Esperança em 2021 é por vacinação e um “mundo novo” na normalidade


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José Venâncio de Resende0

fotoDesenho do artista plástico internacional Mauro Marques Kersul, feito especialmente para o Jornal das Lajes

“Esperança em 2021!” O JL ouviu a opinião de cidadãos de Resende Costa e da região. A enfermeira Eliete Mônica Barbosa, a primeira profissional de saúde a tomar a vacina Coronavac em Resende Costa, espera que “este momento de vitória” seja o prenúncio de “grandes conquistas para todos”. “A próxima meta é que a vacina chegue a todos, principalmente àqueles que passaram tantos infortúnios até agora.”

Para Eliete, a esperança neste caso vem precedida do reconhecimento. “Essa é a palavra-chave para começarmos um ano, mais uma jornada, mais oportunidade de vida. Reconhecimento a todos que participaram na criação da vacina, que se esforçaram e lutaram para que isso ocorresse.”Embora a vacina tenha sido produzida em tempo recorde, parecia uma eternidade. “Tenho 25 anos de trabalho, nunca imaginei que passaríamos por uma espera tão grande”, confessa Eliete, que é funcionária da Secretaria Municipal de Saúde. Mas é preciso não esquecer que muitos perderam suas vidas para esse vírus, acrescenta. “Tenhamos essas pessoas na mente e no coração, sempre, e continuemos em frente.”

A tão esperada vacina e a cura definitiva para a covid-19 também são a maior esperança de Dirceu Fernando Sousa Pinto, oficial substituto do Registro de Imóveis. “E que possamos retornar à nossa rotina de vida de cidade do artesanato e de trabalho para todos os resende-costenses.” Outra grande esperança de Dirceu “é que eu possa colocar minha vida em ordem, voltar a viver sem minha filha Dara, voltar a ser feliz ao lado de minha esposa Tatyane”.

As coisas simples do cotidiano, a começar por “ter motivos pra rir da vida”, fazem parte da esperança da técnica em enfermagem Aline Santos. “Reencontrar fisicamente os amigos. Sentir a barriga doer de tanto gargalhar. Abraçar meus afetos mais sinceros. Fazer aquele mega-almoço com a família toda reunida. Cantar parabéns e sentir a emoção de cortar o bolo. Ver o sorriso das crianças, sorriso aberto, em alguns até faltando dentes. Retomar todos os encontros que o distanciamento social postergou. Curtir o show do meu artista favorito, chegar em casa na hora de acordar.” Sem se esquecer de renovar “as nossas esperanças, nosso cuidado com nós mesmos e com o próximo, e que distância nenhuma enfraqueça o amor”.        

“Tudo o que queremos é que aquela nossa vida de antes da pandemia volte, o uso não obrigatório das máscaras, os abraços e sorrisos, que são a marca do povo brasileiro”, concorda a estudante Paula Resende, ao se referir às “situações inimagináveis” vividas no ano passado. “Entretanto, é justamente nesses momentos de incertezas que provamos a nossa força pessoal, a nossa empatia e aprendizados.” Para ela, 2020 foi um desses momentos em que “a vida costuma nos exigir momentos de resiliência, aprendizados e superações. A nós cabe esperar, sonhar e realizar um ano melhor, com mais entusiasmo e alimentando a nossa esperança de que possamos nos reunir em grandes comemorações novamente, cuidando da nossa saúde e da daqueles que amamos”.

O novo ano “amanheceu com a esperança da reconstrução”, acredita Angela Maria Resende, funcionária pública aposentada. “Espero que a humanidade entenda que as tragédias são atemporais. Espero que as nações se unam para derrotar o inimigo comum. Espero que a economia retome seus passos. Mas minha grande esperança é que a lição faça com que os egos se acomodem e a dor, o desespero e a impotência se transformem em humildade.” Angela espera, ainda, “que tenhamos aprendido que vivemos em comunidade e que essa jovem geração se assuste, saia da área de conforto e invista em estudo, pesquisa e conhecimento, mas que principalmente se conscientize de que ética e solidariedade estão acima de tudo”. E que, “dentro de cada um, nos quatro cantos do mundo, ressurja uma semente que nos conclame a sermos verdadeiramente irmãos”.

“A gente sempre tem esperança de melhora”, reforça o entregador de gás José Raimundo Vilela, mais conhecido por Vila. Embora ache que a pandemia vá durar ainda algum tempo, “e por vários lados”, ele também tem esperança de que “as coisas possam voltar ao normal; se não se normalizarem, pelo menos que amenizem um pouco”.

Será um ano de novas oportunidades, aposta a professora aposentada e escritora Maria Luzia Resende, pois “a gente pensa no novo, como solução; passar a limpo, recomeçar”. Ela procura responder à pergunta “o que posso esperar desse tempo?”: “Que os homens sejam mais sábios, não só ao ponto de descobrir a vacina que vai curar a doença fatal, que amedronta a humanidade, mas que sejam capazes da transformação de suas vidas em todas as esferas sociais.” Espera que “todos aproveitem para a descoberta de um homem novo, com uma vida comprometida com o outro, uma visão centrada nos valores éticos, políticos, econômicos, religiosos, enfim, uma reconstrução da sociedade eliminando poderes, egoísmo, diferenças, uma virada grandiosa”. Daí acreditar em “mais entendimentos” e “menos forças antagônicas ao amor, à liberdade de ser”, bem como aprender a lição com o vírus que “não escolhe este ou aquele, para levar”.

“Que possamos ver situações difíceis como aprendizado e não como castigo”, diz a fisioterapeuta Vanderlucia Mendes de Freitas. Por isso, ela espera que, em 2021, “nós seres humanos possamos entender a grandeza da nossa criação e que nos doemos mais. Sem pensar ou agir como se os nossos problemas fossem maiores que os dos outros”. E conclui: “Tenhamos fé. E não procuremos explicação para tudo, pois temos uma mente finita! Só Deus é onipotente, onisciente, onipresente e onividente”.

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