Com frequência colegas, amigos e amigas, ou mesmo conhecidos meus costumam, após conhecer Resende Costa, me ligar ou me dizer pessoalmente que gostaram da cidade. Dizem que a cidade é bonita, interessante, acolhedora e limpa. Como dizia a dona Trindade do Góes, minha mãe, eu “fico inchado”... Daí, penso comigo mesmo: e poderia ser muito mais. E mais: seria muito fácil torná-la ainda muito mais bonita. Fácil e barato.
Vamos começar pelo “florida”. Atualmente só existem duas praças floridas, razoavelmente conservadas e arborizadas: uma na frente e outra atrás da igreja matriz. Da Praça Costa Pinto, no centrinho da cidade, o que deveria ser florido transformou-se em um monstrengo escuro e feio. As ruas maiores e mais importantes mereceriam ser mais cuidadas e floridas. Vejam-se os canteiros das três maiores ruas que atravessam a cidade: a Av. Alfredo Penido, a Rua Dr. Gervásio (Rua Nova) e Rua José Coelho (Rua do Rosário). O canteiro central da Rua Nova torna-se, de vez em quando, depósito de lixo e de entulhos de construção, sem se falar no acúmulo de mato. Há pouco tempo sumiram com o canteiro central da rua Dr. Abeilard. Entram e saem prefeitos e nenhum foi capaz de perceber isso. Vem um e planta, vem outro e corta. Ressalte-se o trabalho do prefeito Ocacyr Alves, que construiu as duas praças no entorno da matriz.
Nas décadas de 30 a 60 ainda havia na cidade muitas casas com seus pequenos jardins, onde predominavam as dálias, de várias cores. Com o tempo desapareceram. Sobraram no centro poucas casas com jardim ou, pelo menos, casas com vasos de flores: a casa do Vicente do Zé Duque, entrada da casa da dona Olga (do senhor Adenor), a casa do Nelson e da Tote, a casa do doutor Paulo e da Stela, a casa da Luzia e do Mário Nilson, a Casa Paroquial, a casa da Larissa e do Cristian etc. Lá no Beramuro (Beira Muro), vejam os coloridos “jardins suspensos” das senhoras Marilene (Marilene do Roque), Marina (do Zé Raimundo) e da dona Maria da Penha.
A prefeitura em todos os anos gasta muito dinheiro com ações (festa do campo, carnaval, festas em todos os povoados etc.) que são eventos efêmeros e passageiros. Com menos de 20% do dinheirão que se gastou para pagar o show de duas horas do tal de Luan Santana, na festa do ano passado (que, segundo dizem, foi um fracasso...), daria para custear um belo projeto de jardinagem nas três ruas principais acima citadas e em outras pequenas praças, ações que são baratas e perenes. Paralelamente, a mesma prefeitura poderia promover uma campanha para estimular os moradores a participarem da manutenção desses jardins.
Enfim, nossa cidade ficaria ainda mais charmosa. Afinal, cidade limpa, florida e arborizada significa povo educado, respeitoso, de bom gosto, culto, progressista e outros tantos valores e seus respectivos adjetivos. Tive a oportunidade e o prazer de conhecer a nossa quase-xará portuguesa (Resende): menor do que a nossa, mais parecia um cartão postal colorido.
Agora algumas considerações sobre o “arborizada”. Pela nossa altitude (1.140 m) e pela gigantesca laje, temos uma grande insolação e um calor acentuado durante o dia. As noites em geral são frescas, por vezes frias. Faltam-nos mais árvores. Que eu me lembre, apenas um prefeito tentou arborizar a cidade, o doutor Luiz. Plantou muitas árvores, mas, como estamos no Brasil, os vândalos acabaram com elas. As árvores, quando bem escolhidas e bem cuidadas, além de enfeitar a cidade nos dão o conforto das sombras.
Tal como nos jardins, os moradores poderiam ajudar a cuidar das árvores, vigiando e regando. Para uma cidade que já tem hoje uma grande parte de suas casas bem cuidadas, em bom estado, limpas e pintadas, com a vinda das flores e das árvores, teríamos uma cidade muito mais bonita e atraente.