1ª Romaria a pé de Resende Costa até o Santuário Nacional de Aparecida

“É a fé que nos faz chegar aos pés de Nossa Senhora”, disse Dautre Rezende, um dos organizadores da romaria e devoto de Nossa Senhora Aparecida.


Religião

Vitória Cristina0

Romeiros resende-costenses na escadaria da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida - SP

Pela primeira vez foi organizada uma romaria saindo de Resende Costa com destino ao Santuário Nacional de Aparecida. Foram 12 dias de peregrinação, com o total de 385 km andados por 25 romeiros e carro de apoio com 5 integrantes. No grupo havia peregrinos com idades distintas: o mais novo tinha 12 anos e o mais velho, 72. A saída dos romeiros aconteceu no dia 19 de abril, na capela de Nossa Senhora Aparecida, onde foi inaugurado o Marco Zero do Caminho da fé de Resende Costa a Aparecida. A chegada em Aparecida (SP) foi no dia 1º de maio.

O Jornal das Lajes entrevistou os romeiros Dautre Rezende e José Roberto de Sousa, que fazem parte do grupo “Guerreiros de Maria”. Eles falaram sobre suas experiências e como surgiu a ideia de fazer o trajeto saindo de Resende Costa. “Já tínhamos participado de outras romarias. Pensamos como podíamos ir até outra cidade, caminhar até a casa da Mãe Aparecida, um sonho que vinha em nossa mente havia anos. No ano passado, recebemos essa missão de Nossa Senhora Aparecida na basílica, um momento único de muita emoção, no qual nossa Senhora, diante de um romeiro, pediu que Resende Costa tivesse uma romaria no próximo ano. E missão dada é missão cumprida. Se Deus nos permitir, iremos, sim, todos os anos a pé até a casa de Nossa senhora Aparecida”, diz Dautre.

“Para nós é gratificante. Eu já havia feito o Caminho da Fé, partindo da cidade de Varginha, no Sul de Minas. Nós nos espelhamos muito nessa região; daí, surgiu a nossa vontade de criar o nosso Caminho da Fé. Foram muitas batalhas, viagens para conhecer previamente o itinerário, para ir marcando os pousos, ver os caminhos por onde iríamos passar... Tivemos o apoio do pessoal da cavalgada, que havia feito essa romaria ano passado. Fomos conhecendo todos os detalhes do caminho e dos pousos para montarmos nossa romaria. Foi muito bacana. Não me esqueço: após a missa de envio lá na capela, descemos, partindo no sentido do Santuário Nacional de Aparecida. Foi muito gratificante”, conta José Roberto.

Dautre também fala sobre os obstáculos que eles enfrentaram nesses 12 dias de caminhada e como foi emocionante a chegada na basílica de Nossa Senhora Aparecida. “O nosso maior obstáculo foram os pousos, porque é muito difícil conseguir lugar para tantas pessoas. Mas, no fim, deu tudo certo. As dores musculares e as bolhas nos pés se tornam inevitáveis devido à distância, porém a fé nos leva. Na chegada ao santuário, como sempre, muita emoção, ainda mais porque realizamos o nosso sonho de fazer uma romaria de Resende Costa a Aparecida. E chegar ao santuário, ver nossos familiares, como esposa e filhos, é algo emocionante. E neste ano o nosso pároco padre Marcos estava presente em Aparecida para nos receber. Nos dias de caminhada, a saudade bate forte. Chegar e receber um abraço, sabendo que nossa missão foi cumprida, é emocionante.”

