Cinema

Considerações sobre o Oscar 2013

12 de Marco de 2013, por Carina Bortolini 0

Daniel Day-Lewis como Lincoln

Num ano em que muitas excelentes produções foram esquecidas pelo Oscar, houve premiações merecidas e também, é claro, flagrantes injustiças.

Dá para entender o motivo de "Curvas da Vida", com Clint Eastwood, e "Um Método Perigoso", de David Cronemberg, não serem sequer lembrados? Enquanto "O Lado Bom da Vida", comédia dramática bacana - e só - foi indicada a oito (!) categorias, o excelente e original "Moonrise Kingdom", de Wes Anderson, só concorreu a "Melhor Roteiro Original" - e perdeu. Mas, pelo menos, a estatueta ficou com o indomável Tarantino, por "Django Livre".

A cerimônia, que foi comandada por um chato comediante (pra variar), premiou Michael Haneke e seu "Amour" com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Uma escolha obrigatória, pois o filme sobre um casal de idosos que precisam lidar com o definhamento e a proximidade da morte soube ser chocante e plácido, cruel e doce, incômodo e romântico. Uma obra-prima. Mas que vergonha ver Emmanuelle Riva, a protagonista do filme, do topo de seus 86 anos e de uma carreira irretocável, perder a estatueta de Melhor Atriz para a menina Jennifer Lawrence!.. Não que a moça seja ruim, mas colocá-las lado a lado numa disputa já é uma afronta por si só.

Minha torcida era mesmo por "Lincoln", um filme espetacular sobre uma figura excepcional. Primor na reconstrução histórica, atuações impecáveis, diálogos (e monólogos) muito espirituosos e a direção sem afetações de Steven Spielberg fizeram valer as 12 indicações. Mas, ironia das ironias, no ano em que o favorito o era merecidamente,  deu zebra! "Lincoln" levou apenas dois prêmios, o de Melhor Direção de Arte e o de Melhor Ator para o fabuloso Daniel Day-Lewis, que é o primeiro a conquistar três dessas estatuetas (as outras foram por "Meu Pé Esquerdo" e "Sangue Negro"). Como bem disse Rubens Ewald Filho, considerando alguém que fez tanto pelo cinema como Spielberg, ter apenas dois Oscar em sua estante é muito desprestígio. Acredito que o filme de Ang Lee, "As Aventuras de Pi", seja também belíssimo, porém, mais na forma que no conteúdo. E o prêmio de Melhor Filme para "Argo" vem celebrar o talento de Ben Affleck, o rapaz que começou como roteirista premiado, transformou-se em ator de segunda e, de uns anos pra cá, descobriu sua verdadeira vocação como diretor de primeira. Seu filme era mesmo um potencial vencedor, pois conseguiu unir discurso contra o terrorismo e homenagem à magia de Hollywood. Não sem mérito, frise-se.          

Ademais, merece destaque a linda apresentação de Adele interpretando "Skyfall", canção do novo filme de 007 que acabou rendendo um Oscar à cantora. Para os próximos anos, continuemos aguardando para assistirmos quando é que a Academia se renderá ao talento de DiCaprio. Uma perseguição que até parece coisa de cinema.

Sempre ao Seu Lado / A Vida dos Outros / As Melhores Coisas do Mundo

16 de Junho de 2011, por Carina Bortolini 0

Sempre ao Seu Lado

SEMPRE AO SEU LADO (Hachiko: A Dog’s Story, EUA)
Gênero: Drama
Direção: Lasse Hallstrom
Duração: 93 min.
Ano: 2009


Um filme singelo e, ao mesmo tempo, impressionante. Baseado numa história real japonesa, Sempre Ao Seu Lado conta a saga de Hachiko, um cachorro da raça Akita que, encontrado ainda filhote por Parker (Richard Gere), é adotado pelo mesmo e sua família. Absolutamente leal ao seu dono, Hachiko o acompanhava até a estação onde ele embarcava para trabalhar todos os dias, voltando para casa quando o trem partia. À tardinha, quando Parker saltava do trem, lá estava Hachiko, pontual e alegremente o esperando para retornarem juntos para casa. Essa rotina se repetirá por anos, até que uma fatalidade provará por que o cão é conhecido como o melhor amigo do homem. Belíssimo e muito emocionante. Preparem os lenços! Classificação: Livre.

