

Voltando a falar de sua mãe, Lia Suzana comenta que a leitura do livro Um olhar sobre Resende Costa (2º volume da Coleção Lageana) trouxe muitas recordações para ela: cada capítulo lido, um comentário e, por vezes, acréscimo do que ela sabia ou ouvira falar.

Lia Suzana informa que seu pai, mineiro de Ritápolis, veio cedo para o Rio de Janeiro para trabalhar e, ao se casar, por lá se fixaram. Informa ainda que tem um casal de filhos. O mais velho é oficial da Marinha e, segundo ela, “ele manteve laços fortes muito tempo com a região”; a filha, advogada, “também mantêm boas recordações da infância passada nessas terras”.

Já chegando ao fim do seu “depoimento”, Lia diz: “Mais uma vez, agradeço e parabenizo a você e a toda a equipe da amiRCo que se preocupam em deixar registrados os fatos da cidade num país de pouca memória”. E, fechando com chave de ouro:

 

“Foi através da Coleção Lageana que ‘me dei conta’ do quanto Resende Costa está presente na minha vida”.

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