Cuba portuguesa celebra os 50 anos de liberdade, desde a “Revolução dos Cravos”


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José Venâncio de Resende0

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A Cuba portuguesa, no Alentejo (sul do país), é exemplo do entusiasmo nas comemorações em 25 de abril – o “Dia da Liberdade” – do cinquentenário da “Revolução dos Cravos” ou “Revolução de Abril”. Nesta data, em 1974, um movimento político e social depôs o regime ditatorial do Estado Novo vigente desde 1933. A ação, liderada por militares, deu início ao processo que culminou com a implantação do regime democrático e a entrada em vigor da nova Constituição em 1976. 

Além de inaugurar, no Largo da Bica, “o maior cravo do mundo” - escultura de grandes dimensões criada para assinalar os 50 Anos da Revolução dos Cravos –, Cuba vem realizando vários eventos alusivos à data. As comemorações, no município, prosseguem, na manhã do dia 25, com a “Largada de Pombos pela Liberdade”, no Largo da Bica, seguida das “pedaladas” no habitual Cicloturismo e de almoço-convívio entre amigos e família. 

Outra iniciativa será o espetáculo “Minutos de Abril”, no domingo (28), às 18:30, na Praça da República.

Outros eventos 

No dia 22, além da inauguração “do maior cravo do mundo”, estava prevista a “Noite dos Livros Censurados”, na Biblioteca Municipal - um dos 50 locais do país selecionados para acolher esta iniciativa do Plano Nacional de Leitura, na semana de 22 a 28 de abril. A noite dos livros censurados pretende celebrar os livros como resistência e o papel da literatura no desafio aos regimes, ao longo de séculos. Nesta semana, serão lembrados autores que foram e continuam a ser censurados ou banidos. “Os livros fizeram parte da revolução, fazem parte das nossas vidas como sociedade e do nosso crescimento.” 

No dia 21 de abril, houve a exibição, na Biblioteca Municipal, do documentário “Outro País”, de Sérgio Trefaut, que reúne arquivos históricos excepcionais. Mostra a Revolução Portuguesa (1974-75) vista através dos olhares de alguns dos mais importantes fotógrafos e cineastas que testemunharam o evento. Quais eram os seus sonhos e expectativas? O que ficou do sonho da revolução?

No sábado (20), foi apresentado, na Biblioteca Municipal, um “Livro de Contos”, editado pela Associação de Escritores do Alentejo (ASSESTA), que tem a liberdade como tema central. Drama, história, paixão, diversão, aventura, emoção e, sobretudo, liberdade de expressão e liberdade criativa são os ingredientes que compõem a obra e que afirmam a identidade da ASSESTA e da sua missão nas terras desafogadas de além Tejo: promover a escrita e a leitura, promover a pluralidade de pensamentos e a criatividade literária.

Também no dia 20, o auditório da Biblioteca Municipal acolheu a peça teatral “Memórias do 25 de Abril”, elaborada e interpretada por alunos da Universidade Sênior Manuel de Castro. A peça trata de um período da vivência destes alunos, mais concretamente a década de 1960 e a Guerra do Ultramar. As cenas da peça são “testemunhos, na sua maioria, verídicos ou adaptados de memórias vividas antes da revolução. Memórias, que na sua maioria não são fáceis de reviver, contar ou recontar”, foram lembradas por estes alunos e alunas em meio a diálogos, poemas e cantigas.

No dia 17 de abril, os alunos do Agrupamento de Escolas de Cuba realizaram a “Caminhada pela Liberdade”. Ao longo da manhã, andaram pelas ruas de Cuba exibindo palavras de ordem pela liberdade.

Clique aqui para ver a reportagem Curiosidades e coincidências da Cuba portuguesa

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