A VIDA DOS OUTROS (Das Leben Der Anderen, Alemanha)
Gênero: Drama
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Duração: 137 min.
Ano: 2006


Desde que ganhara o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007, ensaio assistir a este longa alemão. Li críticas entusiasmadas, e não é para menos. Que filme excelente! Passado na repressora Alemanha Oriental da Guerra Fria, tem como protagonista Gerd Wiesler (o magistral Ulrich Mühe), espião da Stasi – a terrível polícia secreta alemã. Com uma existência vazia unicamente voltada para o trabalho, Wiesler se vê interessado na vida e no romance entre a bela atriz Christa-Maria (Martina Gedeck) e o famoso escritor Georg Dreyman (Sebastian Koch). Responsável por instalar microfones clandestinos por todo o apartamento do escritor, começa a investigar possíveis atitudes suspeitas do mesmo em relação ao regime. Porém, à medida que se envolve com a rotina do casal através das escutas, Wiesler fascina-se com elementos para ele desconhecidos: paixão, alegria, arte, encantamento. Esta intimidade unilateral mudará os rumos da investigação, do destino do casal e da própria vida do espião. Com enredo envolvente e fantástico elenco, este filme está entre o que há de melhor no atual cinema europeu. Classificação: 14 anos.

AS MELHORES COISAS DO MUNDO (Brasil)
Gênero: Drama
Direção: Laís Bodasnky
Duração: 107 min.
Ano: 2010


Quando vemos filmes dedicados à adolescência, geralmente são aqueles americanos passados nas High Schools em que há a separação por tribos (ricaços, atletas, nerds etc) e historinhas tolas. Então é uma ótima surpresa vermos uma produção nacional conseguir retratar tão fielmente a adolescência da classe média nos dias de hoje, com seus eternos dilemas e moderníssimos instrumentos de comunicação. Mano (Francisco Miguez), aos 15 anos, tem aulas de violão com Marcelo (Paulo Vilhena) e está de joelhos pela bonitona da escola. Seus pais, Camila (Denise Fraga) e Horácio (Zé Carlos Machado) estão se separando por um motivo que o deixará atordoado, assim como a seu irmão mais velho, o sensível Pedro (Fiuk). Sua melhor amiga é Carol (Gabriela Rocha), que, por sua vez, está apaixonada pelo jovem professor Artur (Caio Blat). Laís Bodansky cruza esses fatos com tamanha naturalidade e realismo que não há como não haver imediata identificação. Ótimo trabalho. Classificação: 14 anos.

Minhas mães e meu pai / Salt / Tudo pode dar certo

10 de Abril de 2011, por Carina Bortolini 0

Minhas mães e meu pai

Como eu já havia comentado, não pude assistir aos filmes concorrentes ao Oscar 2011. Pude, então, assistir a alguns lançamentos em DVD, como os que se seguem. O longa Minhas Mães e Meu Pai teve quatro indicações, incluindo Melhor Filme. As críticas que li e os comentários que ouvi de quem assistiu a todos os indicados e à cerimônia (nem a ela eu consegui assistir toda!) não foram muito animadores: parece-me que foi tudo muito previsível e que os apresentadores eram muito fracos. Confesso ter ficado aliviada por não ter perdido um ano excelente! Vamos então aos filmes:

MINHAS MÃES E MEU PAI (The Kids Are All Right, EUA)
Gênero: Comédia Dramática
Direção: Lisa Cholodenko
Duração: 106 min.
Ano: 2010


