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Dois resende-costenses no Colégio Santa Rosa em Niterói

16 de Julho de 2015, por Rosalvo Pinto

O Colégio Santa Rosa, no bairro do mesmo nome em Niterói (RJ), foi a primeira “casa”, no Brasil, da congregação dos religiosos chamados “salesianos”. O fundador desta congregação foi um padre italiano chamado “Giovanni Bosco”, nascido em 1815 nos arredores de Turim. Assim que ele foi ordenado padre, ele decidiu trabalhar com jovens operários pobres. Construiu uma pequena casa para acolhê-los, chamada “Oratório”. Eram tempos difíceis, de muita pobreza na Itália. Seu pequeno Oratório rapidamente cresceu. Trouxe sua mãe (a Mamãe Margarida) para ajudá-lo e teve a feliz ideia de chamar, em 1859, outras pessoas para criar uma “congregação religiosa” de homens. Tinha que dar um nome, mas não quis colocar o seu, como fizeram muitos outros: franciscanos, dominicanos, camilianos etc. Como ele admirava muito São Francisco de Sales, um santo que nasceu e foi bispo na encantadora cidade francesa chamada Annecy, ele colocou na sua família religiosa o nome do santo: “Sociedade de São Francisco de Sales. Daí, os “salesianos”.

Três anos depois Dom Bosco (assim era conhecido) fundava, com Maria Mazzarello, a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora. Dom Bosco faleceu em 1888 e, 44 anos depois, em 1934, o Papa Pio XI o canonizou como santo da Igreja Católica. Madre Mazzarello também foi canonizada, tornando-se Santa Maria Mazzarello. Assim, salesianos e salesianas se dedicaram à educação de jovens operários e operárias, sobretudo os mais pobres e abandonados.

Curiosamente, entre os meninos do Oratório de Dom Bosco, um teve um destino singularíssimo. Chamava-se Domingos Sávio. Morreu precocemente, aos 15 anos, deixando um exemplo e um legado de santidade. Foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII.

Em 1877, o bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda, sabedor da existência de Dom Bosco e de suas obras, ao visitar o Papa em Roma, foi a Turim com o objetivo de pedir a Dom Bosco que enviasse seus salesianos e suas salesianas para o Brasil. Cinco anos depois, chegavam os primeiros salesianos em Niterói. Assim o Colégio Santa Rosa tornou-se a cabeça e a mãe da obra salesiana no Brasil.

Muitos e muitos anos depois chegavam a Niterói, em épocas diferentes, dois padres salesianos resende-costenses: o padre Josué Francisco da Natividade, ordenado padre em 1950 e o padre Hamilton José da Silva, ordenado padre em 1960.

O padre Josué, conhecido em Niterói como “padre Jôso”, foi o primeiro padre salesiano resende-costense a integrar a congregação salesiana. Depois dele, vieram outros oito padres, em ordem de ordenação sacerdotal: Ézio de Melo Daher (1952 - falecido), Diniz José da Silva (1952 – falecido), Francisco David Resende (1954 – falecido), Hamilton José da Silva (1960 – deixou o sacerdócio e vive em Niterói), José Antônio Resende de Mendonça (1960 – deixou o sacerdócio e vive em Belo Horizonte), Wander Francisco de Paula Silva (1956, deixou o sacerdócio – falecido), Francisco Ribeiro da Silva (1957 – deixou o sacerdócio e vive em Belo Horizonte) e Lauro Geraldo de Resende Pinto (1968 - deixou a congregação salesiana e tornou-se padre diocesano, vigário da paróquia de Nova Serrana, MG, onde faleceu). Depois do padre Lauro Pinto não houve nenhum outro padre salesiano.

Falar do padre Josué é falar do Santa Rosa. Por muitos anos, um grande professor, estimado pelos seus alunos. Reconhecido pelos seus trabalhos sacerdotais. Idealizou a criação de um museu referente à história do Santa Rosa. Nos seus 94 anos, é um ícone vivo do famoso e vetusto Colégio Santa Rosa de Niterói.

A figura do padre Hamilton, atualmente ex-padre, é igualmente reconhecida pela sua ligação ao Santa Rosa. Foi, por vários anos, um diretor competente, dinâmico e empreendedor. Lembro-me de que muitos dos meus ex-colegas salesianos que por lá passaram no período em que ele foi diretor se referiam a sua competência. Foram anos áureos na história do Santa Rosa.

 

Parabéns para os nossos conterrâneos Josué e Hamilton. 

Comentários

  • Author

    Fui aluno do padre Josué, professor de português, muito rígido, porém tinha muita competência. Gostaria de um dia pode revê-lo. O seu irmão, padre Vander, o catequista dos alunos internos, era muito carismático, nos conduzia às missas e lecionava religião. Não sei onde e quando faleceu.


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