Com programação consolidada, Mostra de Artesanato e Cultura chega à sétima edição

Em 2019, o evento promoveu cultura e resgatou tradições


Vanuza Resende


O tear conta a história de Resende Costa e é destaque na 7ª Mostra de Artesanato e Cultura (Foto Luana Chaves)

Criada para comemorar o centenário de Resende Costa, a Mostra de Artesanato e Cultura chegou à sua sétima edição neste ano. Realizada pela Prefeitura Municipal e pela ASSETURC (Associação Empresarial e Turística de Resende Costa), a Mostra tem como objetivo divulgar o artesanato produzido na cidade e promover a cultura local. Além dos três dias de apresentações musicais e exposições na Avenida Alfredo Penido, a Mostra também promoveu atividades culturais antes, durante e depois do aniversário da cidade, celebrado no dia 2 de junho.

 

De 31 de maio a 02 de junho

De sexta a domingo, durante o dia, o público pôde conferir exposições de antiguidades, cadeia produtiva do artesanato e produções literárias locais, além da Mostrinha de Fotografia e Cinema. Já à noite, o público curtiu shows de bandas locais e regionais. Segundo o secretário municipal de Artesanato, Turismo e Cultura, Fernando Chaves, a programação seguiu um formato consolidado. “A programação é pensada para atender a um público diversificado. Nós seguimos com o que vem dando certo e se consolidando. O modelo musical foi seguido e atrações culturais e exposições como a da cadeia produtiva foram mantidas”.

O evento também contou com novidades, como as produções audiovisuais transmitidas durante o evento. Fernando destaca também as novas propostas. “Pela primeira vez, o IRIS (Instituto Rio Santo Antônio) participou da Mostra e trouxe uma exposição sobre o tropeirismo, que é algo muito próprio da região e está ligado ao artesanato, afinal o artesanato começou a sair de Resende Costa com os tropeiros. O IRIS também contribuiu este ano com o cinema, exibindo documentários que falam do artesanato. Tivemos também uma exposição sobre a linha do tempo do artesanato, um trabalho acadêmico produzido pela arquiteta Isabela Resende”. Ainda de acordo com o secretário, essas ações contribuem para que o município pontue no ICMS Cultural e, consequentemente, consiga maiores recursos financeiros em prol da Cultura.

 

Avenida cheia

Mesmo sem apresentar nenhum artista de nome na grande mídia, o movimento do público foi grande durante a Mostra, principalmente no sábado 1. Karla Miranda, moradora de São João del-Rei, aproveitou o evento para conhecer a cidade de Resende Costa. Para a estudante, o evento está aprovado. “Minha primeira vez na cidade e a galeria do meu celular já está cheia de fotos. Estou encantada com isso aqui. Estive mais cedo em alguns dos artesanatos e achei incrível. Uma pena não estarem abertos até agora, no horário dos shows. Mas está tudo muito bem organizado, quero voltar. Só não sei se vou conseguir esperar até a próxima edição da festa, vou voltar antes”, planeja Karla.

Devido aos cortes de verbas e à crise financeira vivida pelos municípios, a festa não contou com o aporte de grande recurso financeiro. A prefeitura disponibilizou cerca de 75 mil reais para a realização da festa, o que impossibilitou a contratação de músicos conhecidos nacionalmente, como aconteceu nos primeiros anos. Fernando Chaves explica que “a gestão evita gastos desnecessários com os eventos em nome das contas públicas. Melhorando as condições financeiras, nós vamos querer contratar grandes shows. No entanto, esse ano nós provamos que é possível fazer uma boa festa. É possível atrair pessoas da região mesmo não tendo shows de mídia. Temos condições de fazer bons shows com músicos regionais.”

 

A Mostra e o comércio local

Luciene Cardoso, empresária do ramo do artesanato em Resende Costa e vice-presidente da ASSETURC, avaliou de forma positiva a VII Mostra de Artesanato e Cultura: “Conseguimos aproveitar melhor o espaço com exposições diversas, valorizando e destacando o artesanato local, a história e a cultura de Resende Costa. Tivemos oficinas de cerâmica, fotografias e a confecção do Real Tapete, que é um tapete tipo arraiolo feito com retalho. Acredito que a Mostra superou as expectativas e a cada ano tem demonstrado capacidade de atrair cada vez mais pessoas.”

Questionada se existe um aumento real nas vendas dos produtos durante a Mostra, a empresária disse que, apesar dos lojistas não terem atingido a meta de venda mais expressiva, sente que eles estão no caminho para isso acontecer. “Ainda não atingimos o objetivo de ter um volume maior de vendas nos dias de festa. Mas acreditamos que a Mostra vai, ao longo do tempo, atingir não só esse resultado mas também contribuir, como já começa a acontecer, para a afirmação da cidade como cidade turística e cultural”, diz Luciene.

Luciene avalia que o fluxo noturno de pessoas interessadas em comprar não é grande o suficiente para que as lojas permaneçam abertas à noite, mas acredita que isso poderá acontecer a partir do momento em que ocorrer maior demanda. “À medida que houver movimento de turistas exigindo essa demanda, o comércio poderá adequar seus horários também à noite. O movimento noturno é concentrado bem próximo ao local do evento e a maioria das pessoas não comparece com o intuito de fazer compras. De qualquer forma, estamos trabalhando/lutando para divulgar a nossa cidade e, com isso, fomentar o comércio e os serviços locais”, afirma a empresária.

 

Os 107 anos de Resende Costa

Nos três dias oficias de festa, foram também realizados eventos comemorativos aos 107 anos de emancipação política de Resende Costa, como a Caminhada Ecológica Passos de José, entrega da Medalha José de Resende Costa e Encontro de Bandas de Música. Para Luciene Cardoso, a Mostra colaborou para a construção de uma agenda comemorativa ao aniversário da cidade. “É um formato muito rico. São oficinas, exposições, cursos, eventos esportivos, ecológicos, encontro de bandas, apresentações teatrais, shows noturnos. Uma programação na linha do que pretendemos que seja construído ao longo dos anos. Isso contribui para uma Resende Costa mais organizada e com maiores possibilidades de se solidificar como destino turístico/cultural.

 

Celebração além dos dias oficiais

No sábado, 25 de maio, na Biblioteca Municipal, foi realizado o lançamento do livro “De Minas para a corte. Da corte para Minas: Movimentações Familiares e trocas Mercantis” (C.1790 – c.1880).  O livro foi escrito pela historiadora Paula Chaves Teixeira Pinto.

Na semana do dia 27 a 30 de maio, foram oferecidas atividades profissionalizantes do SENAC. Cursos para a confecção de bombons e trufas, técnicas básicas de serviços de garçom e garçonetes, oficinas de decoração de panos de prato e curso de pães, roscas e bolos.

No dia 30 de maio, realizou-se o Encontro Empresarial da ASSETURC e o lançamento do Selo Comemorativo dos 107 anos de Resende Costa pela Prefeitura Municipal e pelos Correios.

Para encerrar as atividades, na segunda-feira, 03 de junho, foi oferecido um minicurso sobre Gestão de Patrimônio Imaterial. No sábado, 08 de junho, um minicurso sobre chamamento público.

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