Tendo ganhado o Globo de Ouro de Melhor Filme - Comédia/Musical, este filme parte de uma premissa ao mesmo tempo imprevisível e possível no mundo hodierno: um casal de lésbicas (Julianne Moore e Annette Bening, esta última indicada a Melhor Atriz) tem um casal de filhos, de forma que cada uma delas gerou um filho de um mesmo doador de esperma, escolhido propositadamente para que os rebentos fossem irmãos biológicos. Quando Joni (Mia Wasikowaska) e Laser (Josh Hutcherson) se aproximam da idade adulta, têm a natural curiosidade de conhecer o pai. Procurando o banco de esperma, descobrem quem é o doador e decidem conhecê-lo; para a feliz surpresa de ambos, ele supera as expectativas. Paul (Mark Ruffalo, indicado a Melhor Ator Coadjuvante) é um homem bacana, moderno, de bons hábitos e encarou incrivelmente bem o aparecimento de dois filhos adolescentes. Mas a interferência desse novo elemento em uma família tão pouco convencional - mas muito bem consolidada - irá abalar suas estruturas. Merecidamente indicado a Melhor Roteiro Original, soube ser audacioso e transgressor sem deixar de ter lá um certo tradicionalismo. Classificação: 16 anos.


SALT (Salt, EUA)
Gênero: Ação
Direção: Phillip Noyce
Duração: 100 min.
Ano: 2010


Eis aqui um autêntico – e excelente – thriller de ação. Muito elogiado, Salt faz jus à bilheteria e ao porte de sua estrela: Angelina Jolie. É maldade dizerem que ela pode se aventurar no drama, mas quem encarna bem mesmo é sua Lara Croft de Tomb Raider e similares. Não, Angelina atua direitinho e contabiliza alguns bons dramas, mas tem-se que reconhecer: é na ação que ela se encontra. Ela vive Evelyn Salt, agente da CIA que depois se descobre ser espiã russa que depois... Bem, melhor assistir ao filme. O elenco traz também o ótimo Liev Schreiber (de X-Men Origens: Wolverine) como colega da espiã. É de ficar sem fôlego até, literalmente, o último minuto. Classificação: 14 anos.


TUDO PODE DAR CERTO (Whatever Works, EUA/França)
Gênero: Comédia
Direção: Woody Allen
Duração: 92 min.
Ano: 2009


Há muito não me divertia tanto numa comédia. Mas não aquela diversão gratuita, causada por piadas fáceis. Afinal, estamos falando de Woody Allen, o mestre da comédia de costumes e dos diálogos ininterruptos. Seu humor é de altíssimo nível, inteligente, instigante, provocativo. Para sua completa compreensão, há de se ter certa bagagem intelectual, nada é mastigado para o espectador. O fabuloso comediante Larry David (criador da aclamada série Seinfeld) dá vida a Boris Yellnikoff, um brilhante acadêmico aposentado cuja vida se resume a melancolia, elucubrações, sarcasmo e hipocondria. Num lance do destino (e como Allen adora brincar com o destino!), uma jovem tola e irresistível (Evan Rachel Wood) invadirá sua casa e sua vida, mudando por completo suas expectativas e convicções. Com certeza, um dos melhores trabalhos do diretor. Classificação: 12 anos.

O Mensageiro / Coração Louro / Direito de Amar

14 de Fevereiro de 2011, por Carina Bortolini 0

O Mensageiro

Saiu a lista dos indicados ao Oscar 2011 e, como no ano passado, são 10 os concorrentes a Melhor Filme. Como estou em gestação avançada, creio que neste ano não conseguirei cumprir minha “maratona cinéfila” antes da cerimônia, como tenho costume. Assim, aproveito para trazer 3 filmes que disputaram diferentes categorias em 2010 e sobre os quais ainda não havia comentado.