Além disso, Dautre destaca a sua experiência no trajeto percorrido ao longo de 12 dias. “No primeiro dia, em Coronel Xavier Chaves, a família de nossa romeira Rogênia nos acolheu com uma linda recepção. Rezamos, tomamos um café maravilhoso e seguimos. Ao longo dos dias, éramos recebidos com muito carinho nas cidades por onde passávamos, nas comunidades e pelos párocos das cidades. Passamos onde Nhá Chica nasceu, atravessamos a represa e a serra de Camargos, de onde a vista é linda. Nesse dia, fomos recibos pelo padre Lucas Alerson, resende-costense e pároco de Carrancas. Ele nos acolheu em Carrancas com muito carinho. Em seguida, passamos pelo Santuário de Nhá Chica, em Baependi, e chagamos à região da Serra da Mantiqueira. O dia em que chegamos à divisa de Minas Gerais com São Paulo, foi um dos mais emocionantes. Quando chegamos em frente à imagem de Nossa Senhora Aparecida, que fica na divisa de Minas com São Paulo, em Passa Quatro, o momento foi de muita emoção para todos. E para dar mais emoção ainda, à frente, em direção ao nosso abençoado caminho, a comunidade Canção Nova, onde pudemos passar o dia e descansar muito. Participamos de uma missa linda nesse dia. Por fim, chegamos ao nosso destino, na casa de nossa mãezinha Nossa Senhora Aparecida. Foi uma emoção ver nossos familiares, poder sentar-se no presbitério da basílica, ter nosso pároco conosco e, depois da missa, passar em frente à imagem da padroeira do Brasil e entregar a ela a nossa missão. Reafirmamos à Nossa Senhora que faremos essa peregrinação todos os anos. Foi um momento de muita emoção.”

 

Agradecimento.

“São de agradecimento a todos que nos acompanharam e rezaram por nossa romaria esses dias Com certeza, a oração de vocês nos ajudou muito, todos vocês estavam conosco. Quero muito agradecer a Deus e à Nossa Senhora por nos abençoarem nesse caminho e também agradecer ao nosso pároco, padre Marcos, pela dedicação e por estar junto a nós desde o início. Meu agradecimento também ao André Tokinho, que nos ajudou muito a realizar esse sonho, fazendo o caminho conosco. Há um ano a cavalgada passou por esse mesmo trajeto. Agradeço o apoio recebido da prefeitura de Resende Costa e também aos nossos parceiros que nos ajudaram na realização desse sonho. Por fim, agradeço ao pessoal da comunidade da capela de Nossa Senhora Aparecida, de Resende Costa”, disse Dautre, que já planeja as próximas romarias. “Digo ser possível, sim, fazer esse caminho de fé. É o que nos leva, a fé é que nos faz chegar aos pés de Nossa Senhora. O caminho está pronto, é lindo demais e é para todos da nossa cidade e de cidades vizinhas que passarem por aqui. Resende Costa precisa ter mais romarias saindo daqui ao longo dos meses. Será muito difícil termos uma romaria só, é preciso haver mais. Nosso próximo objetivo é identificar o caminho com placas para ajudarem na orientação do trajeto. Embora longa parte do caminho seja feita na Estrada Real, houve dias em que optamos por outros trechos a fim de encurtarmos o trajeto.

José Roberto também deixa um recado: “Estamos sempre caminhando, praticando uma atividade física. Além disso, orações nunca podem faltar em nossa vida. A caminhada é uma prática de atividade física que não é fácil, uma vez que ficamos 12 dias fora, não dormimos direito... enfim, não é como se estivéssemos em casa. Também temos que encarar psicologicamente o desafio, porque são horas de andança, noites mal dormidas... Porém, como já disse, a atividade física mais a orações são importantes demais.

O pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França, padre Marcos Alexandre, que presidiu a missa de envio dos romeiros e os recebeu em Aparecida, fala da importância da romaria para Resende Costa. “Vemos a fé do nosso povo, o espírito de oração e piedade que envolveu a caminhada. Destaco o monumento na igreja de Nossa Senhora Aparecida como o marco da saída das romarias de nossa cidade. Além de muito bonito, aquele espaço passou a ser o lugar do envio das romarias. Com certeza, foi um momento de grande emoção: a chegada, o encontro com os familiares foi um momento especial cercado por abraços e lágrimas. Participar da Santa Missa no Santuário Nacional foi especial, ótimo ver os romeiros e tantas pessoas que foram da nossa cidade para rezar e receber os romeiros. Que esta seja a primeira de muitas romarias divulgando  sempre a devoção a Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do nosso Brasil.”

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