Covid-19: Estudo pioneiro sobre resiliência psicológica durante pandemia

Brasil é um dos 18 países envolvidos no consórcio internacional coordenado pela UC.


Saúde

José Venâncio de Resende0

Marcela Matos, coordenadora do estudo (Foto: UC).

Um consórcio internacional, para estudar a compaixão, conexão social e resiliência perante o trauma durante a pandemia de covid-19, será liderado pela Universidade de Coimbra (UC), de Portugal, fundada em 1290. O trabalho é coordenado por Marcela Matos, do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC.

Pioneiro pelo foco da análise e pela abrangência multicultural da equipe e da população-alvo, o estudo envolve pesquisadores (investigadores) de 18 países de todo o mundo: Portugal, Espanha, Itália, França, Reino Unido, Dinamarca, Eslováquia, Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Japão, Argentina, Chile, Colômbia, Perú, Uruguai, México e Brasil. São provenientes de instituições acadêmicas, empresas e organizações sem fins lucrativos, como a The Compassionate Mind Foundation (Reino Unido).

A crise associada à covid-19 tem efeitos nefastos tanto na saúde física quanto na saúde mental das pessoas em todo o mundo. Assim, o objetivo do estudo, explica a pesquisadora Marcela Matos, «é examinar o impacto psicológico desta pandemia e compreender que fatores podem ser protetores contra as suas consequências negativas ao nível da saúde mental».

Ela acrescenta: «Pretende explorar, ao longo do tempo e em diferentes países/culturas, os efeitos da pandemia covid-19 na nossa sensação de segurança e ligação aos outros, sintomas psicopatológicos (como a ansiedade, depressão e trauma), procurando determinar de que modo as pessoas lidam com esta situação e se a mesma pode ser fonte de crescimento pessoal pós-traumático. Um dos aspetos mais inovadores consiste na investigação do possível efeito protetor da compaixão e da autocompaixão».

A compaixão «tem sido definida como a sensibilidade ao sofrimento no próprio e nos outros, capaz de gerar esforços concretos para aliviar ou prevenir esse mesmo sofrimento. Este projeto investigará, de modo transcultural, se a compaixão desempenha um papel protetor relevante na atenuação dos efeitos nocivos da pandemia na saúde mental dos indivíduos», acentua a pesquisadora.

Este estudo tem como população-alvo indivíduos da população geral (com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos), profissionais de saúde e pessoas em cargos de chefia em empresas e instituições. A participação envolve o preenchimento anônimo e confidencial de um questionário online.

Mais informações sobre o projeto e como participar podem ser encontradas na página: https://www.fpce.uc.pt/covid19study/.

Fonte: Cristina Pinto – UC

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