O MENSAGEIRO (The Messenger, EUA)
Gênero: Drama
Direção: Oren Moverman
Duração: 112 min.
Ano: 2009


Tendo concorrido a Melhor Roteiro Original em 2010, este longa aborda um ponto pouco explorado nos ditos “filmes de guerra”: quem são e o que sentem os oficiais incumbidos de notificar os parentes de soldados mortos em combate? Ben Foster vive o sargento Will Montgomery, herói de guerra no Iraque que, após sofrer sérios ferimentos e voltar aos EUA, é designado para tal missão de honra. Ele trabalhará juntamente com o capitão Stone (Woody Harrelson, indicado a Melhor Ator Coadjuvante em tal papel), há anos exercendo tal função. Experiente em lidar com os familiares e entes queridos em momento tão delicado, Stone passa a ensinar toda sua técnica a Montgomery, que a princípio reprovará o método frio e formal do superior – tanto que o rapaz envolve-se afetivamente com a viúva de um oficial do qual deram a notícia da morte. Com a convivência forçada e a intimidade de ambos sendo aos poucos desvelada, surgirá uma autêntica amizade, livre dos traços de pieguice comuns do gênero “colegas combatentes leais até a morte”. As ótimas interpretações e o tratamento minucioso dado às diferentes reações humanas diante de uma tragédia fazem do filme uma referência no tema. Classificação: 16 anos.

CORAÇÃO LOUCO (Crazy Heart, EUA)
Gênero: Drama
Direção: Scott Cooper
Duração: 112 min.
Ano: 2009


Jeff Bridges teve, com este filme, sua consagração e devido reconhecimento. Ganhador do Oscar de Melhor Ator, já havia sido indicado outras quatro vezes. Aqui ele dá vida a Bad Blake, cantor e compositor de música country que fizera grande sucesso no passado, mas agora amarga franca decadência. O talento permanece, mas o vício em cigarros e bebida e a postura errática diante da vida o transformaram na figura vulgar que, dirigindo uma velha caminhonete de cidade em cidade do sudoeste americano, se apresenta em boliches e casas noturnas nada elegantes. Recebendo um cachê tão baixo a ponto de não sustentar seu whisky favorito, canta sempre os mesmos velhos hits. Entretanto, ao conhecer a repórter Jean (Maggie Gyllenhaal, indicada a Melhor Atriz Coadjuvante) e seu adorável filho de 4 anos, Bad verá seus sentimentos tomarem um rumo inesperado, capaz de fazê-lo cogitar uma mudança em sua indolente rotina. Dono de um estilo absurdamente natural e sedutor de interpretar, Bridges ainda nos emociona cantando e tocando as músicas do personagem. A participação de Colin Farrell como o pupilo de Bad que é o novo astro do country enriquece o filme, que levou ainda o Oscar de Canção Original. Classificação: 14 anos.

DIREITO DE AMAR (A Single Man, EUA)
Gênero: Drama
Direção: Tom Ford
Duração: 101 min.
Ano: 2009


Em 2005, Ang Lee e seu O Segredo de Brokeback Mountain quebraram um grande tabu do cinema ao retratar uma história de amor entre dois típicos cowboys americanos. O que mais me surpreendeu naquele filme – que, inclusive, merece uma indicação nesta coluna – foi a forma como ele consegue nos envolver, ao longo da história, a ponto de não mais classificarmos os protagonistas como um casal gay, mas sim, como dois seres humanos que se amam e sofrem com a impossibilidade de ficarem juntos. Este filme me passou uma sensação parecida. Tom Ford é um estilista renomado, que faz aqui sua primeira e muito bem sucedida incursão no cinema – como diretor e corroteirista. Colin Firth, indicado a Melhor Ator, é George Falconer, professor de literatura que, no início da década de 60, agoniza a morte de Jim, seu amado companheiro por 16 anos. Ao mesmo tempo em que planeja diariamente seu suicídio, George não se dá ao direito de externar seu luto e sua dor. Com ternos e semblante impecáveis, não há quem desconfie de sua consternação interior, à exceção de sua melhor amiga e confidente Charley (Julianne Moore), ela também padecente de um amor impossível. Que honra para Jeff Bridges levar o prêmio pelo qual concorriam atores do nível de Firth. Classificação: 14 anos.

