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Indiana Jones e o reino da caverna de cristal / Meu nome não é Johnny

16 de Novembro de 2008, por Carina Bortolini

O ressurgimento de uma lenda, o retrato da juventude sem limites, a negação e fuga daquilo que conhecemos como sociedade civilizada: três lançamentos muito bacanas que indico pra vocês!..

INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, EUA)
Gênero: Aventura
Direção: Steven Spilberg
Duração: 124 min.
Ano: 2008


Após dezenove anos, um novo filme do Indiana Jones. E com Harrison Ford. Quem diria! Muitos questionaram se o ator não estaria velho demais para o papel do herói. Aí é que reside o grande trunfo do filme: não tentaram colocar Ford como um belo e lépido rapaz, mas sim, respeitaram a sua idade e o tempo que passou, inclusive na história. Ele não é mais aquele jovem musculoso e incansável, mas permanece tão arguto e sagaz como antes (e tão másculo e vivaz quanto é possível – o que não é pouca coisa). Desta vez, a aventura se passa na década de 50, e Indiana se envolve no mistério em torno de uma caveira de cristal em plena Guerra Fria. O primeiro par romântico de Indiana (em Os Caçadores da Arca Perdida), Marion Ravenwood (Karen Allen), volta com todo o fôlego – fiquei feliz por não terem escolhido uma garota de vinte e poucos anos para o papel. E temos ainda Cate Blanchett, como uma soviética muito malvada. Muita ação, humor e a dose de ficção que não poderia faltar num filme da série. A parceria de George Lucas e Steven Spilberg retorna inspirada e bem sucedida. Classificação: 12 anos.


MEU NOME NÃO É JOHNNY (Brasil)
Gênero: Drama
Direção: Mauro Lima
Duração: 120 min.
Ano: 2008


Engraçado como Selton Mello parece onipresente nos bons filmes nacionais. Eis aqui mais um acerto: baseado na história real de João Guilherme Estrella, este drama envolve o espectador. João (Selton Mello) é um jovem pertencente à classe média alta carioca no início dos anos 80. Não teve limites, principalmente após a separação dos pais: vivendo com seu pai, um libertário, realizava festas de arromba diariamente em sua casa. De mero usuário de drogas, Estrella passa a vendê-las a seus amigos. Deslumbrado pelo dinheiro fácil, ele se torna o distribuidor da mais pura cocaína da zona sul do Rio de Janeiro, negociando sua mercadoria com traficantes graúdos. Mas sua intenção não era ganhar dinheiro, e sim, gastá-lo. Toda a fortuna que conquistou ele torrou em festas, drogas para uso pessoal, bebidas, viagens. A segunda parte do filme, mostrando Estrella num presídio e depois num manicômio judicial, revela como ele começou a atentar para a gravidade do que fazia – antes, era completamente alienado e inconseqüente. O elenco conta com Julia Lemmertz (mãe de João), Cléo Pires (sua namorada maluquete) e Cássia Kiss (juíza do caso), dentre outros. Não deixem de assistir, nos extras do DVD, ao depoimento do verdadeiro João Estrella, hoje produtor musical. Meu nome não é Johnny é um fiel retrato da juventude de hoje, muitas vezes irresponsável e imatura em relação ao uso e comercialização de drogas. Classificação: 14 anos.


NA NATUREZA SELVAGEM (Into the Wild, EUA)
Gênero: Drama
Direção: Sean Penn
Duração: 140 min.
Ano: 2007


Sean Penn é um dos meus atores favoritos. E devo dizer que, como diretor e produtor, ele se aprimora a cada dia. Na Natureza Selvagem foi indicado ao Oscar nas categorias Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Edição, merecendo elogios rasgados da crítica por seu roteiro, fotografia, direção e atuações. Trata-se de outro filme baseado numa história real, e desta vez o protagonista é Christopher McCandless. Após sua formatura e prestes a iniciar o curso de Direito em Harvard, McCandless (Emile Hirsch) decide deixar tudo para trás. Quando digo tudo, me refiro a realmente tudo que simboliza a sociedade civilizada: família, dinheiro, carreira, amigos, lar e até a própria identidade. Viajando pelos Estados Unidos, ele morou em diversos lugares, trabalhou em outros tantos e conheceu várias pessoas. Seu objetivo final, o Alasca. Acima de tudo, McCandless queria chegar ao estado gelado e se integrar – e se entregar - completamente à natureza selvagem, sem qualquer vestígio de civilização ou convenções sociais por perto. Aprendeu a caçar, reconhecer as ervas comestíveis e as não comestíveis e, principalmente, se alhear do mundo que conhecia. Na tentativa de justificar tal atitude aparentemente insana, alguns parentes e amigos revelaram que o que o jovem queria era fugir da hipocrisia reinante em sua família, ao descobrir que seu pai autoritário escondia um passado obscuro. Mas, ao desvelarmos seu caráter e sua natureza, através das lembranças de sua querida irmã, percebemos que o infortúnio familiar fora apenas o estopim para que o prurido pela vida selvagem existente em McCandless eclodisse. Um belíssimo filme, tanto em relação ao roteiro quanto em relação à maravilhosa fotografia, revelando as mais lindas paisagens americanas. E anotem aí: Emile Hirsch ainda vai dar muito que falar nos festivais de cinema. Classificação: 12 anos.

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