A diferença de tratamento do lixo por parte da prefeitura entre o Centro e bairros mais afastados, o excesso de lixo gerado e a falta de educação ambiental e de coleta seletiva são alguns dos problemas apontados por um morador de São João del-Rei, entrevistado pela reportagem da Vertentes Agência de Notícias (VAN-UFSJ). Hugo Silva, 26 anos, auxiliar de laboratório de computação em uma escola pública, conversou com os repórteres Rafael Salviano, Yuri Henrique e Bárbarah Emanuelle.
Detalhe importante: Hugo tem uma percepção diferente da realidade são-joanense porque, antes, morava no Tijuco (bairro mais afastado), onde a coleta de lixo era feita duas vezes na semana; e, atualmente, reside próximo à Avenida Leite de Castro, mais perto do Centro onde a coleta é feita diariamente. “Então, acho que isso reflete muito a questão da desigualdade social.”
O descarte de lixo de forma inadequada é uma problemática persistente no cenário urbano de São João del-Rei. Ao longo do processo de apuração da matéria, ficou evidente que o acúmulo de lixo é mais recorrente nas regiões periféricas e afastadas do centro. “A falta de cuidado com o lixo também impacta a saúde pública, expondo os moradores dessas regiões ao contato com espécies transmissoras de doenças contagiosas.”
Outra constatação foi a dificuldade de entrevistar os moradores de bairros periféricos, como São Geraldo, que, devido a “uma certa insegurança”, preferiram não falar. “Muitos alegavam receio em denunciar o acúmulo de lixo na região.”
Daí a importância da entrevista de Hugo Silva, que abordou livremente o problema e “enfatizou a importância dos órgãos públicos na luta contra o acúmulo e descarte inadequado de lixo”. A entrevista foi realizada em uma praça pública na Avenida Leite de Castro, permitindo que o entrevistado compartilhasse a sua experiência e opinasse sobre o tema. “Geramos muito lixo, mas não sabemos lidar com ele e nem reciclar. Acho que as pessoas não tem muita educação ambiental e isso acaba influenciando no aumento do lixo acumulado”, disse.
Veja aqui a íntegra da entrevista do morador Hugo Silva.