A Origem / Educação

10 de Janeiro de 2011, por Carina Bortolini 0

A Origem

No primeiro mês deste ano, indico dois excelentes lançamentos, um indicado ao Oscar 2010 e outro provável concorrente ao Oscar 2011. Bom proveito!

A ORIGEM (Inception, EUA/Inglaterra)
Gênero: Ficção Científica / Ação
Direção: Christopher Nolan
Tempo de duração: 148 min.
Ano: 2010


Alucinante. Esta trama de Christopher Nolan é complexa, os efeitos são estonteantes e o elenco, encabeçado por Leonardo DiCaprio, muito competente. Não é tarefa das mais fáceis explicar o roteiro: Cobb (DiCaprio) lidera uma equipe de especialistas em “invadir” o inconsciente das pessoas para fins escusos. Com o uso de poderosos sedativos e equipamentos desenvolvidos para tal fim, eles compartilham o sonho da vítima e descobrem segredos industriais e comerciais, utilizando técnicas avançadas para “construir” uma realidade psíquica que induza o inconsciente da pessoa a revelar o que desejam. Quando um poderoso cliente (Ken Watanabe) contrata a equipe para uma missão ousadíssima – implantar uma ideia na mente do herdeiro de um magnata -, Cobb convida uma jovem e talentosa arquiteta (Ellen Page, dos ótimos Juno e MeninaMá.com) para projetar a parte estética do sonho. Como se a missão já não fosse suficientemente intrincada, Cobb ainda tem que lidar com as armadilhas de seu próprio inconsciente, perturbado desde a traumática morte de sua esposa (Marion Cotillard). Parece complicado? E é mesmo. Mas é também absolutamente original e empolgante – mão cheia para um diretor como Nolan, que tem em sua ficha sucessos de público e crítica como Amnésia e os dois últimos Batman: como se trata se sonho, não há limites de tempo, espaço ou dimensões. Como sempre, DiCaprio sabe onde mete seu bedelho. Classificação: 14 anos.


EDUCAÇÃO (An Education, Inglaterra)
Gênero: Drama
Direção: Lone Scherfig
Tempo de duração: 95 min.
Ano: 2009


Indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz (a revelação Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado, Educação vem como um sopro de novidade no cinema de língua inglesa. O roteiro, baseado num livro de memórias autobiográficas de uma jornalista britânica, é filmado de forma irrepreensível pela dinamarquesa Lone Scherfig. Jenny (Mulligan) é uma aluna aplicada na qual são depositadas todas as expectativas e investimentos de seu pai (o fabuloso Alfred Molina), que almeja vê-la na aclamada Universidade de Oxford. Sua inteligência e perspicácia cativa professores e a direção da escola de elite em que estuda. Mas Jenny sonha mesmo é com o glamour intelectual da época em que vive (início da década de 60): concertos, leilões de obras de arte, clubes de jazz, livros raros e... Paris, é claro, e toda a cultura daquela cidade. Quem virá colocar de pernas pro ar sua rotina modorrenta de estudos e oferecer tudo e muito mais que ela sempre sonhara será o playboy David (Peter Sarsgaard), de hábitos luxuriosos e fonte de renda suspeita. Os pais de Jenny, a princípio receosos por David ter o dobro da idade da filha, se deixam seduzir facilmente por seu charme, dinheiro e suposta influência nos círculos intelectuais de Londres. Molina é um show à parte, conseguindo expressar com absurda sutileza obsessão, reticência, deslumbramento, pernosticismo, vergonha, arrependimento. Uma produção de primeira. Classificação: 14 anos.